SETOR CALÇADISTA

worldfashion • 07/06/23, 11:11

MERCADO INTERNACIONAL

O gestor de Mercado Internacional da Assintecal - Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos Luiz Ribas Júnior, destaca que, neste início do ano, países da América Latina vêm puxando os números para cima. “Destinos tradicionais, como China, Argentina e Estados Unidos estão perdendo espaço no ranking para países vizinhos, como Colômbia, Chile e Bolívia”, avalia o gestor, ressaltando que a performance ainda é resultado das feiras internacionais da primeira parte do ano, com destaque para a colombiana IFLS + EICI, para a qual a Assintecal levou 21 empresas brasileiras em fevereiro. “Com o mercado latino-americano em recuperação, devemos crescer 5% nas exportações do setor ao longo de 2023”, projeta.

DESTINOS

O principal destino dos componentes e produtos químicos para couros e calçados ao longo do quadrimestre foi Portugal, para onde foram enviados o equivalente a US$ 27,9 milhões, 55% menos do que no mesmo período do ano passado. O segundo destino do período foi a Argentina. Em crise e adotando medidas para segurar a saída de dólares, o país vizinho importou o equivalente a US$ 27,6 milhões em materiais e químicos verde-amarelos nos primeiros quatro meses de 2023, uma queda de 121% em relação ao mesmo período do ano passado. “A Argentina, além de passar por uma grave crise econômica, vem dificultando as importações para tentar segurar a saída de dólares do país”, comenta Ribas Júnior. Completando o ranking aparece a China, que tradicionalmente é o maior comprador internacional do setor, principalmente de produtos químicos. No quadrimestre, foram embarcados para lá US$ 22,9 milhões, 18% menos do que no mesmo período do ano passado.

ARGENTINA

Em maio último, Silvana Dilly, superintendente Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), em maio último visitou a Exposición Internacional de Cueros, Materiales, Componentes, Tecnología y Moda para la Industria del Calzado y Afines - EXPOCAIPIC, principal feira da indústria de base da Argentina.

Além de conhecer o potencial da feira argentina, Silvana participou de reuniões com a Câmara da Indústria de Calçados de Buenos Aires, Câmara da Indústria de Calçados de Santa Fé, Câmara da Indústria de Calçados de Córdoba e Câmara da Indústria do Couro e Afins, além de visitar o setor de promoção comercial da embaixada da capital argentina. “O objetivo dos encontros com os parceiros argentinos é estreitar ainda mais a nossa relação comercial, conhecendo as necessidades da indústria local e apontando soluções que os fornecedores brasileiros podem trazer”, comenta, ressaltando que também foram abordadas formas de pressão junto ao governo local para reversão da medida do Banco Central da República Argentina (BCRA). que alterou as condições de acesso ao Mercado Único de Câmbio para pagamento de importações, o que vem atrasando os pagamentos das suas importações em 180 dias.

No primeiro trimestre do ano, conforme dados da Assintecal, a Argentina importou o equivalente a US$ 27,6 milhões em componentes brasileiros, uma queda de 101% em relação ao mesmo período de 2022. “O fato ocorre por dois motivos principais, a menor demanda da indústria local e também a dificuldade nos recebimentos”, conclui Silvana, frisando que um dos intuitos das reuniões foi buscar soluções para o impasse comercial.

ORIGENS - RIO GRANDE DO SUL / SÃO PAULO

Principal origem dos produtos químicos e materiais exportados no quadrimestre, as fábricas gaúchas somaram mais de US$ 127,9 milhões em exportações, 8% mais do que no mesmo período de 2023. Atualmente, o Rio Grande do Sul responde por mais de 50% das divisas geradas pelas exportações do setor. Na segunda posição do ranking aparece São Paulo, de onde foram embarcados o equivalente a US$ 30 milhões, 21% mais do que no mesmo intervalo do ano passado.

MATERIAIS

O produto mais exportado pelo setor no quadrimestre foram os “Químicos para couro”, que geraram US$ 139,14 milhões, 35% mais do que no mesmo período de 2023. Na segunda posição apareceram os “Cabedais”, com US$ 44,96 milhões e queda de 72% em relação ao intervalo correspondente do ano passado. Na sequência apareceram os “Químicos para calçados” - adesivos, com US$ 28,7 milhões e incremento de 17%; os “Laminados sintéticos”, com US$ 9,94 milhões e incremento de 10%; os “Solados”, com US$ 3,6 milhões e queda de 390%; e as “Palmilhas”, com US$ 1,22 milhão e queda de 127%.

MERCADO NACIONAL

No último dia 06  terça feira, a  Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) e a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) participaram, de uma reunião plenária do Comitê da Cadeia Produtiva da Moda(COMMODA), realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), na capital paulista.

Na oportunidade, a superintendente da Assintecal, Silvana Dilly, apresentou o Origem Sustentável, único programa de certificação de práticas ESG para a cadeia produtiva do calçado no mundo. Programa realizado em parceria com a Abicalçados, o programa possui 104 indicadores de sustentabilidade que são auditados, in loco, pela SGS, Bureau Veritas, SENAI, DNV e INTERTEK. Segundo Silvana, são certificadas empresas que alcancem mais de 20% dos indicadores (nível Bronze), mais de 40% (Prata), mais de 60% (Ouro) e mais 80% (Diamante). “Hoje, o programa está em franco crescimento, tanto no mercado interno quanto internacional. As empresas, puxadas por um consumidor mais exigente e consciente, estão cada vez mais preocupadas com a sustentabilidade, atributo que já não é um diferencial e sim uma questão de sobrevivência”, ressalta a gestora, destacando que atualmente já são mais de 90 empresas certificadas ou em processo de certificação.

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, apresentou as pautas da Abicalçados enquanto representante do setor calçadista nacional. Com associados que respondem por mais de 65% da produção brasileira de calçados, a Abicalçados tem como pautas medidas como a continuidade da desoneração da folha de pagamentos para a atividade, a Reforma Tributária e a defesa comercial por meio do antidumping contra calçados asiáticos.

Comitê COMMODA

Criado em setembro de 2022 para discutir pleitos e meios de fortalecer a cadeia produtiva da moda brasileira, o COMMODA é composto por 33 entidades representativas e é coordenado pela FIESP. Conforme regulamento, são realizadas reuniões plenárias mensais para discutir temas de interesse do setor.

Origem Sustentável

È a única certificação de ESG e sustentabilidade no mundo voltada para as empresas da cadeia calçadista. Baseado nas melhores práticas internacionais de sustentabilidade, segue a diretriz de indicadores distribuídos em cinco dimensões: econômica, ambiental, social, cultural e gestão da sustentabilidade. Atualmente já são mais de 90 empresas de calçados e componentes participantes, dentre essas 52 já certificadas.

Sobre a Assintecal

Há quatro décadas a Associação Brasileira de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) atua diretamente na expansão de seu setor coureiro-calçadista. Seu trabalho é reconhecido pela força e diálogo com todas as esferas governamentais, pela consolidação do mercado internacional e pelo desenvolvimento em pesquisas e conteúdo de moda. A entidade responde por um setor que possui 3 mil empresas.

Sobre a Abicalçados:

A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) é a entidade que representa a indústria nacional, quinta maior produtora de calçados do mundo, a maior do Ocidente. Fundada em 1983, a Abicalçados, sediada em Novo Hamburgo/RS, possui em seu quadro de associados empresas de todos os portes e que respondem por mais de 65% do total de pares produzidos no País. A entidade representa uma indústria que emprega, diretamente, mais de 300 mil pessoas. Sua missão é representar, defender, desenvolver e promover a indústria calçadista brasileira, com respeito, excelência e resultados.

da redação com informaçõs da  DCR - Assessoria de Imprensa - imagens: divulgação

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