Concurso BFD - Brasil Fashion Designers

worldfashion • 09/02/24, 09:56

As 85 inscrições que cumpriram as regras e prazos constantes do regulamento do certame, vieram das diversas instituições. O concurso idealizada pelo Febratex Group, empresa 100% brasileira, que está no mercado desde 1981, especializada na promoção e organização de feiras de negócios, principalmente nos segmentos de máquinas e insumos para o setor têxtil, de confecção e de impressão digital, promete elevar ainda mais o cenário da moda brasileira, destacando a criatividade e a inovação dos jovens designers pernambucanos.

Com uma mistura eclética de estilos, influências e técnicas, os 10 finalistas propõem uma visão única e emocionante da moda contemporânea, com suas inspirações a partir do tema central do projeto: Agreste Pernambucano.

As criações passearam por diversos imaginários da região. “Os 10 finalistas mergulharam nas suas memórias e no baú de referências que o pernambucano tem do seu Agreste. Detalhes da geografia, grupos folclóricos e culturais, carrancas, redes, fuxicos, vaqueiros nordestinos, a história de moda de Toritama, Caruru e Santa Cruz do Capibaribe, o cangaço, as festas de São Caetano, o maracatu, as festas do passado e o esplendor da região compuseram a ambiência criativa que trouxe as coleções selecionadas dos 10 finalistas do projeto. Mesmo com pouco tempo entre o lançamento do regulamento e a entrega das coleções, não podíamos ter deixado de voltar a realizar o projeto por Caruaru. Fiquei surpreso com os projetos e com tanta criatividade”, concluiu Ricardo Gomes, diretor artístico do Brasil Fashion Designers.

Agora, os finalistas entram em fase de produção das peças e de busca por parcerias estratégicas para garantirem a criação da coleção proposta. O desfile que vai coroar e apresentar os novos estilistas será realizado no espaço BACO’S, dentro do Polo Caruaru, no dia 18 de marco, às 19h. O evento se dará um dia antes da abertura da feira AGRESTE TEX, que começa no dia 19 e vai até o dia 22. Os looks vão compor uma exposição, a ser instalada no hall de entrada da feira, para votação popular.

O BFD - Brasil Fashion Designers conta com o patrocínio da Andrade Máquinas, Audaces, Silmaq, além da Capricórnio e Brasil Botões, que forneceram a matéria-prima para os estudantes confeccionarem suas coleções. E a ABIT -  Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção é responsável pelo apoio institucional.

O BFD - Brasil Fashion Designers  premiará as três melhores coleções com uma assinatura, por 12 meses, do programa para designers da Audaces 360 (com planos Pro Creative e Student, para cada colocação, respectivamente) e mais um treinamento EAD da Academy.

Para Hélvio Pompeo Júnior, diretor de Comunicação do Febratex Group, o retorno do concurso é significativo para fortalecer a sinergia dentro da indústria têxtil. “Essa iniciativa une profissionais da moda com os recursos essenciais, como maquinário, insumos e matérias-primas, necessários para dar vida às suas criações, promovendo assim a integração ao longo da cadeia produtiva têxtil”, afirmou o executivo.

Os participantes do BFD – Pernambuco 2024:

ALLYSON CESAR FIRME DA SILVA – 27 anos - Senai Paulista

Coleção VESTÍGIOS HÍBRIDOS

Inspirada na riqueza geográfica do Agreste Pernambucano, a coleção é uma volta ao passado e uma viagem ao presente nas tradições do Agreste através de roupas híbridas, promovendo uma consciência no ato de se vestir, consumir e interpretar as suas peças através de várias composições. As inspirações perpassam a geografia do espaço, traduzida e exaltada nas formas utilizadas nas peças, ressaltando a riqueza do Agreste, como a terra seca, o ar úmido, os picos e montanhas rochosas e os rios temporários, oriundos das chuvas.

