VESTIMENTAS
worldfashion • 04/08/21, 15:37Peças de roupas para vestir que tem um ciclo e mudam conforme a moda, comportamento, atitudes e estilos. E ultimamente falou-se muito sobre os pontos de vista e critérios das diferentes gerações que, afetam diretamente as indústria e comércio deste segmento. Em evidência a geração Millenial (entre 30 a 40 anos) X a geração Z (entre 16 a 26 anos).
A gíria, utilizada e popularizada pela Geração Z, significa aquilo que os Millenials popularizaram anos antes como “vergonha alheia”, ou algo considerado cafona, desatualizado, pela geração anterior aos Millenial. Entre os itens “cancelados” pela nova geração estão as calças skinny, que foram substituídas por itens mais confortáveis, e as sapatilhas de ponta redonda, calçado que foi trocado por tênis.
Sobre o debate ocorrido nas redes, Dani Gábriél, professora de Estratégias de Marketing em Moda na Faculdade Santa Marcelina, explica que esses itens de vestuário caíram em desuso por conta de uma macrotendência voltada ao bem-estar e o conforto. “Isso vem muito antes da pandemia, mas com esse novo normal isso se intensifica. Com as pessoas trabalhando e estudando de casa, o importante é se sentir confortável com o que se está vestindo”.
A professora também explica que o momento atual é de um consumo cada vez mais ligado ao comportamento do consumidor. Os jovens da Geração Z, por sua vez, possuem identidades fluídas, são conhecidos por serem mais tolerantes, realistas e por defenderem um estilo de consumo ético. “Será que se existisse uma marca de sapatilhas orientada a valores éticos, humanizados, com consciência ambiental, esse item não poderia ser uma escolha para esse público?”, questiona Gábriél.
Além das calças skinny e das sapatilhas, outros itens de vestuário também vem sofrendo com o julgamento das novas gerações de consumidores, como cardigãs longos, meias soquete e calças de cintura baixa. ( foto acima INSIDER)
A juventude atual, norteada por sentimentos como otimismo conforto e alegria, parece não estar preocupada em parecer algo. Ao invés disso, eles vêm adotando uma moda onde possam expressar sua individualidade, se apropriando de estilos sem gênero e da streetwear, com jeans mais amplos, como as calças mom, moletons oversized e tênis. A Dani Gábriél, ainda completa a análise citando maximalismo, estilos despojados, pop art, que trazem muito brilho, cor e estamparia.
“Agora são outros tempos que estão demandando outros produtos, como calçados cada vez mais funcionais e confortáveis. O tênis sabe muito bem desempenhar esse papel, e os moletons são a grande bola da vez” esclarece Dani. “Uma diversidade de modelagens e matérias primas permite possibilidades para todos os gostos e gerações. A busca é por uma estética confortável e acolhedora”.
Vejam as novas propostas das marcas e estilistas :
INSIDER
Atentos às demandas do estilo de vida contemporâneo, a marca Insider acaba de lançar novos produtos que unem funcionalidade, tecnologia têxtil e design diferenciado em uma única peça: o casaco feminino Wingsuit e a blusa-colete feminina Techsture Vest, feitos com o tecido TECHSTURE, um blend de fibras duráveis, ultra leve, macio e capaz de regular a temperatura corporal. A malha conta com tecnologia no processo de produção para que tenha uma superfície externa texturizada, enquanto a face em contato com a pele permanece lisa e aveludada. São itens atemporais, que transitam entre o sportswear e o casual, feitos para durarem muito tempo no guarda-roupa.
NANDO
Assim como o escultor se preocupa com a estrutura da sua obra, o alfaiate também desenvolve um minucioso trabalho na confecção interna da roupa, delineando cada detalhe, que se revela somente aos olhos de quem veste, criando uma peça rica, imponente e, ao mesmo tempo, intimista.
Seguindo essa filosofia, nasce a nova linha masculina NANDO, fruto da longa parceria entre Fernanda Yamamoto e Fernando Jeon – profissional-chave da equipe, coordenador de criação e modelagem –, que agora passa a assinar a nova linha. A coleção será composta por sete modelos de calça, macacão, camisas, camisetas e casaco confeccionados em algodão, lã e viscose, e a cartela de cores são sóbrias e contemporâneas, que inclui o off-white, o verde musgo, o rosê, o marinho e o preto, e propõe uma modelagem mais ampla com traços assimétricos de forma a proporcionar conforto, modernidade e um vestir despretensiosamente alinhado.
