BRECHOS E SECONDHAND

worldfashion • 16/02/23, 16:03

O mercado de secondhand (segunda mão) não para de crescer. Estima-se que o valor movimentado para esse segmento deverá dar um salto de US$ 36 bilhões em 2021, para US$ 77 bilhões em 2025, de acordo com a consultoria alemã Statista. Os fatos comprovam, os números depois do boom do comércio de secondhand de bolsas e peças de vestuário de luxo, que pareciam bem distante para algumas pessoas, hoje já há uma alternativa muito interessante e acessível para aqueles que têm receio de se aventurar nesse meio. O mercado que está em expanção, oferece diversas as vantagens, entre elas a possibilidade de consumir peças de luxo com um valor mais prático e viável.
Segundo estudo da empresa de análise de varejo GlobalData, estima-se que o valor movimentado pelo segmento de joias usadas em todo o mundo deve ir de US$ 24 bilhões em 2019 para US$ 51 bilhões em 2025, o que equivale a um aumento de 112,5%. No Brasil não é diferente: a abertura de estabelecimentos que vendem usados aumentou 48,58% nos seis primeiros meses dos anos de 2020 e de 2021 — o maior número em seis anos, segundo o Sebrae.

ORIT

Para não cair em armadilhas na hora da compra, a Orit empresa brasileira, tradicional no setor de joias secondhand de luxo desde 1958, que atua na compra e venda de joias, relógios e acessórios de luxo, conta com valores atrativos. Peças certificadas da Rolex, Cartier e outras grandes marcas - além de joias - fazem sucesso com o público justamente por serem mais acessíveis e terem sua autenticidade garantida, adverte alguns cuidados, entre eles: verificar a credibilidade da loja onde está comprando, conferir a autenticidade.
Isso porque a Orit possui uma equipe de curadores e especialistas. “Todas as peças passam por um processo que contempla ajustes e polimento, quando necessários, são higienizadas e todas recebem um certificado de garantia e originalidade Orit. Nossa equipe de avaliadores é experiente e temos gemólogos com certificação GIA — Instituto Gemológico da América, a mais importante instituição certificadora de diamantes e pedras preciosas”, explica Giovanna Landi, Gerente de Produtos da Orit.
Para não cair em armadilhas na hora da compra, a especialista adverte alguns cuidados, entre eles: verificar a credibilidade da loja onde está comprando, conferir a autenticidade de acordo com a marca de cada peça a partir das instruções do fabricante, além de realizar uma pesquisa de mercado para checar diferentes valores e oportunidades de compra.
Quando a opção é vender um produto, a vantagem de se vender para a Orit é que o pagamento à vista ao cliente. “Nossos avaliadores oferecem o serviço de pré-avaliação por WhatsApp ou de forma presencial. A negociação é sempre finalizada presencialmente em uma de nossas duas lojas localizadas nos Shoppings Ibirapuera e Pátio Higienópolis, em São Paulo. O pagamento é feito no ato e à vista”, explica Giovanna.
No Instagram @orit.joia

CLOSET CARE

Há 8 anos, Fernanda Hellmeister iniciou no mercado, incentivada pela mãe que estava reciclando suas peças, criou uma página em uma rede social. Com a evolução das vendas, estruturou uma plataforma especializada na revenda de artigos de luxo e seminovos, a Closet Care. A curadoria das peças são feitas com muita seriedade para garantir ao comprador a autenticidade das peças à venda, com a parceria dos escritórios de perícias antifraudes, da qual é sócia também.
Conforme a Fernanda: as bolsas da Louis Vuitton fabricadas em Canvas e estampadas no Monogram, obrigatoriamente, ao sair da loja, começam a ter suas alças bronzeadas naturalmente. Aquela bolsa com as alças bem clarinhas e branquinhas merecem maior atenção! Já um dos maiores erros das peças falsificadas da Chanel são os Hot Prints fixados na etiqueta interna que, muitas vezes, estão com cor diferente dos demais metais da peça. Outra dica importante, e vale para todas marcas, é verificar a presença de resquícios de cola, costuras tortas e cheiro de tinta barata. Essas são fortes evidências de uma peça fake.
A plataforma é especializada na revenda de artigos de luxo seminovos e tem quase 170 mil seguidores, incluindo muitos famosos como Luiza Helena Trajano, Iza, Val Marchiori, César Menotti, Simony, Felipeh Campos e Silvia Bonfliglioli, entre outros.
“É fascinante trabalhar com aquilo que a gente ama, além de ser uma excelente oportunidade para quem busca comprar peças por um valor bem mais acessível” comenta Fernanda.
Os preços das peças depende muito do material, marca e até mesmo o estado do produto. Mas, geralmente, está entre R$ 500 a R$ 120 mil. Agora, se a peça for de couro exótico então, pode chegar a custar bem mais.
Há peças para os homens também. Relógios, óculos, canetas, gravatas, mochilas, pastas, camisas, calçados. Mas muitos também compram para presentear suas mulheres. Atendem a todos os bolsos e gostos. O público LGBTQIAP+ também não fica de fora, compram muito e também desapegam bastante.
Hoje em dia, comprar Second Hand (segunda mão, em tradução livre) deixou de ser tabu ou vergonha. Comprar em brechó é chique, inteligente, atual e é uma oportunidade de um consumo responsável, já que as peças de segunda mão geram impacto positivo de repensar o consumo e a extensão da vida útil da peça, reduzindo significativamente os recursos naturais que são utilizados. E ainda ter peças de marca incluem as pessoas, num seleto grupo de exclusividade do luxo, além de um bom investimento!
No Instagram @closet.care

