ABIT - BALANÇO 2024

worldfashion • 17/01/25, 16:25

O perfil do setor em 2024 evidenciou sua importância na economia nacional. Com faturamento de R$ 203,9 bilhões em 2023 e estimativa de R$ 215 bilhões em 2024, a indústria têxtil e de confecção compreende 25,3 mil empresas com mais de cinco funcionários, gerando 1,3 milhão de empregos diretos e contribuindo com R$ 32,9 bilhões em salários e remunerações. Além disso, recolheu R$ 24,4 bilhões em impostos e taxas. Os dados ratificam a posição da indústria têxtil e de confecção brasileira como a quinta maior do mundo.

Em termos de empregos, o setor também apresentou resultados positivos. De janeiro a outubro de 2024, foram criados 30,7 mil postos de trabalho, sendo 14,2 mil no segmento têxtil e 16,5 mil no de confecção. No período de dezembro de 2023 a novembro de 2024, o saldo positivo do setor como um todo foi de 7,1 mil vagas. O setor segue como âncora da inflação, uma vez que, com margens muito estreitas e competição com produtos importados, acaba por absorver custos sem repassar ao consumidor.

No tocante à produção, o segmento têxtil registrou crescimento de 4% entre janeiro e novembro de 2024 em relação ao mesmo período de 2023, enquanto o vestuário avançou 3,8%.

Também cabe enfatizar o lançamento pela Abit, em 2024, da Liga de Descarbonização, um passo significativo no percurso do setor em sua jornada rumo à produção e consumo sustentáveis. Tal movimento apresenta um cenário promissor para o futuro da moda e alinha a atividade às exigências globais de redução de emissões de gases de efeito estufa.

COMÉRCIO EXTERIOR

No comércio exterior, as exportações de produtos têxteis e de confecção em 2024 totalizaram US$ 908 milhões, enquanto as importações chegaram a US$ 6,6 bilhões, resultando em um saldo negativo de US$ 5,7 bilhões. Em relação ao ano anterior, o volume das importações aumentou 20,8% e das exportações diminuiu em 3,8%. As compras externas de roupas tiveram expansão de 21,4%, sendo a maior parcela advinda da China.

Apesar do déficit na balança comercial, o setor busca fortalecer sua competitividade no mercado internacional. Nesse sentido, o programa Texbrasil, realizado por meio de parceria entre a Abit e a Apex, apoiou 181 empresas em 20 feiras e eventos internacionais em 2024. A iniciativa gerou negócios imediatos de US$ 16 milhões e uma expectativa de mais de US$ 122 milhões em vendas futuras.

Outro programa da Abit, o Vista Brasil, numa promoção conjunta com o Sebrae e voltado ao fomento de micro e pequenas empresas, apoiou 15 delas em duas feiras nacionais. Os negócios realizados nos próprios eventos somaram R$ 1,33 milhão e expectativa de outros R$ 3,64 milhões nos próximos 12 meses.

EMPRESÁRIOS CONFIANTES

Para 2025, segundo levantamento feito pela Abit com empresários do setor, as perspectivas são otimistas. Dentre os entrevistados, 45% preveem crescimento moderado do mercado interno, entre 2,1% e 4%, e 8% acreditam em um aumento significativo das exportações. Investimentos também estão no horizonte, com 42% das empresas planejando aportar recursos moderadamente, priorizando maquinário, tecnologia e automação, e 31% focando na expansão da capacidade produtiva.

O avanço dos programas Nova Indústria Brasil (NIB), Depreciação Acelerada e Brasil + Produtivo é considerado estratégico pela Abit em 2025. Os principais desafios para este ano incluem a escassez de mão de obra qualificada, custos de produção e a necessidade de adaptação às novas tecnologias.

Algo que poderá impulsionar de modo expressivo o setor é o acordo entre Mercosul e União Europeia, concluído no final de 2024, mas que precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países signatários. A Abit foi uma das entidades pioneiras nas negociações dos parâmetros mercadológicos, num trabalho consistente de diplomacia econômica realizado em conjunto com a European Apparel and Textile Confederation (Euratex).

Apesar das dificuldades, dentre elas o desequilíbrio fiscal do Estado, que gera incertezas, a indústria têxtil e de confecção mantém o foco em inovação, sustentabilidade, crescimento e maior participação no mercado global. Os dados referentes a 2024 reiteram o papel estratégico do setor na economia brasileira.

da redação com informações da Ricardo Viveiros & Associados Oficina de Comunicação

ABICALÇADOS

worldfashion • 13/01/25, 14:55

Nos dados elaborados pela ABICALÇADOS - Associação Brasileira das Indústrias de Calçados, somente no mês de dezembro 2024, entraram no Brasil mais de 3,2 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 42,65 milhões. Os registros apontam para altas de 75% em volume e de 46,5% em receita no comparativo com o mesmo mês de 2023.

No acumulado de todo o ano passado, as importações alcançaram 35,8 milhões de pares e US$ 477,72 milhões, incrementos de 26,3% e 7,9%, respectivamente, ante 2023.

As principais origens das importações seguem sendo os países asiáticos China, Vietnã e Indonésia, que responderam por mais de 80% dos calçados que entraram no Brasil ao longo do ano. O Vietnã, no último mês de 2024, exportou para o Brasil 887,8 mil pares de calçados por US$ 16,68 milhões, altas de 56% em volume e de 42,2% em receita na relação com o mesmo mês de 2023. No acumulado de 2024, as importações de calçados oriundos do Vietnã somaram 11,9 milhões de pares e US$ 224 milhões, altas tanto em volume (25%) quanto em receita (5,2%) em relação a 2023.

Em dezembro, foram importados da China 860 mil pares de calçados por US$ 3,9 milhões, incrementos de 105,8% em volume e de 48% em receita no comparativo com o mesmo período de 2023. No acumulado do ano, as importações de calçados da China somaram 9,8 milhões de pares e US$ 40,2 milhões, alta de 4% em volume e queda de 16% em receita em relação a 2023. O preço médio ficou em US$ 4,06, queda de 19% ante 2023, um indicativo de preços artificialmente abaixo dos praticados no mercado (dumping).

Fechando o ranking das principais origens das importações apareceu a Indonésia, que em dezembro embarcou para o Brasil 846,74 mil pares por US$ 13 milhões, incrementos de 105,8% em volume e de 48% em receita na relação com o último mês de 2023. No acumulado de 2024, as importações da Indonésia registraram 6,8 milhões de pares e US$ 110,26 milhões, altas tanto em pares (52%) quanto em receita (26%) em relação a 2023.

NOVOS PLAYERS

Além do aumento das importações, que tiram espaço dos calçados brasileiros nas prateleiras das lojas, preocupam a Abicalçados os novos entrantes no mercado das importações. Em 2024, apareceram players asiáticos como Camboja, Índia, Mianmar e Bangladesh, que juntos exportaram para o Brasil mais de 2,5 milhões de pares, 56% mais do que em 2023. “Existe uma mudança na produção intra-Ásia em busca de menores custos com mão de obra. E, no caso das exportações para o Brasil, também para driblar a tarifa de antidumping aplicada contra o calçado chinês (hoje em US$ 10,22 por par, além da tarifa de importação)”, explica o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira. Segundo ele, o alerta foi realizado para o Governo Federal, que ficou de analisar o caso com base nos dados fornecidos.

EXPORTAÇÕES CAIRAM

Diferentemente das importações, as exportações do setor caíram em 2024. Dados elaborados pela Abicalçados apontam que, em dezembro, foram embarcados 7,83 milhões de pares por US$ 72,4 milhões, incremento de 5,4% em volume e queda de 1,4% em receita na relação com o último mês de 2023. No acumulado do ano, as exportações brasileiras somaram 97,45 milhões de pares e US$ 976 milhões, quedas tanto em volume (-17,7%) quanto em receita (-16,4%) em relação a 2023.

As principais origens das exportações de 2024 foram o Rio Grande do Sul (32,28 milhões de pares e US$ 485,36 milhões, quedas de 8,6% e 10,9%, respectivamente, ante 2023); Ceará (30,2 milhões de pares e US$ 199,3 milhões, quedas de 17,5% e 25%); e São Paulo (5,84 milhões de pares e US$ 91,26 milhões, quedas de 23% e 16,7%).