ANALÚ LUIZE ARAÚJO DA SILVA – 21 anos - UFPE - Caruaru

Coleção A RUA

A coleção propõe a junção de mundos distintos e culturais do Agreste Pernambucano. Um dos pontos de partida é a indumentária dos papangus de Bezerros, com toda sua extravagância e opulência, cruzando com a estética expressiva e atroz das carrancas. Os tons terrosos das paisagens agrestinas e o vermelho das carrancas darão cor e corpo à coleção.

DANIEL BRITO DA SILVA – 26 anos - UFPE - Caruaru

Coleção A REDE E O FUXICO

A inspiração vem de histórias contadas, vividas e observadas em vivências no Agreste Pernambucano. Remete às redes confeccionadas por pescadores às margens dos rios Ipojuca e Capibaribe, remete a redes de histórias e tradições contadas por artesãos e artistas locais, e ainda a uma rede de trabalho de uma indústria em movimento.

DEISIANE GERMANO SILVA – 28 anos - Senai Caruaru

Coleção VAQUEIRO NORDESTINO

A coleção exalta a beleza, força, união e resistência dos vaqueiros, expressadas nos trajes usados pelos vaqueiros. Essas foram as inspirações para criação de calça, gibão, chapéu, bota e as formas dos cavalos e ferraduras. O excesso e volume nas peças representam o drama e a sensação de caos vivida pelo vaqueiro quando está em ação.

ERIKA RAYSSA MARIA DOS SANTOS – 25 anos - Senai Paulista

Coleção SAINT TORICARÚ

A coleção nasceu de uma necessidade em ver o jeans de outra forma, remetendo à alfaiataria e com um toque mágico de materiais sustentáveis, tendo presente o artesanato criado com plantas regionais, ecojóias e ecoprint. O nome da coleção floresceu de uma junção linda entre as homenagens à moda de outros países e os três pilares da Moda no Agreste (Caruaru, Toritama e Santa Cruz).

FLAVIA TORRES NASCIMENTO – 36 anos - Senai Paulista

Coleção ESTRELAS DO AGRESTE

Esta coleção relê a estética icônica do cangaço, fenômeno social que se proliferou pelo Agreste pernambucano. Os looks têm como características principais a simplicidade e a funcionalidade, privilegiando o transporte de objetos, mobilidade e proteção do meio ambiente, compostos por bolsos, bornais e bordados, foram inspirados nos trajes dos cangaceiros. O nome da coleção faz referência às estrelas que enfeitam os chapéus dos bandoleiros, além de adornos, elas também eram símbolos místicos de proteção.

GABRIEL ADELINO RODRIGUES SILVA – 20 anos - UFPE - Caruaru

Coleção BARULHADA

A coleção é inspirada em São Caetano, terra natal do designer. É uma ode ao berço do movimento cultural das “la ursas”, tradicionalmente investidas no mês de fevereiro, embebedadas pelo Carnaval, os personagens espalham pela cidade a cultura em sua pura definição, as cores, movimentos e máscaras, que instigam os descrentes a conhecer mais de perto a tradição.

MARILIA EDUARDA DA SILVA – 20 anos - Senai Caruaru

Coleção FIOS RÍTMICOS DO MARACATU

As criações celebram a vibrante tradição do maracatu pernambucano, trazendo para a passarela uma fusão única de estilo e ritmo. Cada look representa uma manifestação moderna da rica herança cultural, expressões de movimento e música. Embelezados com franjas generosas, cortes diferenciados e lantejoulas vibrantes, cada peça é uma manifestação de energia e alegria que ecoam dos tambores do maracatu.

PATRÍCIA DE JESUS OLIVEIRA – 31 anos - Senac Recife

Coleção MEMÓRIAS DO AGRESTE

Um olhar sobre as mais famosas festas do passado para traduzir o presente em moda, usando memórias pessoais do Agreste como definidoras das formas, cores, volumes e sentidos. Olhando para os caiporas do Carnaval, os volumes do São João e os encantos do Festival de Inverno de Garanhuns, a coleção busca atualizar os códigos das festas através de um olhar contemporâneo.

