29ª edição - INSPIRAMAIS -
worldfashion • 29/01/24, 16:05O salão abriu com a coletiva de imprensa e o presidente da Assintecal, Gerson Berwanger, ressaltou que, se a cadeia produtiva da moda brasileira é uma das mais fortes do mundo, é porque é integrada por associações que, unidas, lutam pelo desenvolvimento e competitividade do setor. “Os materiais aqui apresentados são os pilares da indústria da moda. A união, representada pelo INSPIRAMAIS, de diversos setores, demonstra toda a nossa força na luta por melhores condições de competitividade. Como digo, é a indústria que irá salvar o Brasil e para que isso aconteça precisamos estar unidos”, comentou, ressaltando pautas importantes como o fim da isenção de impostos de importação para remessas de até US$ 50 feitas pelas plataformas digitais internacionais. Sobre o salão, Berwanger destacou a qualidade, variedade e sustentabilidade dos produtos apresentados, o que permite a criação de uma moda genuinamente brasileira.
Presente também na coletiva de imprensa, o empresário e CEO de uma das maiores empresas de calçados do País, a Arezzo & Co, Alexandre Birman, destacou a importância do salão para o desenvolvimento da cadeia produtiva do calçado. “Eu vi o INSPIRAMAIS nascer, pequeno, em São Paulo. O crescimento do salão traduz a relevância de um evento como este para a moda nacional”, disse. O empresário está no salão para, além de conferir de perto os principais lançamentos para suas produções, divulgar o projeto EcoAR, que destacou trabalhos voltados para a sustentabilidade na cadeia produtiva da moda.
O projeto, inclusive, tem um espaço no INSPIRAMAIS, no qual são apresentados os vencedores do concurso: Projeto Agrofloresta Têxtil (Beto Bina), Projeto Maniocolor - corante têxtil à base de casca de mandioca (Sioduhi Studio), Projeto Banco de Resíduos Têxteis (Suzana Barreto Martins) e Projeto Bruk (Arthur Cesar Silva).
Silvana Dilly, superintendente da Assintecal, ressaltou que a sustentabilidade não está somente no discurso. “O INSPIRAMAIS já nasceu com o objetivo de direcionar toda a cadeia produtiva da moda nacional para uma produção sustentável não somente no pilar ambiental, mas também econômico e social”, disse. Segundo ela, prova disso são os estandes padronizados, que permitem que as empresas invistam efetivamente nas suas “grandes estrelas”, que são os produtos, o reaproveitamento de materiais de espaços comuns para outras edições, a reutilização de amostras de eventos anteriores para confecção de brindes, entre outras ações.
Silvana divulgou, em primeira mão, a próxima ação do Origem Sustentável, programa de certificação de sustentabilidade de empresas da cadeia produtiva do calçado mantido pela Assintecal em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Será um seminário do programa que será realizado no dia 8 de julho, na FIERGS, antecedendo a próxima edição do INSPIRAMAIS.
Participaram da coletiva, ainda, o presidente-executivo do CICB, José Fernando Bello, o presidente da Abit, Fernando Pimentel, a diretora-executiva da Abimóvel, Cândida Cervieri, e o chefe de gabinete do Sebrae, Alessandro Vasconcelos.
A 29ª edição do INSPIRAMAIS, lançou mais de mil materiais para as indústrias de calçados, confecções, móveis e bijuterias, com saldo positivo para os cerca de 150 expositores. Somente em negócios internacionais, realizados por meio do Projeto Comprador, promovido pelo Brazilian Materials, foram mais de US$ 3,5 milhões em negócios in loco e mais de US$ 12 milhões em vendas alinhavadas no evento. No total, são mais de US$ 15,5 milhões (R$ 76,4 milhões) em exportações geradas pela mostra. Nos dois dias, o salão recebeu uma visitação 30% superior à da edição passada, alcançando mais de 8 mil pessoas.