DESTINOS

O principal destino dos embarques brasileiros ao longo de 2024 foi os Estados Unidos, para onde foram embarcados 10,28 milhões de pares por US$ 216,3 milhões, quedas tanto em volume (-3,3%) quanto em receita (-4,8%) em relação a 2023. Na sequência, aparecem a Argentina (12,6 milhões de pares e US$ 201,54 milhões, quedas de 10,5% e 10%, respectivamente) e Paraguai (8,34 milhões de pares e US$ 42,7 milhões, quedas de 20,6% e 13,5%, respectivamente).

Confira as tabelas completas no link https://bit.ly/40wMtFu

Novo endereço da Abicalçados - Rua Júlio de Castilhos, 561 - Centro Novo Hamburgo, RS 93510-130 Brasil - Telefone: (51) 3594.7011.

da redação com informações do assessor de imprensa Diego Rosinha

ARTIGO - Brasil precisa acelerar o ritmo das agendas prioritárias muito antes do Carnaval chegar

worldfashion • 09/01/25, 09:12

Por Fernando Valente Pimentel*

No entanto, o horizonte de 2025 apresenta alguns pontos de atenção. A sustentabilidade fiscal permanece como fonte de preocupação para os mercados, refletindo-se na valorização do dólar e na manutenção de taxas de juros elevadas. As projeções indicam uma desaceleração do aumento do PIB e uma redução no ritmo dos investimentos, sinalizando a necessidade de ações corretivas imediatas.

Nesse contexto, a agenda da Nova Indústria Brasil (NIB) emerge como pauta fundamental para o crescimento sustentável. O fortalecimento da base manufatureira, de modo a aumentar a participação mundial do Brasil no comércio de bens e produtos de maior valor agregado, é essencial para gerar empregos qualificados e reduzir vulnerabilidades externas. A transição energética e a economia verde apresentam oportunidades únicas para o País recuperar seu protagonismo no setor, aproveitando nossas vantagens competitivas em energia limpa e biodiversidade.

Um desafio particularmente grave e urgente é o combate ao crime organizado, que tem demonstrado crescente ousadia e capacidade de articulação. As facções não apenas causam perdas irreparáveis de vidas humanas, mas também geram impactos econômicos substanciais, afetando o comércio, o turismo e os investimentos em diversas regiões. A sensação de insegurança e os custos diretos e indiretos da violência representam um pesado fardo para o desenvolvimento nacional, exigindo resposta coordenada e efetiva do Estado em todas as suas esferas.

O cenário internacional adiciona ingredientes de complexidade e incerteza para 2025. Os conflitos mais visíveis entre Rússia e Ucrânia e no Oriente Médio arrastam-se sem perspectiva clara de resolução e continuam impactando as cadeias globais de suprimentos e os preços das commodities. Em paralelo, as crescentes tensões entre China e Estados Unidos - especialmente no campo tecnológico e comercial - geram instabilidade nos mercados internacionais e exigem um delicado exercício de equilíbrio diplomático dos demais países.

A volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos é uma nova variável na equação geopolítica global. As incertezas quanto ao posicionamento norte-americano em questões cruciais - desde acordos comerciais até compromissos climáticos - podem afetar significativamente o ambiente do comércio exterior e exigir readequações nas estratégias diplomáticas e comerciais do Brasil. Tal cenário reforça ainda mais a importância de fortalecermos nossa base industrial e reduzirmos dependências externas estratégicas. Ademais, esse quadro, com potencial aumento expressivo do imposto de importação sobre os produtos chineses por parte dos EUA, levará a desvios de comércio, e o Brasil será um dos estuários desse redirecionamento, com o setor têxtil e de confecção sendo especialmente afetado. Em 2024, por exemplo, a importação de produtos têxteis e confeccionados cresceu seis vezes mais do que a produção e o consumo locais.

O ano de 2025 é decisivo, demandando ação coordenada e determinada em diversas frentes. O desequilíbrio fiscal, a trajetória ascendente da dívida pública e a necessidade de fortalecer a política industrial moderna e competitiva são desafios que precisam ser enfrentados com eficácia e pragmatismo. Não há espaço para procrastinação ou soluções paliativas. O momento exige reformas estruturantes, como a administrativa, que seguiu adormecida em 2024, e medidas efetivas de equilíbrio e bom senso na dosimetria dos juros e política fiscal.

No âmbito político-institucional, enfrentaremos uma agenda intensa no Congresso Nacional e no Poder Judiciário. As decisões tomadas nessas esferas terão impacto direto na capacidade do Brasil de endereçar seus problemas mais urgentes, desde a segurança pública até a manutenção de uma trajetória de crescimento sustentado e sustentável, passando pela criação de um ambiente favorável aos investimentos produtivos e à inovação tecnológica.

Em paralelo, 2025 coloca o País em posição destacada no cenário internacional. A presidência do BRICS oferece oportunidade única para exercermos liderança em questões globais estratégicas, especialmente em um momento de realinhamento das forças geopolíticas mundiais. Ademais, a realização da COP 30 em Belém do Pará, em novembro, reforça o protagonismo brasileiro nas discussões sobre sustentabilidade e mudanças climáticas, tema que ganha ainda mais relevância diante das incertezas sobre o comprometimento das grandes potências com as metas ambientais do planeta e que pode catalisar nossa reindustrialização verde.

O questionável estigma popular de que o ano brasileiro só começa após o Carnaval precisa ser deixado de lado. Os desafios e oportunidades que se apresentam não podem esperar. É imperativo iniciar 2025 a pleno vapor, com senso de urgência e determinação, mobilizando todos os setores da sociedade e do poder público em torno de uma agenda comum de desenvolvimento e segurança. O País não pode, como consta em conhecido verso de Chico Buarque de Holanda, ficar “se guardando para quando o Carnaval chegar”. É hora de manter a sintonia, a afinação, o ritmo e a harmonia no âmbito das agendas prioritárias.

É premente arregaçar as mangas e trabalhar pela construção do futuro que o Brasil merece, tendo em vista não apenas os desafios domésticos, mas também seu papel em um mundo cada vez mais complexo e interconectado. Um país mais forte industrialmente e em outros segmentos da economia será mais resiliente e capaz de garantir bem-estar e vida melhor para sua população.

*Fernando Valente Pimentel é o diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

ARTIGO - Alerta: desafios urgentes para a indústria têxtil e de confecção

worldfashion • 14/11/24, 14:15

Por Fernando Valente Pimentel (*)

Nos últimos 10 anos, o Brasil experimentou redução na renda per capita medida em dólares, indicando um empobrecimento relativo da população, que afetou diretamente o consumo interno, base fundamental para esse importante setor da economia nacional. Com o mercado interno enfraquecido, perdemos participação para produtos importados, muitas vezes beneficiados por práticas comerciais desleais ou subsídios governamentais em seus países de origem.

Nossas exportações permaneceram relativamente estáveis, prejudicadas pela crise econômica em mercados-chave, como a Argentina. Tal situação limita as oportunidades de crescimento e diversificação para as empresas brasileiras. O atual ambiente do comércio internacional, marcado por tensões geopolíticas e medidas protecionistas, coloca o Brasil em posição vulnerável. Com o recente crescimento do PIB e do consumo interno, o País torna-se alvo atrativo para exportadores estrangeiros, fator potencialmente capaz de prejudicar ainda mais a indústria local.

Cabe ressalvar que o setor têxtil e de confecção teve e continua tendo participação na construção da Nova Indústria Brasil (NIB), ação relevante do Governo Federal, que inclui o plano Mais Produção, com financiamento do BNDES, e se soma ao B+P e ao programa de Depreciação Acelerada, dentre outras ações relevantes. São iniciativas positivas, que posicionam a indústria no centro das políticas de desenvolvimento, de modo coerente com seu significado na geração de empregos em quantidade e qualidade, fomento de tecnologia e inovação, exportações de itens com maior valor agregado e redução da dependência externa.

No entanto, é preciso ponderar que os efeitos positivos da NIB serão percebidos principalmente a médio e a longo prazo, em contraste com a conjuntura atual enfrentada pela indústria têxtil e de confecção. Para superar esses desafios urgentes, é crucial avançar na agenda de competitividade sistêmica do País, por meio das seguintes ações: reduzir o “Custo Brasil”; implementar medidas de defesa comercial contra práticas desleais, defendendo  a indústria nacional; acelerar a negociação e implementação de acordos comerciais, especialmente entre o Mercosul e a União Europeia, para ampliar o acesso a novos mercados; investir em inovação e tecnologia para aumentar a produtividade e competitividade do setor; e desenvolver políticas de incentivo à modernização industrial e qualificação e oferta de mão de obra.