VALDIR MIGUEL DOS SANTOS – 32 anos - UFPE - Caruaru

Coleção ESPLENDOR AGRESTE

Uma ode à beleza resiliente do povo do Agreste Pernambucano e à exuberância dos cactos que resistem bravamente às adversidades da vida. Esta coleção nasceu da inspiração encontrada nas paisagens áridas e na rica cultura do Sertão, onde a vida é marcada pela luta constante e pela resistência incansável.

EVENTO - FEBRATEX SUMMIT 2023

worldfashion • 28/08/23, 15:37

A 2ª edição do Febratex Summit, promovida pelo Febratex Group, foi realizado nos dias 23 e 24 de agosto, na Vila Germânica, em Blumenau, Santa Catarina. O evento propôs - INFORMAÇÃO, INOVAÇÃO E INSPIRAÇÃO, para os profissionais da indústria e varejo da cadeia têxtil, (sentimos a ausência do grande público das empresas), para absorver conhecimento e informações nacionais e internacionais sobre sustentabilidade, circularidade, redução de resíduos, neutralidade carbônica, digitalização de processos, rastreabilidade e etc… As metas do ODS (Objetivos Desenvolvimento Sustentável) criado em 2015 na Assembleia Geral da ONU para 2030 são 17 e o objetivo ODS 9 - visa construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e formentar a inovação. O aumento do acesso das pequenas indústrias e outras empresas particularmente em países em desenvolvimento, aos serviços financeiros, incluindo crédito acessível e sua integração em cadeias de valor e mercados.

Entendemos que todo ser humano que nasce, tem duas necessidades prioritárias: comer e vestir, assim os segmentos do mercado têxtil é de extrema importância, e tem o compromisso de agilizar os processos de sustentabilidade, transparência e rastreabilidade,  para os consumidores, que já estão atentos aos produtos que estejam alinhados para o bem do planeta que vivemos.

Foram mais de 54 horas de conteúdos exclusivos à indústria têxtil, de confecção e varejo, divididas em mais de 76 palestras de conteúdos relevantes para a indústria e comércio têxtil.

“A 2ª edição do Febratex Summit possui um formato totalmente diferente.

O evento buscará promover conhecimento e difundir informações

sobre sustentabilidade e inovação para indústria têxtil,

além de apresentar soluções que empresas expositoras

trarão para promover a prática de negócio

com foco nos três pilares: Inovação, Business e Sustentabilidade”,

disse Giordana Madeira, diretora do evento.

Na Arena Principal informações e reflexões mais aprofundadas, apresentadas em painéis por palestrantes nacionais e internacionais, que compartilharam conhecimento e práticas que estão aplicando.

O evento contou também com dois espaços de talks, onde os expositores, apresentaram suas soluções com foco em inovação e sustentabilidade.

Na abertura, a diretora executiva do Febratex Group, Giordana Madeira, destacou a importância de promover um evento que tenha como objetivo discutir os rumos da indústria têxtil brasileira e a posição dela no desenvolvimento global. Ressaltou ainda que o Febratex Summit é a concretização de um sonho que nasceu a partir da necessidade de oferecer um espaço de reflexão sobre toda a cadeia do vestuário.

“O Summit é um evento inédito, com foco em inovação e sustentabilidade,

um evento disruptivo com a marca da Febratex.

Estar aqui hoje é uma prova de que os obstáculos

foram superados e ver o evento acontecendo

como idealizamos é um sonho realizado,

o sonho de promover a indústria têxtil brasileira

pelo mundo como uma indústria transparente,

ética e comprometida

com o desenvolvimento sustentável”,

completou Giordana Madeira.

LIXO ZERO

O Febratex Summit pretende se tornar o primeiro evento da América Latina a receber a certificação Lixo Zero e o tema foi destaque na palestra “Lixo Zero:  um caminho para potencializar a sustentabilidade do seu negócio - Euro Ambiental e Karsten”.  A certificação Lixo Zero é concedida para eventos ou empresas que conseguem encaminhar corretamente mais de 90% dos resíduos gerados.