NANDO revela toda afeição de Jeon pela alfaiataria somado a sua experiência de trabalhar para uma marca em que a feminilidade e cuidado estão sempre presentes. As peças criadas sob seu comando instigam pelo design e convidam a percorrer o olhar sobre os detalhes, além de trazerem acabamentos e minúcias internas que buscam estabelecer uma relação íntima e duradoura com o cliente.
Desenvolvida a partir de processos de confecção humanizados, que priorizam o feito à mão, NANDO carrega toda essência da marca feminina Fernanda Yamamoto, destacando conceitos inspirados na arquitetura e no design, aliados a alta qualidade das matérias-primas e acabamentos, características tão valorizadas pelo público na marca. O público-alvo da linha NANDO é o indivíduo que procura uma roupa autoral, bem elaborada, com estilo singular e tiragem limitada.
Sobre Fernando Jeon, bacharel em design de moda, com habilitação em modelagem pelo Senac desde 2011, cresceu em meio a rolos de tecidos, linhas e aviamentos ao lado da mãe e outros familiares que trabalhavam em confecção, na região do Brás e Bom Retiro, em São Paulo. Começava aí seu interesse por moda e a paixão por construção das roupas, revelada em alguns cursos de corte e costura que fez ainda na adolescência, realizando o primeiro curso extracurricular na AACESP (Associação de Alfaiates e Camiseiros do Estado de São Paulo). Na graduação, optou pela formação em moda com habilitação em modelagem, dedicando-se especialmente à técnica de alfaiataria e moulage. Para ele, as duas técnicas são complementares e, para executá-las, é preciso ter leveza nas mãos e conhecer bem a matéria-prima. Aprendeu a montar paletó masculino e feminino todo feito à mão, na Inglaterra, em curso realizado na na AUB (Arts University of Bournemouth). “O tecido é quem determina o processo a ser feito. É como trabalhar uma escultura”. conclui
LA LULU
À frente da marca La Lulu, duas figurinistas com muitas passagens pela TV Globo, publicidade e cinema, num encontro surgido quase ao acaso, já que uma é amiga da irmã da outra: Evelyn Branco – formada em design de moda pela UCAM e anos na labuta em programas como “Brava Gente”, “Os Normais”, “Malhação e “Vídeo Show”, e no jornalismo do Canal Futura – e Gizela Carneiro da Rocha – modelo no Brasil, Itália e Portugal dos anos 1980 aos 1990 que, após posar por aqui para brands como Yes Brazil e Marcia Pinheiro, se reinventou quando foi parar atrás da lentes, integrando a equipe de figurino de “A Grande Arte” (1991), de Walter Salles, sob o comando de Mari Stockler.
Com pequenas coleções-cápsula que são vendidas pelo Instagram e Whatsapp, no corpo a corpo digital junto às amigas. “Tem dado certo assim. Estamos até botando o e-commerce de pé para ampliarmos aquilo que já está funcionando, mas temos a consciência de que desejamos permanecer slow fashion”, revela Gizela.
Nesta terceira fornada de peças, batizada de “Olhos de Miranda” e que acaba de ser lançada, as meninas se concentraram na temática amazônica, tendo como musa a filha de Evelyn que dá nome à coleção. Explica-se: a moça de 16 anos é descendente de índios, tanto por parte de Evelyn, cuja origem vem dos Tamoios do Cabo Frio, quanto por parte do pai Domingos, de ascendência tremembé, do Ceará. “O grande público acha que os povos indígenas estão concentrados em reservas, isolados na mata, mas fizemos e fazemos a história do Brasil. Estamos em todos os lugares”, conta Evelyn.
Na coleção, o trabalho minucioso de pesquisa inclui referências às obras de Frans Krajcberg, como delicados manchados degradê nas camisolas que remetem às suas obras criadas com madeira carbonizada colhida nas queimadas. São técnicas de estamparia artesanal sobre tecidos sustentáveis, como o tecido de seda e fibra de banana ou a seda de bambu, ambos com tingimento natural desenvolvido em Belo Horizonte pelo artista mineiro especializado em tinturaria Claudio Omir.
Nos quimonos Guarani e Ximburé (em tupi, uma espécie de peixe do rio de mesmo nome), foram usados respectivamente a seda com algodão orgânico, da O Casulo Feliz – fiação de Maringá (PR) que produz fios de seda pura manuais, com emprego de mão de obra local e aproveitamento de casulos impróprios para a grande indústria –, e o linho rústico reciclado com sarja mostarda. Já o quimono Guarini (que, em tupi significa “guerreiro lutador”), foi confeccionado com tecido de eucalipto com tingimento vegetal à base de urucum, Por sua vez, as túnicas Ajubá (em tupi-guarani, “amarelo”) e Aimará (em tupi-guarani, “túnica em algodão e plumas) têm como matéria-prima linhos rústicos reciclados com sarja.
Todas as peças contam com estampas localizadas criadas pelo estúdio BW Design, da carioca Bianca Weber, a partir de referências pesquisadas nas culturas indígenas. Bianca é irmã da antropóloga Ingrid Weber, graduada pela UNICAMP, mestre em Antropologia Social pela UFRJ, mãe de filho indígena Yawanawá e bastante conhecida nas comunidades indígenas, junto das quais a criadora pesquisou as referências para a criação dos prints. Esses padrões de inspiração tribal foram realizados com carimbos executados com tintas vegetais preta e urucum, do Conservatório Etno Botânica & Studio InBlueBrazil, de Itamonte (MG), que desenvolve corantes naturais não poluentes.
Sobre as estilistas: Enquanto Evelyn, que acaba de participar do seu quinto longa-metragem com Luccas Neto (”Mapa do tesouro 2″), hoje se dedica aos filmes de cinema, Gizela, que estrelou o filme de lançamento do perfume Egoist, da Chanel, cuida do visual de comerciais que já rodaram o mundo, de marcas como a Diet Coke, além de ter trabalhado nos departamentos de estilo de grifes como Animale e Patrícia Viera.
Foram esses anos de estrada que levaram as duas a mergulharem nessa parceria fashion. “De repente me vi no meio da pandemia, com a produção audiovisual em boa parte interrompida. Então, resolvi botar de pé um velho sonho, que era ter uma marca bacana, bem slow fashion, mas centrada. Convidei a Gizela quando vi que passávamos por um contexto semelhante”, conta Evelyn. Gizela rebate: “Somos duas cariocas que não conseguem ficar paradas. O movimento audiovisual até já está voltando, mas agora vamos tocando a La Lulu, que é prioridade”. Evelyn finaliza: “Nossos percursos se encontraram numa energia bacanuda. Tudo o que fazemos na grife é resultado de anos de vivência”.
Ficha técnica:
Estilo Evelyn Branco e Gizela Carneiro
Direção criativa e styling Alexandre Schnabl / Scena Lúdica
Fotografia Rodrigo Lopes
Beleza Paulo Botelho
Modelos Miranda de Alcântara, Yasmin Martins e Matheus Pereira
Onde encontrar: (21) 99638-8903 @lalulu.kimonos
SANTISTA JEANSWEAR / CASA DE CRIADORES
A Santista Jeanswear, uma das maiores fabricantes de denim do Brasil, participou pela segunda vez, como patrocinadora da Casa de Criadores, aconteceu de 26 a 30 de julho, em formato 100% digital. E a empresa realizou um desfile próprio, como diferencial, e trouxe peças desenvolvidas somente por estilistas mulheres participantes do evento. O desfile foi gravado nas dependências do Centro Cultura São Paulo, com peças de jeanswear o desfile apresentou criações de Denise Salles, da Oroomin, Heloisa Faria, Heloisa Stropel, da Reptilia, Kel Ferey, da KF Branding), Livia Barros, da Ken-gá, Mônica Anjos, Marcella Maiumi, da Shitsurie, Pimentel, do Ateliê Criativa Vou Assim, e Priscilla Silva.
As estilistas utilizaram os tecidos do fabricante do mais autêntico denim do país, dos stretch, com toque e power; aos sustentáveis, como os artigos da linha Upcycle, que em sua composição utiliza até 50% fibras recicladas no urdume e na trama, sem tingimentos, que resulta em aspecto original, cria um enfeito denim rústico e autêntico; além de mínima utilização de água no processo, tornando-o o mais sustentável.
“A Santista Jeanswear sempre apoiou e acreditou na moda brasileira, foi a primeira a criar assessoria e concurso de moda, revelando talentos que hoje são representativos para o setor. A Casa de Criadores é mais do um movimento criativo, é um movimento de resistência ao lugar comum que dá voz às causas significativas. Desta vez além do evento, patrocinamos desfile realizado só por estilistas mulheres, mostrando seu poder criativo, potencialidades e novos olhares sobre o denim. Afinal, elas formam a maioria de consumo e força de trabalho no têxtil, apoiar o empreendedorismo delas significa fortalecer todo o setor”, explica Sueli Pereira, gerente de comunicação e moda.
O desfile aconteceu na sexta-feira (30) e pode ser visto no site da Casa de Criadores: www.casadecriadores.com.br
Estilistas e artigos utilizados:
Denise Salles (Oroomin) – utiliza os artigos Hope Stretch e o Lite
Heloisa Faria – utilizada o Upcycle IND
Heloisa Strobel (Reptilia) – utiliza o Hope Stretch
Kel Ferey (KF Branding) – utiliza os artigos Justin, Upcycle Concept e Joker
Livia Barros (Ken-gá) – utiliza os artigos Push Up e Khloe
Mônica Anjos – utiliza os artigos White Denin Lite, White Denin Trend e Upcycle Concept
Marcella Maiumi (Shitsurie) – utiliza o Joker
Pimentel (Ateliê Criativa Vou Assim) – utiliza os artigos Upcycle Now Black, Joker e White Denim
Priscilla Silva – utiliza os artigos Justin e Upcycle Concept
Além das nove estilistas mulheres, os estilistas abaixo usaram Santista Jeanswear em suas coleções:
Alexandre dos Anjos
Ateliê Criativa Vou Assim
Berimbau
Dendezeiro
Estamparia Social
Gefferson Vila Nova
Ken-gá
KF Branding
Leandro Castro
Mônica Anjos
NotEqual
Oroomin
PIM (Periferia Inventando Moda) - X Brand, Riddin, Dellum, Couto Store
Priscilla Silva
Rafael Caetano
Reptilia
Shitsurei
Studio Ellias Kaleb
Vivão
Sobre a Santista Jeanswear - É marca de origem brasileira criada em 1929, é uma das principais produtoras do autêntico denim no país e tecidos para roupas profissionais. Com um posicionamento que se estende do mercado nacional ao internacional, apoiando seus clientes com equipes especializadas de consultoria de produto, moda e lavanderia. Reconhecida por 25 anos como a marca TOP OF MIND de uniformes no Brasil.
A Santista Jeanswear traz em seu DNA inovação, sustentabilidade e tradição em coleções atualizadas com as tendências globais e produtos tradicionais e tecnológicos para uniformização.
Sobre a Casa de Criadores - É o maior evento dedicado à moda autoral brasileira e lançador de novos talentos. Seguindo o calendário de lançamento de coleções (primavera/verão e outono/inverno) o evento acontece duas vezes por ano na cidade de São Paulo. Surgiu em maio de 1997, quando um grupo de jovens estilistas decidiu, em parceria com o jornalista André Hidalgo, promover um evento para lançar suas novas coleções.
O objetivo principal era o de criar um espaço que permitisse a estes estilistas uma proximidade maior com o mercado da moda brasileira. Desde o começo o foco sempre foi a criação autoral genuína e a revelação de novos talentos que, a partir do evento, tivessem a oportunidade de impulsionar suas carreiras. Dessa iniciativa surgia um evento que se transformou, no decorrer de sua história, na principal e mais visível vitrine da criação da moda brasileira. Centrado, inicialmente, num movimento nascido na cena underground paulistana que aliava moda, comportamento e música eletrônica, a Casa de Criadores ampliou seu universo e foi incorporando estilistas e criadores de outros estados brasileiros – nos mais variados estágios de carreira.
da redação com informações da Faculdade Santa Marcelina pela XCOM Agência de Comunicação; Insider da Agencia Casa 9; Nando da Márcia Fonseca Comunicação; LA LULU do Alexandre Schnabl da Scena Lúdica Style Design Comunicação & Branding SANTISTA JEANSWEAR da Helena Augusta Assessoria de Comunicação
as imagens: fotos/divulgação
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- tags: #INSIDER #NANDO #LA LULU #SANTISTAJEANSWEAR