A inação diante do cenário atual e de curto prazo pode resultar em graves consequências para a indústria têxtil e de confecção brasileira, com potenciais perdas de empregos, fechamento de empresas e aumento da dependência externa, a despeito do fato de o setor estar crescendo este ano e gerando empregos. É fundamental que governo, setor privado e sociedade civil unam esforços para fortalecer esse importante segmento da economia nacional, que se situa entre os cinco maiores do mundo, com R$ 200 bilhões de faturamento e 1,3 milhão de empregos, garantindo sua competitividade e sustentabilidade no longo prazo. Apenas com uma abordagem coordenada e proativa será possível superar os desafios atuais e posicionar o setor de maneira mais dinâmica e eficaz no contexto global.

(*) Fernando Valente Pimentel é diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

9º CONGRESSO INTERNACIONAL ABIT 2024

worldfashion • 01/11/24, 16:15

O Congresso teve como tema “Conexões Brasil – Mundo: Caminhos Estratégicos para Competitividade”, o evento discutiu o posicionamento estratégico da indústria têxtil e de confecção brasileira no mercado global, considerando tanto questões já abordadas em edições anteriores quanto novos temas que surgiram no mundo e que impactam todo o ecossistema da

da moda.

PRIMEIRO DIA 30 DE OUTUBRO 2024 QUARTA FEIRA

Na cerimônia de abertura do  Congresso, no Senai Cimatec, em Salvador (BA), o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, anunciou planos para fortalecer o setor no Estado. Também expressou seu compromisso com a segurança jurídica e a viabilidade dos negócios. “Fizemos investimentos estruturantes em estradas, buscando portos, aeroportos e aeródromos, em prol da mobilidade de pessoas e de cargas, garantindo a produção e um ambiente seguro de energias renováveis”, salientou.

Rodrigues mostrou mapa produzido em parceria com o Senai Cimatec sobre o potencial energético da Bahia, considerando a eólica, solar e, por consequência das duas, o hidrogênio verde. “Portanto, temos capacidade de oferecer matriz energética limpa e mão de obra qualificada”, enfatizou, assegurando o interesse do Estado no desenvolvimento do setor.

Em sua fala de abertura, Fernando Valente Pimentel, diretor-superintendente da Abit, apresentou mensagem de compromisso com a sustentabilidade do presidente da entidade, Ricardo Steinbruch, que não pôde participar.  “A COP 30, que ocorrerá em Belém em 2025, será uma vitrine muito importante para mostrarmos nossas práticas sustentáveis ao mundo”, disse, em nome do dirigente.

Pimentel, por sua vez, destacou providências necessárias para o desenvolvimento do setor em um cenário desafiador, com número crescente de entrantes internacionais. “Além da agenda macroeconômica, nossa resposta precisa ser muito direta, com inovação, políticas transformadoras, expansão do Reintegra, que é a devolução dos impostos acumulados nas vendas externas, não só das pequenas, mas também das grandes empresas. Teremos de concluir a reforma tributária em curso, com sistema racional, que não onere e não gere tantos contenciosos como temos no País. É preciso criar, assim, um ambiente mais sólido para os negócios, com segurança jurídica, física e patrimonial”, ressaltou.

Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Carlos Henrique Passos, a realização do evento no Estado contribui para alavancar o desenvolvimento do setor. “Vamos trilhar esse caminho de fortalecimento da cadeia certa da indústria local. Nada mais adequado do que estar neste congresso, que reverte numa expectativa muito grande, porque as discussões e a divulgação de conhecimento certamente serão fundamentais para essa industrialização, tão desejada por todos nós”, afirmou.

PAINEL 1 - ESTUDO TÊXTIL DA BAHIA

Foram apresentados dados relevantes do segmento, do estudo inédito realizado pelo Observatório da Indústria FIEB, com apoio do IEMI - Inteligência de Mercado e do Senai Cimatec.

Os estudos de caso relevantes para o desenvolvimento do ambiente de negócios na esfera estadual, um balanço histórico e uma projeção do potencial do setor têxtil e de confecção.

Segundo o levantamento, se fosse possível transformar toda a fibra de algodão da Bahia, haveria chance de alcançar a meta de 730 mil toneladas produzidas e o faturamento médio de R$ 23 bilhões, considerando apenas as manufaturas têxteis.

Para Marcelo Prado, caso tivéssemos uma cadeia hermética, o número de empregos poderia saltar dos 23 mil para 600 mil. “A indústria de têxteis e de confeccionados zeraria a mão de obra disponível no Estado. Não à toa, quando começaram seus processos de industrialização e globalização, os países asiáticos escolheram o setor como seu principal motor de desenvolvimento”, explicou, destacando que o cumprimento dessa projeção “alavancaria em 50% o PIB da indústria do Estado”.

Corroborando com a análise, Vladson Menezes, da FIEB, reiterou que o diagnóstico inédito revela que, “dentro das vantagens competitivas próprias da Bahia, destacam-se as condições de logística, disponibilidade do algodão e a questão da resiliência das fibras naturais”. O debate ressaltou a necessidade de envolver o Governo do Estado, com todas as suas secretarias, entidades e órgãos da sociedade, em diálogos com o setor, seja no sentido de divulgar vantagens mercadológicas ou para viabilizar projetos de investimentos.

“O time do governador Jerônimo Rodrigues tem o compromisso de fortalecer o desenvolvimento econômico em todo o Estado, valorizando de uma ponta a outra as cadeias produtivas estratégicas para a economia baiana”, afirma Angelo Almeida, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia.

Almeida adianta uma prévia sobre o envolvimento no evento, que visa o desenvolvimento do setor. “Estamos apoiando institucionalmente e vamos participar de forma ativa do Congresso Internacional da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, acolhendo, orientando e tirando dúvidas do público, que teremos a honra de receber no nosso Estado este ano. Além do apoio ao congresso, o Governo do Estado, por meio da SDE, contratou um estudo inédito que será apresentado durante o evento. O trabalho é um exemplo de realização de política pública de atração de investimentos e desenvolvimento de negócios”, completa o secretário.

Serão analisados os fatores históricos capazes de explicar por que o Brasil ocupa posição que poderia ser mais significativa no mercado global, considerando o porte de sua indústria, bem como as barreiras enfrentadas para aumentar sua competitividade. Também serão exploradas as tendências, cenários e direcionadores estratégicos do setor têxtil global, além das potencialidades e vulnerabilidades da indústria brasileira para se alinhar com essas tendências e aumentar seu market share internacional.


“Essa estratégia é importante para o aproveitamento das oportunidades e os desafios existentes no mercado brasileiro e global, visando o desenvolvimento e o futuro do setor”, frisa Fernando Valente Pimentel, diretor-superintendente e presidente emérito da Abit.

De acordo com dados IEMI, a Bahia possui mais de 400 indústrias têxteis e de confecções instaladas, gerando mais de 35 mil postos de trabalho com produção de cerca de 200 mil toneladas apenas em 2023, além de um faturamento médio de 9,5 bilhões de reais.

Com olhar apurado para o escalonamento dos negócios, Hari Hartmann, presidente do Sindvest e diretor da FIEB, destaca que a “Bahia apresenta grande potencial para ampliar a fabricação de têxteis e confeccionados de modo significativo, pois é o segundo maior produtor de algodão do País e se destaca, também, nos filamentos artificiais e sintéticos, principalmente poliéster e poliamida”.

No Estado, o setor é conhecido por ser um importante gerador de empregos e fonte de renda. Cerca de 13 mil desses postos de trabalho encontram-se no segmento têxtil e 22,7 mil, no de confecção. “A expectativa é de que o Congresso Internacional Abit em Salvador seja um ponto de encontro e contribua efetivamente para dar tração aos investimentos”, reitera Hartmann.

Segundo Vladson Menezes, Superintendente da FIEB, “o esforço conjunto do Sistema FIEB, que envolveu o Observatório da Indústria e o Senai Cimatec, com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia, pode alavancar o desenvolvimento da cadeia têxtil e de confecções na Bahia, elevando expressivamente a geração de empregos no estado”.