A Karsten, empresa do segmento têxtil de Blumenau,  conseguiu reciclar  90,73% dos resíduos gerados e conquistou o selo no mês de agosto.  Para Gabriel Cristofolini, CEO da Euro Ambiental, empresa referência no segmento de soluções ambientais para a indústria têxtil, existem muitos desafios para sensibilizar e conscientizar as pessoas. “Estamos vivenciando a cultura do desperdício, de comprar e jogar fora”, explica. Ao final da palestra, Gabriel também realizou a entrega oficial do Selo Lixo Zero para a Karsten.

CADEIA TÊXTIL

Oportunidades e desafios da moda para o avanço do desenvolvimento sustentável  foram debatidas por Alexander Rose (ONU), Edmundo Lima (ABVTEX), Eduardo Ferlauto (Lojas Renner) e Regina Durante (Lojas Renner), com mediação de Amélia Malheiros (Fiesc). Rose falou sobre a agenda ESG, do Pacto Global estabelecido pela ONU, conjunto de práticas criadas com o objetivo de orientar as empresas para ações mais sustentáveis. A missão é compartilhada pela Abvtex, que reúne grandes varejistas, todos com o objetivo de tornar a cadeia produtiva mais sustentável. Uma das ações da associação busca dar formação para varejistas e para a cadeia produtiva na temática do clima. As Lojas Renner também demonstraram o compromisso com transparência e sustentabilidade e a necessidade de colaboração de todas as partes da cadeia envolvidas.

CONEXÃO

Sustentabilidade e tecnologia na indústria têxtil foram os principais assuntos da palestra “Malharias do futuro: uma nova visão para conectar pessoas, empresas e estratégias mais inovadoras e sustentáveis na indústria têxtil”. O painel mediado por Giordana Madeira, do Febratex Group, comparou as realidades do Brasil e Portugal no ramo têxtil e abordou os desafios de inovar através de uma conversa entre André Klein, CEO da Dalila Ateliê, e Ricardo Silva, CEO da empresa portuguesa Tintext Textiles. Silva ressaltou a importância de aliar a tecnologia com o trabalho humano para garantir a qualidade dos processos e da entrega dos produtos dentro de uma empresa. “O nosso caminho nos últimos dois anos é claramente a digitalização. Quebrar o uso do papel, quebrar os processos, automatizar o máximo possível as operações desnecessárias, mas ressaltar a interação humana”, destacou o CEO.

CIRCULARIDADE

Fábio Viana Barbosa, diretor do setor de malhas e tecidos, da Semear Têxtil, compartilhou experiências sobre economia circular, no talk “Semear Ecotêxtil: Como ela impacta o mundo da moda sustentável”. Barbosa reforçou a necessidade das marcas  buscarem a sustentabilidade como um diferencial para os clientes. Como exemplo, trouxe desfiles 100% sustentáveis e exposições internacionais de roupas de tecidos fornecidos pela Semear Ecotêxtil.

Um dos temas mais debatidos no Febratex Summit é a circularidade na indústria têxtil e todas as suas perspectivas. O diretor de operações da Eurofios, Adilson Moura, apresentou possibilidades de investimento em sustentabilidade por meio da gestão de resíduos no talk “Circularidade através da reciclagem têxtil”. Moura destacou a importância de fazer esse gerenciamento, uma vez que o planeta já está em um nível crítico de consumo de recursos não renováveis e que a estimativa é de que a população global, que já é de 8 bilhões de pessoas, siga crescendo até 2050.  “É necessário e possível migrar do modelo linear de produção - extrair, transformar e descartar - para um modelo circular, estabelecendo um novo relacionamento com bens e materiais, aumentando e longevidade dos recursos e criando modelos de negócios sustentáveis”, afirmou.