A superintendente da Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Silvana Dilly, destaca que o salão deu um salto qualitativo nesta 29ª edição. “Tivemos uma visitação muito qualificada, além de uma intensa agenda política, com representantes dos poderes executivo e legislativo estadual e federal. Logo na abertura do evento, recebemos o CEO da Arezzo & Co, Alexandre Birman, que ressaltou a importância do salão no lançamento de materiais de moda. Demos um salto de representatividade”, avalia. Segundo ela, também foi destaque a visitação internacional de compradores dos principais mercados da América Latina e Europa, além de importantes players dos maiores polos produtores de calçados do País.
EXPOSITORES
O gerente de Marketing e Produto da Cipatex (Cerquilho/SP), Rafael Bonvicini, destaca que o salão recebeu a maior visitação das últimas edições. E não só isso, segundo ele, os negócios realizados no evento aumentaram 300% em relação à edição do ano passado. “Se pudéssemos resumir o que foi esta edição do INSPIRAMAIS em uma palavra usaria: explêndido. Além de fecharmos negócios importantes, com clientes antigos e novos, distribuímos um grande volume de amostras”, avalia. Segundo ele, embora a maior visitação tenha sido de calçadistas gaúchos, a Cipatex recebeu clientes dos polos de Birigui/SP, Franca/SP e Nova Serrana/MG, além de compradores internacionais da Argentina, Equador, México, Portugal e República Dominicana.
A Romeu Couros (São Paulo/SP), que opera em parceria com a Leather Labs, foi outra expositora satisfeita. O diretor Maurício Saragiotto destaca que a visitação foi muito maior em relação à edição anterior, o que demonstrou a assertividade das coleções e o crescimento do salão. “O segundo semestre começa aqui, no INSPIRAMAIS. É a partir daqui que iniciamos as vendas para a segunda parte do ano. O indicativo visto aqui é positivo”, comenta Saragiotto, acrescentando que o grupo recebeu visitação de clientes do Ceará, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul. “De todas as edições que participamos no Rio Grande do Sul, foi a que mais recebemos clientes de São Paulo. O fato indica o crescimento do INSPIRAMAIS”. Além de compradores nacionais, a empresa recebeu importadores da Colômbia, Chile e México.
COMPRADORES
O Projeto Comprador INSPIRAMAIS, realizado por meio do Brazilian Materials, programa de apoio às exportações do setor mantido pela Assintecal em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), chamou a atenção dos expositores. Nesta edição, o projeto recebeu 22 grupos internacionais da Argentina, Colômbia, Estados Unidos, Equador, Guatemala, México, Peru, Portugal e República Dominicana que, juntos, produzem mais de 20 milhões de pares de calçados por ano.
Um desses compradores é Daniel Backes, da Eurocomponentes (República Dominicana). Estreando no evento, o empresário destaca que o chamou atenção a inovação e a criatividade dos materiais apresentados no salão. “Já trabalhamos com o Brasil há alguns anos e a evolução é notória. Somente no INSPIRAMAIS, fechamos mais de US$ 65 mil em negócios, mais de 10% do total que importamos em um ano”, conta.
Miguel Pesantes, diretor da Pimenta Shoes (Equador), que veio pela segunda vez ao INSPIRAMAIS, conta que tem relação de longa data com fornecedores brasileiros. “Importamos do Brasil toda a matéria-prima utilizada pela fábrica. Aqui, temos a garantia de encontrar produtos de qualidade, conforto, moda e sustentáveis. Eu não penso na China, eu só penso no Brasil”, conta.
O tema Intergeracional, nortearam as pesquisas de diferentes gerações, unidas pelo design e moda, sob a coordenação do Walter Rodrigues. A ação colocou, frente a frente, pessoas de gerações distintas, porém com estilos e filosofias de vida semelhantes, e inspiraram as tendências/lançamentos de mais de mil matérias primas e componentes apresentados no INSPIRAMAIS_2025 I, que chegarão nos próximos lançamentos dos calçadistas.