Para o presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos, não existe dúvida de que o Congresso da Abit colocará em pauta um conteúdo rico, que deverá guiar discussões importantes sobre o cenário atual e futuro da cadeia. “Entender a nova realidade mundial e as tendências que devem impactar a indústria, bem como o papel da inovação e da tecnologia nos modelos de negócios, é fundamental para todos os atores, sejam do poder público ou da iniciativa privada”, afirma.

PAINEL 2: NOVA REALIDADE MUNDIAL

O embaixador Roberto Azevêdo, que foi diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), ministrou a palestra inaugural da programação. Intitulada “Nova Realidade Mundial e seus Impactos”, a apresentação apontou três grandes rupturas estruturais na realidade mercadológica global: a revolução digital; o novo cenário de tensões geopolíticas; e a revolução da agenda ambiental e climática.

Tendências como a forte demanda global por critérios de rastreabilidade de matérias-primas e um alerta para a necessidade de amadurecimento desse processo, inclusive no setor têxtil e de confecção, estiveram entre as tônicas da palestra.

Outro tema relevante direcionou as análises para o movimento de internacionalização da China por meio de práticas como a do friendshoring, que estabelece parceria entre empresas de diferentes países. “Vivemos essa dicotomia de manter uma relação muito próxima da China do ponto de vista econômico e ter certa afinidade também de relações comerciais importantes com Europa, Estados Unidos e outros países”, afirmou. “São (esses) novos elementos da geopolítica internacional que precisam ser bem pensados”.

O diplomata encerrou a palestra tecendo elogios ao setor têxtil e de confecção. Classificou-o como “proativo e consciente dos desafios que se colocam dentro do País e internacionalmente”.

PAINEL 3: POLÍTICA INDUSTRIAL COMO FATOR CHAVE PARA COMPETITIVIDADE


O terceiro painel abordou e instigou análises sobre as cadeias globais de valor, a Nova Indústria Brasil (NIB) e questões de investimentos e inovação. Os debatedores foram: Fabrício Silveira, superintendente de Política Industrial da CNI; Flavia Kickinger, do Departamento de Bens de Consumo, Comércio, Economia Criativa e Serviços do BNDES; Mariele Christ, coordenadora de Indústria e Serviços da Apex-Brasil; Rodrigo Soares, do Sebrae Nacional; e William Rospendowski, superintendente da Finep. A mediação coube a Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Abit.

“A indústria da moda apresenta números expressivos no Brasil. O Brasil é o quarto maior produtor e consumidor de tecido do tipo jeans (denim) do mundo, e quarto maior produtor de malha do mundo. A indústria da moda é a segunda que mais emprega, ficando atrás apenas da indústria de comida e bebidas juntas. Ao todo, 75% da mão de obra é feminina”, destacou Rodrigo Soares, do Sebrae Nacional


SEGUNDO DIA 31 OUTUBRO 2024 QUINTA FEIRA

As atividades do segundo dia, do Congresso Internacional Abit 2024, em Salvador (BA), tiveram início com a palestra de abertura “Megatendências de consumo e seus impactos no mundo dos negócios”, com Camila Toledo, Head da Fashion Snoops Brasil.

A diretora da plataforma americana de pesquisa de tendências comentou sobre aspectos das macrotendências 2025. “Precisamos repensar como fazemos nosso negócio e nossas práticas porque varejo e indústria são resistentes a mudanças em suas atividades”, disse Toledo direcionando as atenções para a geração Z (nascidos entre 1997 e 2012) que é informada e crítica. “É a geração do paradoxo e quer transparência. É um consumidor que se conecta mais quando percebe que a empresa é vulnerável também”, complementa.

Camila Toledo observa para a importância da inteligência artificial nos negócios. “IA vai nos ajudar a trabalhar melhor. Com ela, teremos muitos dados para analisar. Use a seu favor. Estamos entrando na era da responsabilidade mais produtiva. A geração Z não vê barreiras em nada, traz o mundo da internet para o físico, não tem barreira de religião, de gênero, não querem perpetuar pré-conceitos. São consumidores conscientes dos valores e direitos”.

De acordo com ela, os próximos consumidores valorizam o mercado de segunda mão e considera que a raridade não é o luxo. “É uma geração que quer reformular construções sociais passadas e criar novas”. Ela acrescenta que para esse público o progresso coletivo é mais importante do que o sucesso individual.

A especialista também destaca sistemas corporativos motivados por empatia (diversidade). “Entendam os seus trabalhadores e consumidores de forma comportamental e neural. Há a demanda por experiências prazerosas nos locais de consumo, não pode ter apenas produtos nas lojas”, pontua.

PAINEL 1: Repensando a cadeia de valor da moda a partir de dados

A palestrante Cecília Rapassi, Sócia-Diretora da Gouveia Fashion Business, apresentou pesquisa feita em setembro onde relevou vários dados, dentre eles que o Brasil e a América Latina são os países com maior propensão de compras de vestuário nos próximos meses. Outro dado é que no segmento de vestuário e calçados, a compra online está quase igual em volume à compra em loja física, sendo que a experiência na loja online é 63% melhor. Porém, quando a loja física traz um diferencial de experiência, isso é mais valorizado do que o online. Ainda foram apresentadas oito Trends de comportamento do consumidor de moda feito pela MosaicLab.

Mercado Livre

“Tem moda no Mercado Livre”, afirmou Anna Araripe - Diretora de Marketplace - Mercado Livre. Segundo Araripe, a plataforma está investindo há 4 ou 5 anos neste segmento. Considerada democrática e sendo a maior plataforma de compras online no Brasil, o Mercado Livre trabalha desde lojas e confecções pequenas locais como, grandes marcas de luxo e até de nicho. A rapidez de entrega é fator decisivo na compra de moda, sendo que 50% das compras é entregue em 24 horas e 80% em até 48 horas. A tecnologia de customizar experiência para cada consumidor tem sido aperfeiçoada diariamente, sendo que 87% buscam no celular ao ver um item de interesse, 76% compram por indicação de influenciadores e maida da metade usam celular enquanto consomem outro conteúdo (exemplo, assistindo Netflix, TV…). Por isso, Mercado Livre também lançou streaming com filmes grátis, para entender ainda mais seus consumidores e não deixar ele sair da plataforma, mesmo sem estar comprando. Araripe ainda apresentou as estratégias tecnológicas de como a plataforma vende moda, como estar também em espaços físicos pontuais e trocar looks por likes. Boa parte dos dados gerados pelos algoritmos é compartilhada com as empresas vendedoras, como demanda na grade de cada produto.

Grupo AZZAS 2154

Nascida numa garagem em Belo Horizonte, a Arezzo deu um grande salto quando abandonou os modelos masculinos e partiu para os femininos. De lá para cá, após algumas fusões e expansões, sendo a última com o Grupo Soma, considerado o maior grupo de moda no País. Na palestra de Cassiano Lemos – COO - Grupo AZZAS 2154, enfatizou o lema do produto certo, na hora certa e no lugar certo. Unir sonho com ciência tecnológica é o grande desafio. “Nosso estoque tem que ser uma fábrica de mágica” disse Lemos, explicando que é preciso atender e reduzir tempo de demanda. Hoje a empresa não tem mais fábrica, mas parceiros certos que traduzem em produto tudo que a empresa desenhou, com a qualidade exigida. Para isso, Lemos explicou a Plataforma SER de produção da marca, que vai desde o planejamento até a recolha de produtos que não venderam nas lojas, para lançamento futuro, tudo guiado por dados e softwares dedicados.

PAINEL 2: DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: DESAFIOS RUMO À COMPETITIVIDADE

Mudanças climáticas, uso correto dos recursos naturais, gestão de resíduos e preservação da biodiversidade são alguns dos desafios que vem se apresentando com cada vez mais e, junto a isso, surge uma séria de regulamentações.

Sissi Alves da Silva, coordenadora-geral de Bioeconomia e Economia Circular do MDIC apresentou detalhes do Decreto 12.082 que trata da Estratégia Nacional de Economia Circular (ENEC), lançada pelo governo federal em 2024. “Essa é uma agenda relevante para o governo Lula e o setor produtivo precisa se engajar. A ideia é que governo, sociedade, indústria, todos tralhem para que a economia seja cada vez mais circular”, frisou. A ENEC está presente na política da Nova Indústria Brasil (NIB) e tem, entre suas diretrizes, a produção e o consumo sustentáveis. “Entendemos que essa é uma agenda de desenvolvimento econômico”.