INTERNACIONAL

A estratégia da União Europeia em prol da sustentabilidade e circularidade dos têxteis foi tratada em um talk do diretor geral do CITEVE, Braz Costa. Ele deu detalhes sobre o Green Deal, por meio do qual a Europa se propôs a ser o primeiro continente climaticamente neutro até 2025. Na opinião de Costa, a cadeia têxtil tem grandes responsabilidades no que tange ao uso da água, produtos mais duradouros, reciclados e reutilizados. “Acredito que a Europa está estabilizando o consumo. Porém, na África, Ásia e América Latina o consumo ainda tem tudo para crescer”, observa. Segundo ele, o setor têxtil está entre os setores estratégicos da economia europeia, ou seja, encontra-se no centro da estratégia industrial da União Europeia. Portanto, a Comissão Europeia estabeleceu a Estratégia Europeia para os Têxteis Sustentáveis e Circulares, com um conjunto de princípios a serem seguidos relacionados à sustentabilidade, regulação de resíduos, eficiência energética, entre outras medidas. As regras aplicam-se também a quem vende para a Europa.

A palestra  “Negócios mais sustentáveis: da produção de malha ao mercado da moda” abordou discussões sobre  a redução de resíduos de forma natural, com foco no sistema de biotecnologia para criação de tecidos e a busca e a captura de gás carbônico. Amanda Parks, responsável por Inovação na Pangaia, indústria têxtil portuguesa, destacou a grande preocupação da marca. “Estamos tentando reequilibrar nosso relacionamento com a natureza para um planeta onde humanos e a natureza prosperam”, pontua.

PROCESSOS

A palestra “A bioeconomia nos têxteis: caminho crítico para a neutralidade carbônica”, liderada por Braz Costa, diretor geral da CITEVE, destacou que atualmente 70% dos produtos têxteis são feitos de poliéster e nylon.”O caminho da indústria sustentável é um caminho longo e que ainda precisa avançar nos quesitos de tecnologia para melhorar a sustentabilidade da cadeia. É um caminho longo, mas possível de alcançar. E para isso, todos precisam ter em mente que sem carbono não há vida, por isso falamos em desfosilização. Atualmente a estratégia que a moda deve se embasar para tornar a descarbonização uma realidade para todos. O Brasil possui a maior biodiversidade do Mundo, por isso é preciso que a indústria no geral pense em como reutilizar o que já temos disponível na natureza”, declara.

INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

A digitalização do vestuário já é realidade para o setor têxtil no Brasil. O caso das Lojas Renner, que digitalizou 40% de sua coleção feminina  da marca “Get Over”, foi apresentado por Janete Marquardt e Akihito Hira. O processo começou com a digitalização corporal. ’Depois de passado esse desafios, entendemos que tínhamos ferramentas no Brasil que possibilitariam ao designer uma pré-visualização das peças’, apontou Janete. ’O 3D ainda é novo. Talvez no futuro quem utilizará essa tecnologia será um 3D designer e não um estilista ou modelista” apontou Katia Susuki, da CLO Virtual Fashion, empresa sul-coreana especializada em 3D. Alguns  resultados dessa digitalização das Lojas Renner foram a redução em 50% na quantidade de amostras produzidas e redução de 25% do tempo de desenvolvimento do produto. ’Não temos como eliminar a amostra física, mas vimos que é possível diminuir o uso de recursos e resíduos. Entre 30 e 35 kg de material estão sendo economizados em desenvolvimento apenas na coleção Get Over’ observou Hira.

DIGITALIZAÇÃO

Por fim, o talk ’A transformação digital da indústria da moda: como se adaptar ao mundo do omniconsumidor’ discutiu sobre as mudanças na indústria da moda com a geração alpha e Z. Tatiane Eleni da Silva, head de ofertas da  Totvs Moda apontou a necessidade de uma operação omnicanal, ou seja, ágil e prática, apostando no ESG. ’É uma geração que está disposta a pagar mais caro desde que ela tenha uma identidade com aquela marca”, afirma a especialista.

