Visual Merchandising potencializa vendas
publicidade • 03/10/15, 18:59World Fashion Daily ouviu o especialista em Marketing de Moda Otávio Pereira Lima sobre o impacto positivo que o Visual Merchandising pode gerar sobre as vendas do varejo, tendo em conta os muitos desafios do momento.
Lima opina que esse pode ser “o momento certo para rever estratégias desenvolvidas para a área de moda até pouco tempo atrás”. Para ele, “o mercado de moda precisará ajustar o cronograma de lançamento de coleções”. É também a hora de se repensar, segundo ele, “o entendimento de vida útil dos produtos de moda e as formas de gestão de relacionamento com o consumidor final”. Confira.
Otávio Pereira Lima: “Estamos no momento certo para rever estratégias desenvolvidas para a área de moda até pouco tempo atrás”.
World Fashion Daily – Por que investir em Visual Merchandising no atual momento? Esse investimento não seria uma “contradição”, já que estamos num momento de “cortar custos”?
Otávio Pereira Lima – O investimento em desenvolvimento de projetos em Visual Merchandising poderá ser uma das estratégias para esse momento de retenção de gastos. Pode parecer contraditório, porém, com o ritmo represado do consumo, que indica um comportamento mais consciente e “ressabiado” em ato de compras, a proposta de experiência no PDV (ponto de venda) confirmará o estímulo necessário para a concretização de trocas e de relações comerciais.
WFD – Qual o tipo de impacto que o VM exerce sobre o consumidor e sobre as vendas?
O.P.L. – Sendo a vitrine o primeiro ponto físico de interface com o consumidor final e o PDV o mais importante canal de comunicação desenvolvido pela empresa, o Visual Merchandising será responsável por até 85% das decisões de compra por impulso.
WFD – O projeto de VM se aplica também ao pequeno varejo de Moda?
O.P.L. – O pequeno varejo de moda é responsável pelos melhores exemplos de adaptação do PDV junto ao consumidor final. Na Europa, é comum os especialistas de grandes redes varejistas visitarem e captarem estratégias em VM dos pequenos. No Brasil, será preciso que o pequeno varejista entenda e assuma esta situação. Um ótimo exemplo de apoio ao pequeno varejista é a loja modelo do Sebrae, situada à Rua Conselheiro Belisário, na região do Brás, em São Paulo. Neste espaço são oferecidas informações e soluções para o pequeno varejista de moda.
WFD – Cite dois exemplos de projetos de Visual Merchandising bem sucedido, destacando o tipo de impacto gerado sobre os consumidores da marca (nacional ou internacional).
Chilli Beans, em Las Vegas: aqui e lá fora, lojas contemplam identidade da marca e dão ao consumidor a experiência única.
O.P.L. – O primeiro exemplo a ser citado é a loja da marca Chilli Beans, de acessórios, reconhecida nacionalmente pelas linhas de óculos. Desde os vendedores, passando pela iluminação e o mobiliário proposto no espaço, a loja contempla a identidade da marca e fornece ao consumidor final a experiência de marca, que será concretizada por meio da aquisição de seus produtos.
Outro exemplo bem sucedido em Visual Merchandising está centrado na marca Harley Davidson. Em qualquer das filiais, no Brasil ou no Exterior, o cliente pode adquirir produtos para contemplar seu estilo de vida. O arquétipo desenvolvido e perseguido pela marca é tão bem construído que, mesmo pessoas que não utilizam a motocicleta querem pertencer ao universo HD e o fazem em suas lojas por meio da compra de copos, roupas, óculos, relógios e etc.
WFD – Qual o percentual de faturamento indicado para se investir anualmente em VM?
O.P.L. – Um indicativo para o investimento em Visual Merchandising poderá ser compreendido da seguinte forma: as reformas estruturais e de ajuste de necessidades ergonômicas e de circulação, assim como o investimento em comunicação visual no PDV.
Bath & Body Works, Las Vegas: todo o universo da marca de cosméticos ao alcance de seus fiéis e potenciais consumidores.
Para o quesito comunicação visual, ou seja, cenografia, aromatização, sonorização, compra de novos equipamentos, recomendo que a empresa reserve parte da verba de marketing para essa ação. 20% do investimento em marketing, ou 1% da receita da empresa seria o indicado.
Para as reformas estruturais e de ajustes em ergonomia e circulação, o investimento derivará do setor de manutenção patrimonial, que deverá ser previsto pelo setor financeiro da empresa e participará dos custos previstos. Normalmente o percentual de reserva para este setor será de 2% da receita da empresa (que serão distribuídos para os demais setores, segundo a necessidade de reposição ou manutenção de equipamentos de informática, por exemplo).
Por Eleni Kronka Fotos: Divulgação
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