“Desapega que a vida carrega”

Natália Martinhão, de 36 anos, não imaginava que, ao voltar ao Brasil, depois de morar em Medelin, na Colômbia, não teria como usar todas as suas roupas, sapatos e bolsas dos quais tanto gostava. “Os eventos que eu frequentava lá e aqui em Teresina eram diferentes, o próprio clima já não era o mesmo e eu queria coisas novas. Então, informalmente, comecei a vender minhas peças nas redes sociais. Percebi que fazia sucesso e vendia bem, então minhas amigas me pediram ajuda e passei a vender as peças delas, também. Nasceu um negócio e eu nem me dei conta desse começo”, relembra.
O brechó de luxo “Desapega que a vida carrega” tem seis anos e, hoje, é uma empresa muito bem-sucedida, formalizada e com profissionais capacitados em toda a sua estrutura. Da curadoria de moda à logística, passando pela contabilidade, jurídico, gestão de pessoas e marketing, tudo é organizado para que funcione adequadamente – e o resultado se apresenta em números.
Para se ter ideia, em 2022, a marca faturou R$ 3,5 milhões, resultado 70% superior ao ano anterior. “Nossa entrada na capital paulista fez com que atingíssemos mais público vendedor e comprador – dois elos importantes do nosso negócio”, enfatiza Martinhão.
Para que se entenda melhor a história do “Desapega que a vida carrega”, era um brechó em Teresina (PI), com loja física e e-commerce. Pouco tempo depois, inaugurou uma loja física também em São Luís (MA). O sucesso da empreitada fez com que a empreendedora Natália Martinhão tivesse a ideia de abrir um showroom em São Paulo, que é a capital onde a Moda Circular se faz mais presente. “Captamos mais peças para venda na capital paulista, tanto em quantidade quanto em qualidade”, diz ela.
Assim, no segundo semestre de 2022, o “Desapega que a vida carrega” chegou a São Paulo, mudando totalmente seu posicionamento e deixando de ser apenas o maior brechó de luxo do Nordeste para figurar entre os mais importantes brechós de luxo do Brasil. Viajou com suas lojas pop-up pelo Brasil e reforçou seu e-commerce, alcançando clientes em todos os estados. A aposta, agora, é dobrar de tamanho em apenas um ano
O acervo conta com 30 mil peças, aproximadamente. São roupas femininas e masculinas, calçados, bolsas e acessórios (como óculos, cintos, lenços e chapéus) de grifes variadas, das mais cobiçadas e de alto valor (como Hermés, Chanel, Prada, Gucci, Louis Vuitton) até as mais acessíveis (como Zara).
O preço das peças pode variar de R$ 500 a R$ 130 mil, dependendo da grife e raridade do produto, tendo bolsas, por exemplo, que chegam a custar mais do que uma nova, vendida em lojas, por sua raridade.
A logística utilizada pelo brechó é própria, para garantir que o cliente receba o produto em condições ideais – até porque aquele produto é único e precisa de cuidados especiais. “Quando uma bolsa chega, ela é vendida em minutos. Nosso marketing, nas redes sociais, é muito forte e as clientes sabem que os produtos têm garantia de originalidade e qualidade”, enfatiza Natália Martinhão.
São 300 mil clientes cadastrados, que podem receber as novidades que chegam diariamente – e muitos têm seus vendedores preferidos no radar. São comercializadas mais de 200 grifes pelo brechó.
No ano que começa, Natália Martinhão e sua equipe preparam-se para firmar novas parcerias e viajar pelo Brasil com o “Desapega que a vida carrega”, no formato de pop-up stores. E inaugurar mais três lojas físicas, todas em capitais do Nordeste (ainda a definir). A estratégia permitirá ampliar as vendas na região e melhorar a logística local, já que o brechó já vende muito nos estados nordestinos.
Com isso, Natália Martinhão acredita que dobrará o tamanho de seu empreendimento em 2023. “A Moda Circular não é apenas uma tendência, é um segmento consolidado e que foi adotado por todas as pessoas que valorizam peças atemporais, luxuosas e de bom gosto. Renovar o guarda-roupa de forma criativa requer conhecimento e a curadoria de moda é uma prestação de serviços utilíssima e inteligente”, finaliza.
no Instagram: @desapegaqavidacarrega