SUSTENTABILIDADE

“Construindo moda sustentável”, apresentada por Tiago Peixoto, CEO da Cataguases e Taciana Abreu, head de Sustentabilidade do Grupo Soma, os palestrantes revelaram que a sustentabilidade está presente no DNA de ambas as marcas e que buscam diariamente construir uma moda mais sustentável. “Precisamos lembrar que a moda está no topo do ranking das indústrias mundiais mais poluentes, por isso, reforçamos a importância das marcas se unirem e se conectarem através da sustentabilidade. Somos responsáveis e buscamos sempre o jeito certo de fazer”, conta Taciana.

E o que une essas duas empresas? Promover a sustentabilidade na indústria têxtil. “A nossa atenção e cuidado vão desde a produção, colheita do algodão orgânico e brasileiro, até a entrega do produto final às lojas. Por fim, precisamos lembrar que a sustentabilidade vem da cadeia e do sistema têxtil como um todo, ou seja, desde a matéria-prima até o varejo, tudo isso, unido com a totalidade da cadeia”, finaliza Peixoto.

SEGMENTOS TÊXTEIS

“Transparência e rastreabilidade, do campo ao varejo”, foi o tema do talk que reuniu C&A, Emphasis, Vicuna, Grupo Busato e Abrapa. Silmara Ferraresi, da Abrapa, apresentou o programa Sou de Algodão, movimento que tem o objetivo de despertar uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável e falou sobre o interesse da população brasileira por sustentabilidade, com um índice de 60% dos consumidores afirmando que deixariam de comprar de empresas que não demonstram  uma postura ética. Júlio Cézar Busato, do Grupo Busato, destaca que os produtores brasileiros de algodão produzem três vezes mais do que a necessidade do mercado interno.  Cyntia Kasai, da C&A, afirma que a empresa possui uma estratégia e o compromisso diário de produzir moda com impacto positivo, envolvendo todos os fornecedores e parceiros. Uma das primeiras empresas a conquistar a certificação da ABVTEX, a Emphasis sempre teve uma forte ênfase na sustentabilidade social, sobretudo por ser uma empresa familiar. A representante da Vicuna ressalta que sempre deu prioridade para o algodão com certificação e que a rastreabilidade é fundamental para a empresa.

Marcelo Lobo, da C&A, falou sobre experiências práticas de sustentabilidade no talk “Sustentabilidade é um negócio sustentável?” Segundo Lobo, é preciso agir com inteligência, justiça, agilidade e transparência. Ele também ressalta que a C&A foi premiada com o Eco AMCHAM, que reconhece empresas indutoras de boas práticas e  destaca casos e projetos exemplares de sustentabilidade no Brasil. O talk ainda tratou da circularidade como objetivo e das certificações como meio para ajudar no conhecimento da matéria prima e rastreabilidade, por exemplo.

TALKS

- O relatório de sustentabilidade é uma forma da empresa tomar consciência das suas práticas e saber o que precisa ser alterado para melhorar a relação da organização com o meio-ambiente. Esse foi o assunto do talk “A relevância do relatório de sustentabilidade para a construção de uma cultura orientada para valores na Capricórnio Têxtil”, apresentado pelas profissionais da empresa Gabryella Mendonça, supervisora de sustentabilidade, e Ana Valadares, analista de sustentabilidade. Para construir o relatório, a primeira etapa foi uma rodada de entrevistas com os stakeholders. Por último, foi construída uma matriz de materialidade, reunindo as respostas de todos os stakeholders. O tema mais citado foi o de uso e gestão de água na empresa. Com base nessa matriz, a empresa construiu uma série de projetos para suprir esses e outros temas materiais, melhorando as práticas da empresa em relação ao meio ambiente.

- Sustentabilidade é jornada, não destino. Este foi o tema do talk apresentado por Suelen Joner, da Arezzo&CO. Na visão dela, sustentabilidade é sobre pessoas, relacionamento humano e empatia. ’E não é apenas para empresas grandes, é para todos’, frisou. Mas, por onde começar? ’Conheça seu público, foque no que é importante (analise o setor, analise índices e protocolos setoriais, matriz de materialidade), reduza riscos e potencialize suas fortalezas.