Lars Fogh Mortensen, do EU Institution, participou do painel de forma online e comentou sobre a regulação do setor têxtil União Europeia que tem liderado a criação de regras, leis e obrigações em relação à sustentabilidade. Segundo ele, hoje a União Europeia tem 16 legislações em andamento que tem relação ao consumo de têxteis na região, impacto climático e ambiental e rastreabilidade, entre outros. Ele comentou que, na União Europeia, cada pessoa consome 14 kg de roupa por ano. “Percebemos o crescimento na produção de fibras sintéticas, especialmente poliéster. Cerca de 60% das roupas têm plástico envolvido”, citou.

O painel também contou com a participação de empresas que apresentaram suas ações nesse sentido. Viviane Lunelli, presidente da Lunelli, empresa com 43 anos de fundação e considerada a maior estamparia digital do Brasil, mostrou a visão de sustentabilidade da empresa, com o propósito de fazer moda com significado que promova impacto positivo no mundo e para todos. “Temos cadeia ampla, que inicia na malharia e vamos até o final da cadeia, nas lojas”. A Lunelli, de acordo com ela, tem um projeto de moda circular. “Ano passado, enviamos 2300 toneladas para reciclagem”, contou.

Paulo Costa, diretor da Nova Kaeru - empresa pioneira e inovadora no desenvolvimento de biocouros sustentáveis, com foco especial no couro de pirarucu (peixe da Amazônia) – também esteve no debate. Além do manejo sustentável do pirarucu, ele contou detalhes do desafio que a empresa tem desenvolvido nos últimos anos e que deve entrar em prática em 2025: transformar a planta orelha de elefante em um novo produto como uma alternativa ao couro. “O caule dela também é biodegradável”, acrescentou.

Leandro Ito, Head de Sustentabilidade da C&A, comentou sobre diversas ações que a multinacional tem desenvolvido no seu histórico, como a fundação do Instituto C&A, em 1991, e o Movimento Reciclo, que envia para a reciclagem peças doadas pelos clientes nas 336 lojas da rede espalhadas pelo Brasil e, ainda, a criação de uma coleção totalmente rastreável. “Uma nova agenda está surgindo com regulamentações, a realidade das mudanças climáticas, biodiversidade e direitos humanos. Rastreabilidade e colaboração serão fundamentais”, considerou.

PAINEL  3: CONSUMIDOR ZERO: ZERO ORÇAMENTO, ZERO LELDADE E ZERO BARREIRAS

O painel que abordou as oportunidades e desafios para atender ao novo consumidor, neste segundo dia do Congresso Abit, foi mediado por Marcelo Ramos, Diretor de Planejamento e Inovação do SENAI Cetiqt, e foi aberto por Edwina Kulego - Vice-presidente de Desenvolvimento Internacional e de Negócios - Informa Markets Fashion, que trouxe um panorama do consumidor dos Estados Unidos. Basicamente, moda entra em quinto lugar dentre as compras mais recorrentes pelos consumidores americanos, sendo também o vestuário feminino o maior volume. Um guarda-roupa mais versátil, após a pandemia, tem apresentado o maior crescimento, como leggings, malhas e tops confortáveis. Para homens, jeans e roupas de ginástica são os itens que mais aumentaram a compra. Quanto ao canal de venda, hoje 60% estão comprando ainda em loja física, pois as lojas oferecem boa experiência e o online na verdade está servindo para descoberta e a loja física para a compra. “Os clientes gostam de sentir o tecido, checar a qualidade e saber a origem, além de testar rapidamente o caimento. Quando não tem a grade na loja, aí compram depois no online. É preciso ter uma ótima experiência nas lojas físicas. Para os 30% que preferem comprar online, o software que faz o provador virtual com o próprio cliente tem convertido 90% das provas em vendas” afirmou Kulego.

Na sequência, Rogério Guimarães - Diretor - Lupo Sport, apresentou um histórico de 100 anos da marca que começou como roupa íntima e foi expandindo para fitness, sendo o DNA do produto focado em tecnologia têxtil para garantir conforto com performance. O novo consumidor da Lupo é bem informado, faz pesquisa no e-commerce, estuda a tecnologia e benefícios dos produtos, é muito ativo nas redes sociais e conversa com a marca criticando e sugerindo, exige entrega rápida e frete viável, além de questionar a sustentabilidade da empresa e do produto. Segundo Guimarães, a publicação de Relatório de Sustentabilidade, dentro das regras internacionais, pela Lupo desde 2012, mostra nossa cultura ao consumidor. Temos várias estratégias para ouvir o consumidor, e uma delas é ouvir os educadores físicos da Bodytech Academia, que é nossa parceira, sobre os comentários dos alunos e necessidade de adaptação para esportes específicos. A tecnologia nas operações da Lupo inclui desde a internalização de startups até o uso de inteligência artificial e foram dados vários exemplos desses usos.

A McKinsey & Company encerrou esse painel trazendo mais uma pesquisa sobre hábitos e tendências do consumidor atual. Segundo Pedro Fernandes, Sócio na empresa de pesquisas, foram identificadas três grandes tendências que resumem o que eles chamaram de Consumidor Zero: zero folga no orçamento, zero lealdade e zero barreiras. Fernandes mostrou dados onde mostra que o consumidor aumentou seus gastos mais do que aumentou sua renda e, por consequência, tem lançado mão de estratégias como: pesquisar onde o produto da marca que gosta está mais barato, ou seja, antes de mudar de marca está mudando de canal de compra. Outro aspecto é a categoria de produtos que ele está disposto a abrir mão da marca e qual ele não abre a mão e, neste último caso, bebida alcóolica é um item que ele não abre mão. No entanto, vestuário entra na lista de produtos de maior indulgência, ou seja, quando pensa em um presente para si, algo no estilo “eu mereço” roupa tem os maiores índices. E quanto ao canal, omnichannel é o mais buscado, ou seja, a combinação de online e físico, para pesquisa e compra.

PALESTRA DE ENCERRAMENTO:  ANSIEDADE - O FUTURO NÃO É MAIS O QUE SERIA

Coube à futurista Daniela Klaiman a palestra “Ansiedade do futuro: como se preparar transformando incertezas em oportunidades”, no encerramento do Congresso Internacional Abit 2024.

A especialista mostrou características do futuro próximo (comportamento das pessoas) e futuro a longo prazo (baseado em tecnologias). Considerando o cenário global, nos próximos cinco anos, Klaiman revelou a existência de uma série de crises simultâneas, mudança climática, guerras descentralizadas e mundo polarizado, entre outros. “Desde a crise de Covid, mudamos a forma de planejar. Não podemos ter um plano só e a pandemia foi uma prova irrefutável disso”, disse.

“A ansiedade é o reflexo de todos nós e do que estamos sentindo. Ansiedade do que não veio ainda”. Segundo ela, as redes sociais são a tecnologia que mais transformou o comportamento do ser humano nos últimos anos e tem forte participação nesse contexto.

E como lidar com tudo isso? Daniela Klaiman citou uma série de mindsets. Entre eles, a revolução em busca de bem-estar e saúde (oferecer produtos com sensações e experiências confortantes ao consumidor) e a bioeconomia (produtos dentro das regras cada vez mais sustentáveis).

“Precisamos ir além, romper as bolhas. O futuro não é mais o que seria”, concluiu Daniela Klaiman

Sobre o Congresso Abit

Reúniu mais de 400 congressistas presencialmente, contou com mais de 6 painelistas, 18 speakers, nacionais e internacionais.