Segundo Walter Rodrigues, a pesquisa levou em consideração o fato de nunca na história da humanidade haver cinco gerações convivendo ao mesmo tempo. O fenômeno faz com que a moda não seja mais determinada por parâmetros etários e sim de consumo. “Hoje, o mesmo produto utilizado por um jovem pode ser utilizado por alguém com mais idade. Não existe mais diferenciação”, disse. Neste ponto, o estilista apontou que aparecem os temas “Estimulante”, que traz materiais coloridos, excêntricos, com muitas texturas, volumes e brilhos; e o “Techform”, no qual aparece a contraposição, com materiais mais funcionais e com propósito, superfícies lisas e acabamentos mais suaves, que trazem muitos aspectos tecnológicos agregados. Na cartela de cores da pesquisa Intergeracional há 30 cores, com destaque para as tonalidades de rosa, tons terrosos e azuis.
Participaram da ação a ex-parlamentar gaúcha Esther Grossi e a designer e especialista em Economia Circular Júlia Weber. Com estilos de vestir e cabelos coloridos muito parecidos, as duas são separadas por 67 anos (Esther tem 87 e Júlia 30).
Qual a importância de trazermos o etarismo e a conexão entre gerações para o debate no INSPIRAMAIS?
Esther: Primeiro, é importante acabar com essa ideia de que velhos são muito diferentes dos jovens. Os estilos seguem, não acabam com o tempo. Desde jovem, nunca me policiei acerca de como me vestir. A sociedade criou um estilo para jovem e outro para velho, que não são reais.
Júlia: A discussão desse tema é muito importante. Trazemos, aqui para o INSPIRAMAIS, a discussão sobre tribos geracionais, destacando a conexão promovida pela moda entre as gerações.
Quais as semelhanças entre vocês?
Júlia: Nós criamos as nossas roupas. Eu acredito que a vestimenta não é feita somente de tecido, mas também de memória. Tudo o que usamos tem uma história por trás. Roupas são coleções de memórias.
Esther: Quando viajo e gosto de algo diferente, eu compro. Hoje, uso as roupas desenvolvidas pela Rosane (estilista particular), sem costuras, somente com alfinetes de segurança. Além de gostar de criar minhas vestimentas, com tecidos diferentes, temos semelhanças no modo com que enxergamos a vida. Penso que as roupas, os tecidos, todos trazem ideias por trás, inclusive preocupações políticas e sociais.
PREVIEW INSPIRAMAIS 2025_II
O Sul será o “norte” da moda
Apresentado no segundo e último dia do evento o preview das pesquisas Inverno 2025 do INSPIRAMAIS 2025_II que dará origem aos materiais que serão apresentados na próxima edição do evento nos dias 09 e 10 de Julho de 2024. O tema será PERIFÉRICOS e o coordenador Walter Rodrigues explica, as mudanças do contexto mundial, com o entendimento e fortalecimento da identidade de países que sempre estiveram nas zonas periféricas do considerado primeiro mundo, irá influenciar as próximas criações. Segundo ele, desde dos anos de 1990, acadêmicos reforçam a ideia do descolonialismo, cujo o conceito principal é um pensamento que se desprende de uma lógica de um único mundo possível e se abre para uma pluralidade de vozes e caminhos. “A descolonialidade refere-se ao processo que busca transcender historicamente a colonialidade”, disse o criativo, destacando que vivemos em um “mundo pós-Ocidental” que acarreta mudanças na moda e cultura.
Dentro da pesquisa PERIFÉRICOS, Walter Rodrigues destacou os temas “Gingas”, que trouxe para a moda muitas texturas, estampas com ritmo/sequência, miçangas, sementes, rendados e materiais naturais sequenciados; “Malemolência”, com tecidos fluídos, movimento e brilho com aspectos furta cor; e “Cacofonia/Imperfeição”, que trouxe muita irregularidade, sobreposição, mix de padronagens e texturas e estampas na mesma base. Neste contexto, o criativo listou profissionais sul-americanos como Freddy Mamani (Bolívia), Samuel de Sabóia (Brasil), Rafael Pavarotti (Brasil), Luedji Luna (Brasil) e o hub de marcas e serviços do Nordeste, o Nordestesse (Brasil). Na catela de cores da pesquisa aparecem tonalidades de azul, terrosos, vermelho, roxo, verde, entre outros.
da redação com informações da DCR Assessoria de Imprensa
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