CENÁRIO MACROECONÔMICO

worldfashion • 05/10/23, 15:21

O evento sobre o Panorama Econômico aconteceu na sede da ACI (Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Dois Irmãos) em Novo Hamburgo/RS, e contou com apresentações do gerente de investimentos da Sicredi Pioneira Arthur Müller, do gerente de vendas da Monte Bravo Eduardo Correia e do doutor em Economia e consultor setorial Marcos Lélis.

Abrindo o encontro, Müller destacou o cenário internacional e os seus impactos na economia brasileira. Segundo ele, as exportações brasileiras vêm sendo impactadas pelas altas taxas de juros, principalmente nos Estados Unidos e na Zona do Euro, uma inflação persistente provocada pela guerra entre Ucrânia e Rússia e a desaceleração da economia mundial, principalmente da China. “Neste cenário, alguns poucos setores conseguem despontar no nível internacional”, disse. No cenário, as projeções da Sicredi apontam para um crescimento de 3,1% no PIB brasileiro em 2023. Já para 2024 a projeção é de crescimento bem menor, de 1,5%.

Na sequência, Correia falou sobre a variedade de investimentos em renda física, destacando a importância de diversificar os aportes para diluição de riscos. Segundo ele, ainda que o cenário seja um tanto nebuloso, o Brasil deve crescer ao longo do ano, com graduais cortes nas taxas de juros da Selic. Até o final do ano, a expectativa é de que a SELIC chegue a 11,75% - hoje está em 13,25%. Para 2024, a estimativa é de uma taxa na faixa de 9%.

Calçados

Na última apresentação, Lélis discorreu sobre os setores de calçados, couros, móveis e automotivo. Com uma produção que cresceu 0,9% nos comparativos entre janeiro e julho deste ano com o mesmo período do ano passado, a indústria calçadista lentamente recupera as perdas registradas durante a pandemia de Covid-19. “O setor deve chegar aos níveis de 2019 somente em 2025”, projeta. Segundo o economista, diferentemente de 2022, quando as exportações puxaram a produção, em 2023 o motor do crescimento tem sido o mercado interno. “O cenário internacional está mais complicado para o setor. Em 2022, a China praticamente sumiu do mercado, em função das rígidas políticas de Covid Zero e também pelo aumento no valor dos fretes, que os impediu de exportar para mercados mais distantes. A indústria calçadista brasileira acabou sendo beneficiada por esse cenário, no qual também foi somada a valorização do dólar sobre o real, o que deixou os preços mais competitivos para exportação”, conta. Para este ano, conforme projeção da Abicalçados, a produção deve crescer entre 1% e 1,7%, ao passo que as exportações devem cair entre 6,7% e 9,1% em relação a 2022.

Móveis

Já o setor moveleiro, segundo Lélis, viu sua produção encolher 1,9% entre janeiro e julho, no comparativo com o mesmo período de 2022. “A indústria de móveis está muito mais atrelada à questão do crédito e dos investimentos imobiliários, que estão travados”, avalia. Neste cenário, segundo Lélis, é projetada uma banda de crescimento de 0,9% até uma queda de 2,4% na produção, dependendo muito do comportamento da construção civil até o final do ano. Já as exportações do segmento devem registrar uma queda entre 36,4% e 39,3% em 2023.

Automóveis

O setor automobilístico mundial, que perdeu 1,9% de sua produção no ano passado (produzindo 61,6 milhões de veículos), vem em recuperação, embora lenta. Segundo Lélis, entre janeiro e julho, a produção do setor cresceu 1,98% em relação ao mesmo período do ano passado. “

Couros

Por fim, Lélis detalhou a produção de couros no Brasil. Segundo ele, muito atrelada ao crescimento da China, maior comprador internacional do setor, a indústria de curtumes deve crescer em 2023, embora tenha uma margem de queda. A banda pessimista aponta para um revés de 1,2%, enquanto a otimista para um crescimento de 2,3%.