- Transformar o que é essencial em um diferencial foi o tema do talk “Botões & Moda Sustentável: O que é essencial, se torna diferencial”. Guilherme Selhorst, diretor da Brasil Botões, explica que a sustentabilidade ambiental é o foco da empresa. “Somos uma parte da cadeia. Nosso objetivo é  o desenvolvimento dos produtos com qualidade e aplicabilidade” afirma. Ele observa ainda que a empresa busca reduzir insumos, dar um novo ciclo aos produtos e reciclar materiais para criar botões sustentáveis, a partir de parcerias com empresas de economia circular.

- Qual a importância das certificações para a sustentabilidade e rastreabilidade para o setor têxtil? Esse foi o tema do talk de Gabriela Rodrigues, da Control Union. Ela explica que a rastreabilidade e cadeia de custódia verificam o caminho do material de entrada até o produto final, garantindo a veracidade do processo. “É comprovado que todas as etapas da cadeia tomaram as medidas necessárias para rastrear a matéria-prima à medida em que se move da fonte até o produto final. As empresas precisam das certificações para validar e comunicar à sociedade sobre a sustentabilidade dos seus produtos e serviços, ou seja, as certificações são grandes aliadas no que se relaciona à sustentabilidade mundial”, conclui

- Já pensou em poder ver o modelo, tamanho e até a cor de uma peça de roupa ou algum objeto, sem precisar da peça física? A digitalização de produtos foi o assunto do talk “A importância de materiais digitais de alta qualidade em pipeline 3D”, apresentado por Paulo Salgado, CEO da SampLess. Durante a conversa, ele ressaltou que essa prática de digitalização em 3D torna possível apresentar os produtos de uma empresa para seus clientes sem precisar de uma versão física da peça, com praticidade e agilidade.

- A SC Gás também participou do evento mostrando as novidades sobre a aplicação de Gás Natural para o transporte e cargas pesadas com o talk “Aplicações do GNV em veículos de transporte de cargas – rumo à descarbonização”. Ronaldo Lopes, engenheiro da SC Gás, destacou os benefícios do uso do gás natural do  ponto de vista ambiental e  econômico. Ele também apresentou o projeto “Corredores Azuis”  que visa ampliar a infraestrutura de abastecimento de gás natural ao longo das principais rodovias do Brasil.

Lixo Zero no Febratex Summit

O Febratex Summit se destacou ainda mais na segunda edição. O evento trabalhou intensamente para se tornar o primeiro da América Latina a receber a certificação Lixo Zero, reforçando o compromisso com a sustentabilidade.  Giordana explica que a certificação Lixo Zero é concedida para eventos ou empresas que conseguem encaminhar corretamente mais de 90% dos resíduos gerados. “O selo reconhecido globalmente é concedido a partir de práticas exemplares para minimizar o desperdício, reduzir a poluição e promover a economia circular e soluções ambientalmente responsáveis em todas as etapas da cadeia produtiva. Estamos muito felizes em participar desse processo,  pois desde a primeira edição buscamos promover a sustentabilidade no segmento têxtil e  também desenvolver uma indústria de eventos mais sustentável”.

A iniciativa do Febratex Summit é liderada pela Euro Ambiental, empresa referência no segmento de soluções ambientais para a indústria têxtil. “A certificação Lixo Zero do Febratex Summit não se limita apenas ao evento em si, mas também abrange a participação de expositores, fornecedores e visitantes”, conta Giordana.

A busca pela certificação Lixo Zero demonstra o comprometimento do Febratex Group em liderar um exemplo e inspirar outras empresas e eventos a adotarem práticas mais responsáveis em prol de um futuro sustentável para todos, transformando a indústria têxtil em uma força positiva para o meio ambiente.

Oferecimento e apoiadores

O evento conta com o oferecimento da Cidade de Campo Verde MT e a SC Gás; Patrocínio Master da Audaces, Coleção.Moda, