burberry encerra lfw com chave de ouro
admin • 23/09/09, 10:59
A direção da tradicional Burberry Prorsum não mediu esforços para marcar sua volta à terra natal após várias temporadas apresentando suas coleções femininas em Milão. Muito champagne antes mesmo do desfile começar, uma passarela gigante (40 metros) instalada no Chelsea College of Art and Design, e uma primeira fila cheia de estrelas. Além das vedetes locais, como a modelo Agyness Deyn e a apresentadora de televisão Alexia Chung, podia-se ver, lado a lado, as atrizes Gwyneth Paltrow, Liv Tyler e Maggie Cheung, a fashionista Mary-Kate Olsen, o fotógrafo Mario Testino, a ícone dos anos 60 Twiggy, a ex-Spice Girls e atual modelo-estilista-fashionista Victoria Beckham, além, é claro, da amiguinha de Harry Potter, a atriz Emma Watson, musa das campanhas da marca.
Na passarela, o estilista Christopher Bailey conseguiu, pela primeira vez em muito tempo, apresentar uma coleção com cores de verão: além dos marrons, caquis e camelos típicos da grife, cores pálidas e suaves (verdes, amarelos e violetas) trouxeram leveza aos vestidos mostrados. O ponto forte ficou por conta dos drapeados, vistos em outras passarelas londrinas, mas que aqui vêm com vários nós, criando belos efeitos nas saias, nos ombros e às vezes na peça inteira. As mangas são bem ajustadas e, em alguns casos, a gente se pergunta como a modelo conseguiu vesti-la! Coisas de desfile…
Burberry também apresentou alguns looks marculinos com os trech coats que fizeram sua reputação, porém o que mais chama a atenção é o número de acessórios na passarela. Além dos cintos, que marcam praticamente todas as silhuetas, várias bolsas deixam transparecer a vontade da marca em de desenvolver ainda mais esse segmento.



Mesmo se ainda hoje algumas grifes masculinas ainda apresentam suas coleções (outra novidade dessa edição), a badalada festa organizada pela Burberry em sua sede após o desfile fechou oficialmente – e com chave de ouro – a Fashion Week londrina. O balanço das comemorações desse 25 anos do evento é bem positivo. Agora basta saber se o retorno de imagem (e financeira) alcançará as expectativas. Enquanto isso o mundinho da moda já começa arrumar as malas. Próxima parada: Milão. Silvano Mendes
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Um evento discreto, se não fosse a passagem relâmpago de Anna Wintour, que sempre causa frisson. Nas modelos estáticas o publico pôde ver uma coleção que brinca com alguns clássicos, abusa com sucesso das listras e mesmo se trabalha com formas bem convencionais, não se leva a coisa muito a sério, como provam os gatos estampados ou bordados em algumas peças. Good point !
As pernas também foram valorizadas por minissaias cada vez mais curtas, presentes na passarela da mesma Twenty8Twelve que, apesar de não inovar muito, sempre chama a atenção com seus convidados celébres. Já House of Holand preferiu investir nos vestidos colados e colocou todas as suas fichas em uma mulher sexy, cheia de rendas e transparências. As peças são quase lingeries de luxo e até a noiva entra na igreja com um vestido rendado onde todo o corpo pode ser visto.
A fluminense Daniella Issa Helayel já havia avisado que sua coleção teria uma influência praiana e meio selvagem, mas os convidados não esperavam tanto: vestidos e túnicas com cores explosivas, shorts em couro vermelho, tucanos e bananas estampados, e até maiô em onça prateado – usado por Naomi, é claro. No entanto, mesmo se os desenhos remetiam ao Brasil, era impossível não sentir os ares de Capri, com seus chapéus gigantes e suas formas quase psicodélicas, bem no estilo Pucci.
O estilista, um dos mais cotados do momento - principalmente depois de sua mini-coleção realizada em parceria com o gigante da fast fashion H&M -, trouxe para a passarela uma mulher segura de si e que não tem medo de misturar estampas com drapeados. O tom futurista dado pelos ombros marcados, os metálicos e os detalhes em triângulos espelhados – homenagem a Paco Rabanne ? – contrastavam com as jaquetinhas e blazeres tirados do smoking, numa inspiração que também foi vista em outras passarelas dessa temporada.
Já Vivienne Westwood, que apresentou sua linha mais casual Red Label, optou mais uma vez pela ironia : as modelos mordiam pedaços de capim, brincavam com bichinhos de pelúcia e faziam até caretas para os fotógrafos. E mesmo se as peças não traziam muita informação nova, a passagem da eterna ícone punk é sempre uma performance que vale a pena ser vista. Silvano Mendes
Quando Hayley Morley abriu o desfile com sua silhueta cheia de curvas, mais próxima do 42 que do 32, o público ficou meio desorientado, principalmente quando viu as modelos “convencionais” entrarem em seguida, provocando um efeito de comparação inevitável. Dizem até que Daniela Agnelli, uma das stylists da marca, abandonou o backstage no meio da preparação alegando que não conseguia vestir as três modelos mais cheinhas.
Mesmo se o veterano Paul Costelloe, que desfila há 15 anos na LFW, abriu as apresentações seguido de Caroline Charles – que começou trabalhando nos anos 60 com Mary Quant, a criadora da minissaia ! – o dia foi pontuado por novatos como a coreana Eun Jeong e o turco Bora Aksu. Os dois estilistas, formados pela Central Saint Martins, justificaram a reputação de celeiro de talentos da famosa escola britânica.
Durante essa edição comemorativa a semana da moda londrina conta com suas estrelas habituais, como Paul Smith e Vivienne Westwood – com sua linha Red Label –, mas também com o retorno de nomes como Matthew Williamson e Jonathan Saunders, que antes se apresentavam em Nova York, além de Burberry Prorsum, que desfilava sua coleção feminina em Milão e volta à terra da rainha. O Brasil também é representado no line-up do evento com Issa London e os duos anglo-brasileiros Clements Ribeiro (fora das passarelas desde 2005), Basso & Brooke e Romeo Pires, que desfilam pela segunda vez.