A realização do Panorama Econômico foi da Assintecal e contou com os apoios da Monte Bravo, Sicredi Pioneira e Unisinos.

da redação com informações da DCR - Assessoria de Imprensa

CALÇADO BRASILEIRO

worldfashion • 17/06/22, 11:42

12Com o objetivo de gerar informações qualificadas para basear estratégias das empresas da cadeia calçadista, a Associação das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) lançou em evento on-line, no dia 15 de junho, a 8ª edição do Mapeamento - Quantificação dos Materiais no Calçado. A publicação, desenvolvida pela entidade com a parceria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), aponta os principais componentes utilizados na fabricação de calçados brasileiros.

31A condução do evento a cargo do doutor em Economia e consultor setorial, Marcos Lélis, abordou  o cenário nacional e internacional para a cadeia produtiva do calçado.

Com uma amostragem de mais de 200 milhões de pares, que representam mais de 54% da produção nacional de calçados - tirando chinelos -, o Mapeamento lançado pela Assintecal tem margem de erro de menos de 1%. Entre os dados apresentados, estão que os cabedais de laminados de poliuretano respondem por mais de 40% do total produzido. Em seguida aparecem os desenvolvidos com laminados de PVC (25%), materiais têxteis (20,9%) e Couro (12,8%). Já no forro do calçado, o componente mais utilizado pelos fabricantes é o Laminado de poliuretano (60,65%), enquanto nos solados é o PVC (33,3%) e nos enfeites os metais (36,38%). Os adesivos utilizados são majoritariamente à base de água (54,68%).

Marcos Lélis destacou que o setor calçadista vem crescendo desde o segundo semestre do ano passado - com breve hiato nos dois primeiros meses de 2022 em função da variante da Covid-19 -, mas que o incremento deve se “acomodar” nos próximos meses.

21Para o ano, o crescimento deve ficar situado entre 1,8% e 2,7% na produção e entre 8,4% e 10,2% na exportação, apontando para a baixa dinâmica no consumo doméstico, que hoje responde por mais de 85% das vendas da indústria calçadista.

Macroeconomia

Na sequência, Lélis comentou que o forte aumento dos juros praticados pelos Estados Unidos, mecanismo utilizado para o controle da inflação local (cerca de 8% em 12 meses), tem impacto no câmbio de países emergentes, caso do Brasil. O fato tem impacto direto na inflação e na corrosão do poder de compra das famílias brasileiras, que também foi afetado pela queda no rendimento médio do consumidor, o menor desde 2014. A inflação brasileira, atualmente em 12% (nos 12 meses), segundo Lélis, é ainda maior nos setores de alimentação (13,5%), habitação (13,4%) e transporte (19,7%), deixando muito pouco para se gastar em bens não essenciais. “Aí trava toda a economia”, disse.

Infraestrutura

Lélis também ressaltou que soma-se aos problemas brasileiros a falta de investimentos públicos em infraestrutura, em queda desde 2015. “O Brasil não aguenta dois anos seguidos de crescimento de 3%, porque esbarra na infraestrutura. Hoje os investimentos públicos realizados não são suficientes nem mesmo para manutenção da infraestrutura”, comentou, ressaltando que o investimento público está em cerca de 2% do PIB, registro que já foi de 5% na década de 1990.

img_7810A superintendente da Assintecal, Silvana Dilly, destacou que na publicação são detalhados mais produtos, com ranqueamento por segmento, região, entre outros dados relevantes. “A publicação é bastante completa e é um registro fundamental para a tomada de decisão nas empresas da cadeia produtiva do calçado, pois também indica tendências importantes”, comentou Silvana, ressaltando que o material foi desenvolvido pela Inteligência de Mercado da Assintecal em conjunto com a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).

O Mapeamento - Quantificação dos Materiais no Calçado pode ser adquirido com a Assintecal, pelo e-mail relacionamento@assintecal.org.br.

Sobre a Assintecal

Há três décadas a Associação Brasileira de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) atua diretamente na expansão de seu setor coureiro-calçadista. Seu trabalho é reconhecido pela força e diálogo com todas as esferas governamentais, pela consolidação do mercado internacional e pelo desenvolvimento em pesquisas e conteúdo de moda. A entidade responde por um setor que possui 3 mil empresas.

da redação com informações da DCR - Assessoria de Imprensa    - Imagens> fotos/divulgação