Para a realização do Congresso Abit contaram com os seguintes Parceiros Estratégicos: DeMillus, SENAI Cetiqt e Vicunha.  Apoio Institucional: Texbrasil (Programa de Internacionalização da Indústria Têxtil e de Moda Brasileira, uma parceria da Abit com a ApexBrasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), MDIC - Ministério do Desenvolvimento,Indústria, Comércio e Serviços,  FIEB - Federação das Indústrias do Estado da Bahia e mais de 60 patrocinadores

Sobre a Abit

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), fundada em 21 de fevereiro de 1957, é uma das mais importantes entidades dentre os setores econômicos do País. Representa a força produtiva de 24 mil empresas instaladas por todo o território nacional, de todos os portes, que empregam mais de 1,3 milhão de trabalhadores e geram, juntas, um faturamento anual (em 2022) de R$ 193 bilhões.

da redação com informações da ABIT Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção

ESG

worldfashion • 17/10/24, 10:46

Na abertura do evento, o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destacou o fato de a cadeia calçadista brasileira ser a mais sustentável do planeta e a única a contar com uma certificação específica de práticas ESG, o Origem Sustentável. “A sustentabilidade é crescente no setor e exemplo desse nosso compromisso é o investimento de esforços na promoção do Origem Sustentável”, disse.

Para o presidente da Assintecal, Gerson Berwanger, o Origem Sustentável não é apenas uma certificação, mas um guia de práticas sustentáveis. “E, a partir de hoje, também seremos uma comunidade para gerar conexões que estimulem a cultura da sustentabilidade no setor”, comentou.

Consumidor mais consciente, mas sem incentivo

Na sequência, o CEO da Mosaiclab, Ricardo Contrera, falou sobre o panorama do ESG para o mercado e consumo. Pesquisa realizada pelo grupo apontou que quase 60% dos consumidores conhecem muito ou parcialmente os conceitos de ESG, sendo que 88% deles pretendem aumentar o consumo consciente nos próximos anos. O levantamento apontou, ainda, que entre as ações de ESG esperadas pelos consumidores estão iniciativas que criem novas oportunidades de emprego (47%), que produzam menos lixo e incentivem a reciclagem e reuso (46%), e que melhorem a qualidade da água ou que não poluem os rios, mares e oceanos (45%). “Por outro lado, as pessoas são cada vez menos incentivadas. Existem barreiras econômicas no preço e muito greenwashing, o que acaba diminuindo o engajamento dos consumidores”, disse o CEO.

Tramontina: gigante sustentável

Com mais de 10 mil colaboradores em oito unidades, a Tramontina instituiu, em 2021, seu Comitê de ESG com o objetivo de integrar as áreas de Meio Ambiente, Social e Governança. Dois anos depois, a empresa criou o Núcleo de Sustentabilidade, organizando as ações de ESG que já existiam na empresa. Entre elas, destacam-se quatro programas de logística reversa, que tem a finalidade de incentivar o reuso, a reciclagem e a destinação ambientalmente adequada dos produtos e suas embalagens pós-consumo. Por meio deles, são mais de 100 mil quilos de plásticos reciclados por ano. Além disso, a empresa trocou o uso de plástico virgem por plástico reciclado nas suas embalagens, bem como aboliu o uso de isopor. A palestra da Tramontina foi conduzida por Lizandra Rostellato Marin, gerente de Sustentabilidade da empresa.

Fruki: foco social

Com mais de 100 anos de história, a Fruki, produtora de bebidas gaúcha, apresentou seu case de sucesso em ESG, com foco na dimensão social. Segundo Fabíola Eggers, gerente de Relações Institucionais da empresa, a Fruki conta com um Comitê de ESG multisetorial e orientado a identificar oportunidades, recomendar e participar da criação de novas iniciativas e práticas que envolvem a sustentabilidade. Na área social, o grupo possui o selo internacional Great Place To Work, que identifica os melhores lugares para se trabalhar no mundo. Neste contexto, existe uma comunicação interna frequente com seus colaboradores, programas de desenvolvimento de lideranças e diversidade, formação de operadores de máquinas, capacitação e auxílio para motoristas, prioridades para promoções internas (50% das vagas fechadas com lideranças internalizadas), entre outros.

Suzano quer retirar 200 mil pessoas da linha de pobreza

Líder global em celulose de fibra curta, o case da Suzano foi apresentado por Francisco Rollo, gerente de Excelência Ambiental. Com 12 unidades fabris no Brasil, a empresa planta, por dia, 1,2 milhão de mudas de eucalipto em 1,6 milhão de hectares destinados à produção. Além disso, mantém conservados outros 1,1 milhão de hectares, equivalente a sete vezes a cidade de São Paulo.

Entre as iniciativas de promoção da sustentabilidade, o grupo destaca a estratégia de redução de emissões e projetos de descarbonização, com otimização de rotas, combustíveis alternativos e energia verde (foco em atividades de logística e transporte). Entre 2020 e 2023, foram removidas mais de 27 milhões de toneladas de CO2 emitidos para a atmosfera nas atividades da Suzano. A meta é, até 2025, chegar a mais de 40 milhões de toneladas neutralizadas.

Na área social, o grupo tem como objetivo gerar desenvolvimento econômico para as comunidades, com geração de emprego e retirada das pessoas da linha de pobreza. A Suzano está presente em mais de 200 municípios brasileiros e comprometida a retirar 200 mil pessoas da linha da pobreza até 2030.

Varejo: agilidade na cadeia com sustentabilidade

O Conexão Origem Sustentável trouxe ainda, como representante do varejo, a C&A, rede com mais de 330 lojas em todos os estados brasileiros, que destacou a importância de uma maior integração entre indústria e varejo, com foco na agilidade e na sustentabilidade. Entre as iniciativas de ESG da C&A, destaque para a sustentabilidade nas suas dimensões econômica e ambiental, com a otimização de processos de produção e automatização e a integração com fornecedores, bem como o mapeamento de parceiros que adotem práticas mais sustentáveis. A palestra da C&A foi conduzida pela gerente de Calçados do grupo, Kelly Braz.

Painel com certificadas pelo Origem Sustentável

A última apresentação do evento foi dedicada a um painel com empresas certificadas pelo programa Origem Sustentável no seu nível máximo, o Diamante (mais de 80% dos 104 indicadores do programa atingidos). Participaram, como mediador, o diretor de Negócios da Box Print, Marco Schmitt; o CEO do grupo S2 Holding (Tess), Thomas Simon; o sócio proprietário da Ambiente Verde, Alberto Luiz Wanner; o diretor-presidente do grupo Cipatex, William Marcelo Nicolau; e o gerente de sustentabilidade da Grendene, Carlos André Carvalho.

No final do evento ainda foram recertificadas no Origem Sustentável as empresas Grendene (Diamante), a unidade ZZSAP da Arezzo&Co (Ouro, com mais de 60% dos indicadores atingidos), Dublauto (Ouro), Broplast (Prata, com mais de 40% dos indicadores atingidos) e JClass (Prata).

Práticas

A 1ª edição do Conexão Origem Sustentável incorporou práticas sustentáveis na sua realização. Entre elas, estavam o reuso e reciclagem de materiais utilizados na organização e montagem, uma mini exposição de empresas com soluções de ESG, campanha de arrecadação de alimentos e a neutralização das emissões de carbono geradas.

da redação com informações da DCR - Assessoria de Imprensa

ARTIGO - É urgente mobilização nacional para vencer o crime organizado

worldfashion • 25/09/24, 14:46

Por Fernando Valente Pimentel*


Sua expansão corrói a confiança nas instituições, cria um ambiente de medo e incerteza entre os cidadãos e impõe custos adicionais aos negócios, desestimulando investimentos e prejudicando o crescimento. Além disso, o clima de insegurança incentiva a emigração de profissionais qualificados, privando o País do capital humano essencial para seu progresso.

O crime organizado tem demonstrado capacidade preocupante de penetrar em diversas atividades lícitas, corrompendo setores-chave da economia e da administração pública. Recentemente, surgiram suspeitas que ligam quadrilhas aos incêndios no interior de São Paulo, evidenciando a amplitude e a ousadia de sua atuação. Diante desse cenário, é imperativo que a sociedade mobilize-se para exigir dos poderes constituídos uma ação coordenada e eficaz contra essa ameaça crescente.

A complexidade e a escala do problema exigem uma resposta que vai além das ações isoladas das forças de segurança. É fundamental mobilização ampla da sociedade civil para promover a conscientização sobre a gravidade da situação e seus impactos de longo prazo, exercer legítima pressão sobre os políticos, as autoridades competentes e os Três Poderes e incentivar a colaboração cidadã com o Estado. Também é crucial apoiar iniciativas que ofereçam alternativas à marginalidade, especialmente para jovens em áreas vulneráveis, e demandar maior transparência nas ações governamentais e prestação de contas sobre os resultados obtidos no combate às facções.

Para enfrentar efetivamente o problema, é necessário que os Três Poderes atuem de maneira coordenada e determinada. O Executivo deve implementar políticas de segurança pública inteligentes, baseadas em evidências e com foco na prevenção e na repressão qualificada. O Legislativo precisa atualizar o arcabouço legal para facilitar as sanções, fechando brechas que favoreçam sentenças brandas em relação à gravidade de certos crimes e até a libertação precoce de bandidos perigosos. O Judiciário deve garantir a celeridade e a eficácia na aplicação da lei, evitando a sensação de impunidade que alimenta o ciclo criminoso.

O futuro do Brasil está intrinsecamente ligado à sua capacidade de enfrentar e superar a ameaça do crime organizado. Este desafio requer mobilização sem precedentes da sociedade, unindo cidadãos, instituições e poderes constituídos em uma frente comum. Somente por meio de um esforço coletivo e persistente será possível reverter o quadro atual e construir um país mais seguro, justo e próspero para as gerações futuras.

A hora de agir é agora. Cada cidadão tem um papel crucial nessa luta, seja pelo engajamento cívico, da cobrança às autoridades ou da promoção de valores éticos em sua comunidade. O Brasil tem os recursos, o talento e a determinação necessários para vencer essa batalha. É preciso, contudo, que essa vontade converta-se em ação concreta e sustentada.

Vencer o grave problema depende da capacidade dos cidadãos de se unirem e se mobilizarem contra a ameaça do crime organizado, exigindo e apoiando medidas efetivas para sua contenção e erradicação. Somente assim poderemos assegurar um futuro de prosperidade, segurança e desenvolvimento para todos os brasileiros.

*Fernando Valente Pimentel é diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

31ª edição INSPIRAMAIS - 2026_I

worldfashion • 16/09/24, 15:40

No segundo e último dia do evento INSPIRAMAIS 2025_II em São Paulo,  foi apresentado o preview das pesquisas Verão 2027 do INSPIRAMAIS 2026_I ,que se realizará nos dias 21 e 22 de janeiro de 2025 em Porto Alegre, serão as inspirações que darão origem aos materiais que serão apresentados na próxima edição, no espaço Conexão INSPIRAMAIS - 2026_I, que contará com mais de 150 expositores de todos os principais polos produtivos brasileiros.

CONTEXTO MUNDIAL - BURNOUT - TEMA PRINCIPAL DO PRÓXIMO EVENTO

O tema principal BURNOUT conforme explica abaixo Walter Rodrigues coordenador do Núcleo de Design e Pesquisa da ASSINTECAL - Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos

”Desde o nosso último encontro, pouco ou nada mudou nas perspectivas políticas, econômicas e de humanidade, ainda há guerras e mais conflitos se avizinham, num tempo de discórdia, ódio e sangue.

Parece surreal precisarmos falar de cores, formas e texturas diante de tanta desumanidade. Mas, se faz necessário continuar a buscar no ponto mais otimista de nossas vidas um sentido para que possamos proporcionar experiências, negócios e uma pálida alegria.

Moda está muito longe de ser apenas uma questão estética: ela é um conjunto de ações que afeta milhões de pessoas, e aqui não estamos falando apenas de lucro, mas, também de emoções, memórias e de novas vivências”.


“ Na observação das experiências que estão sendo incorporadas em nosso cotidiano a “estranheza” ganha contornos de “mainstream”, onde proporções, aspectos de acabamento, texturas e estampas estão livres para diversos nichos de consumo assumindo o seu tom de underground, que era impensável tempos atrás.

A comunicação da marca de rick owens com as novas gerações, e a continuidade de suas colaborações com marcas consagradas, reavaliou seu caráter transgressivo e o aceitou como uma imagem que representa os tempos turbulentos em que estamos vivendo.

Portanto para mim, esse incrível fenômeno que hoje é visível, indica que algo deve mudar, pois como sabemos, tudo está em movimento.

Ao depararmos com essa aceitação de produtos com uma imagem mais conceitual na base da pirâmide, devemos aceitar que no topo da mesma pirâmide, há uma nova narrativa em curso” conclui Walter Rodrigues

No entanto, nos últimos anos, o “mainstream” parece estar compreendendo a estética de Rick Owens. “Com pessoas como rick”, diz Roseberry*, “o mundo às vezes está mais sincronizado com eles do que outras vezes. E acho que estamos no auge da sincronia com rick agora.”

“Mas essa popularidade traz complicações. É difícil continuar derrubando o sistema quando você é aceito por ele“.

*Daniel Roseberry é estilista americano, diretor criativo da casa italiana de alta costura Schiaparelli diz para NYTimes

A descolonização do corpo feminino, segundo Cixous*, “só é possível quando a mulher recupera seu próprio corpo, como faz bella baxter. Voltar ao corpo é ter consciência dele, processo que só pode ser alcançado graças ao ato de escrever, através do corpo”.

Declarou para Generazione Magazine  *Hélène Cixous - el riso della medusa em 1976

SUB - TEMAS

“Chicness” - resgata a sofisticação clássica e o luxo atemporal, reinterpretando elementos tradicionais com um olhar moderno. Inspirado pela alta costura, o Chicness exala polidez e rigidez, evocando a elegância das décadas de 1960 e a distinção aristocrática.

Essa abordagem valoriza a precisão e o refinamento, trazendo à tona uma nova forma de elegância que mescla o legado das grandes maisons com a estética contemporânea. É um tributo à moda que combina história, poder e estilo com uma sensibilidade atual.

“Fetiche” - explora a fusão entre o romântico e o obscuro, revelando o que está escondido sob a superfície do corpo. Com inspirações vitorianas e dramáticas, Fetiche traz à tona a intensidade emocional, expressa através de elementos pontiagudos, texturas em verniz e um estilo que flerta com o proibido.

“Sci-Fi”- no contexto de Fetiche, explora a tensão entre o humano e o inorgânico, refletindo a desconexão e a alienação que acompanham a cenário atual.

Inspirado por elementos futuristas e tecnológicos, Sci-Fi incorpora a fusão de materiais, texturas sintéticas e a estética do mash-up, sugerindo um mundo onde a inteligência artificial e criações híbridas coexistem.

Esse subtema transforma esses sentimentos em uma visão estilizada de um futuro distópico, onde a mente se manifesta em formas que desafiam a realidade.

NOVIDADES

A 30ª edição, em função das enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul em maio deste ano, o INSPIRAMAIS se realizou em dois espaços: em Taquara/RS e em São Paulo/SP.

A ida de uma edição para a capital paulista, confirmou o dinamismo da moda.

“Moda é comportamento e exige uma mudança contínua, por isso estamos muito felizes de realizar uma edição em Porto Alegre e uma em São Paulo, contemplando toda a diversidade da indústria do setor”, destaca a superintendente da Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Silvana Dilly.

Segundo Silvana, na edição da capital gaúcha a abrangência do salão será ampliada com duas novidades. A primeira delas é a exposição de materiais para o setor automotivo, inclusive com uma parceria com a influencer Nicole Malagueta, que levará seu Fusca estilizado e reformado com alguns materiais que estarão no INSPIRAMAIS, mostrando a transversalidade do segmento de materiais. A outra é novidade a participação do movimento Open Design, que trará ao salão 20 expositores. “Também retomaremos as rodadas de negócios entre fabricantes de bolsas e expositores de materiais”, adianta.

O salão é promovido pela Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) em parceria com o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e Associação Brasileira das Indústrias de Mobiliário (Abimóvel), o INSPIRAMAIS tem a realização do Brazilian Materials e a parceria do Sebrae Nacional.

da redação com informações da DCR - Assessoria de Imprensa

AGENDA ESG NO PROGRAMA DA ABVTEX

worldfashion • 06/06/24, 10:55

As empresas e profissionais do setor de moda devem estar sempre atualizados com as melhores práticas do mercado e em conformidade com as regulamentações vigentes. Melhorias na organização e estrutura da empresa, cumprimento da legislação e segurança em questões trabalhistas, vantagem competitiva, melhoria na imagem e credibilidade, abertura de mercado e conscientização sobre a sustentabilidade e temas socioambientais, são as principais razões pelas quais as empresas recomendam o Programa ABVTEX - Associação Brasileira do Varejo Têxtil (https://bit.ly/3xbmOX6) de monitoramento e desenvolvimento da cadeia produtiva.

O Programa, desde sua criação em 2010, foram realizadas 57 mil auditorias. O balanço de maio soma 3.859 empresas aprovadas, beneficiando diretamente mais de 386 mil trabalhadores diretos na produção com seus direitos garantidos. O Programa alcança empresas em 645 municípios de 18 Estados. “Estes são os resultados do trabalho colaborativo realizado ao longo destes 14 anos e evidencia a importância da valorização das melhores práticas rumo ao desenvolvimento sustentável”, aponta Angela Bozzon, gerente do Programa ABVTEX Associação Brasileira do Varejo Têxtil

Os resultados impressionam e revelam a magnitude do Programa a nível nacional, estimulando os empresários a adotarem a Agenda ESG, que são as práticas ambientais, sociais e de governança nas empresas.

“A Ufo Way conquistou o Selo ABVTEX Associação Brasileira do Varejo Têxtil, pela primeira vez, em 2018. A conquista do selo foi de extrema importância para o crescimento da empresa, pois nos auxilia na organização da empresa, em todos os aspectos, além de posicionar, de forma importante, na indústria da confecção”, diz Grasiela Moretto, diretora da Ufo Way, empresa fornecedora de marca própria no segmento de confecção, especializada em jeans.

Uma das principais fornecedoras de moda fitness marca própria do país, a Confecções T.Christina participa do Programa desde 2012. “Por sermos uma empresa familiar com décadas de história, sentimos que participar do Programa ABVTEX Associação Brasileira do Varejo Têxtil  era um passo importante para o futuro. Com isso, tivemos uma visão diferente e hoje somos mais proativos. Outro motivo é a necessidade da chancela diante da difícil competição com o mercado informal e com a invasão de mercados de fora que não fornecem qualidade e condições dignas de trabalho”, afirma Claudia Cicolo, diretora da Confecções T.Christina.

Para auxiliar as empresas a adotarem as melhores práticas e se manterem atualizadas, a ABVTEX Associação Brasileira do Varejo Têxtil, em parceria com o Bureau Veritas (https://bit.ly/3Vj0mng), líder mundial em Teste, Inspeção e Certificação (TIC), lançou um treinamento online-EAD (https://bit.ly/3VuKwHp) que aborda as normas e diretrizes do Programa ABVTEX Associação Brasileira do Varejo Têxtil.

da redação com informações da ADS Comunicação Corporativa

24ª EDIÇÃO PRÊMIO PRIMUS

worldfashion • 12/03/24, 14:23

A cerimônia de entrega da premiação, ocorreu na noite desta segunda (11 de março) em Novo Hamburgo, em clima de confraternização e reflexões sobre os rumos da cadeia produtiva do calçado, a Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) reconheceu 11 cases para referência ao desenvolvimento da indústria de base.

1- DESIGN - MPE:  FIBRART (Reflexus futuros)

2- INOVAÇÃO TECNOLÓGICA COVESTRO

PROJETO NO PLANO - MGE: AMBIENTE VERDE (Transformando resíduos em riqueza)

3- INOVAÇÃO TECNOLÓGICA COVESTRO

PROJETO EM ANDAMENTO - MPE: FIBRART (Reflexus futuros)

4- INOVAÇÃO TECNOLÓGICA COVESTRO

PROJETO EM ANDAMENTO - MGE: KILLING (Resultados de desenvolvimento continuado de resinas para impressão 3D)

5- INOVAÇÃO TECNOLÓGICA COVESTRO

PROJETO EM ANDAMENTO - MGE: GRUPO COFRAG (Eco-byo recycle: tecido reciclado biodegradável)

6- INOVAÇÃO TECNOLÓGICA COVESTRO

INOVAÇÃO ABERTA - MGE:  CIPATEX (Parcerias estratégicas no desenvolvimento de produtos sustentáveis)

7- ORIGEM SUSTENTÁVEL

SUBCATEGORIA AMBIENTAL - MGE: CIPATEX (Engenharia reversa como estratégia para avançar na sustentabilidade)

8- ORIGEM SUSTENTÁVEL

SUBCATEGORIA AMBIENTAL - MPE RR COMPONENTES (Gerenciamento inteligente de resíduos sólidos)

9- ORIGEM SUSTENTÁVEL

SUBCATEGORIA SOCIAL- MGE: BOXPRINT (Primeiro projeto do Brasil de doação de excedentes de restaurantes)

10- ORIGEM SUSTENTÁVEL

SUBCATEGORIA SOCIAL - MPE PRIMUS TÊXTIL (Quilos de solidariedade)

11- EXPORTAÇÃO

MATRIZARIA POLAKO (Exportação triunfante: desbravando fronteiras e alimentando o crescimento global)

Na oportunidade, o presidente da Assintecal, Gerson Berwanger, destacou a importância do engajamento cada vez maior por parte dos associados da entidade, o que não fortalece somente a premiação, mas a atividade. “O Prêmio Primus, há mais de 20 edições, tem a missão de gerar referências positivas para a nossa atividade. O engajamento dos associados é um indicador de que estamos cada vez mais fortes e prontos para vencer os desafios do setor no mercado nacional e internacional com a integração da cadeia”, disse. Segundo o dirigente, as empresas reconhecidas são “gigantes” e fundamentais para o posicionamento do Brasil como referência na produção de materiais para calçados no mundo.

Berwanger ressaltou, ainda, o papel da Assintecal enquanto fomentadora da cultura criativa na cadeia de moda. “Aqui temos um reconhecimento de todo um trabalho realizado pela entidade em parceria com os seus associados, a nossa espinha dorsal”. E foi visando ouvir justamente esses parceiros que a entidade deu início, no evento, a uma pesquisa para entender como é possível continuar impulsionando o crescimento do setor da melhor forma possível.

O Prêmio Primus acontece há mais de duas décadas como uma iniciativa da Assintecal que tem grandes apoiadoras no mercado. Uma delas é a Braskem, empresa brasileira de atuação global nas indústrias da química e do plástico. O líder comercial de Solventes da empresa, Bruno Bellini, destaca que é uma honra manter a parceria com a premiação. “Para nós, é um prazer participar e patrocinar por mais um ano o Prêmio Primus, sendo este um evento que reconhece as iniciativas sustentáveis e inovadoras do setor calçadista e que impulsiona o desenvolvimento de toda a cadeia”, ressalta o gestor, acrescentando que a Assintecal tem um papel importante de integrar as principais empresas ligadas ao setor, não só no momento do Prêmio, mas de forma contínua, com diversos projetos, pesquisas e na troca de informações relevantes.

Patrocinadora master do Prêmio Primus, a Covestro ressalta a missão do reconhecimento para dar luz às diferentes tendências e avanços tecnológicos em todo o setor. “Para nós, da Covestro, estar presente na premiação reforça nosso compromisso com o desenvolvimento de soluções que atendem às demandas de nossos clientes alinhadas a produtos com alta tecnologia e sustentabilidade”, diz Helga Wysocki, Sales & Market Development LATAM do grupo.

Origem Sustentável

Além da premiação, durante o Prêmio Primus foram certificadas indústrias de componentes no âmbito do Origem Sustentável, único programa de certificação de ESG voltada para empresas da cadeia produtiva do calçado no mundo. No total, mais de 100 empresas, que representam quase 50% da produção nacional de calçados, já estão certificadas.

Na ocasião, a Fibertex foi recertificada e obteve um upgrade, passando do nível Prata (mais de 40% dos indicadores do programa atingidos) para Diamante (mais de 80% dos indicadores atingidos). Já a Bertex foi recertificada como OURO. A empresa Perfil Injetados teve sua recertificação, no nível Prata, enquanto a BM Strass e a Elastosul Filmes receberam a certificação Prata pela primeira vez.

A 24ª edição do Prêmio Primus contou com patrocínios da Covestro e Braskem (masters), Biason Assessoria Ambiental, Eurolatina Turismo, Fenac/Fimec, Grupo Sinos, Faculdades IENH, Montebravo Corretora, Rech Sistemas de Gestão, Traduzca, Transduarte, Triart Estandes e Eventos e Voren.

da redação com informações da DCR - Assessoria de Imprensa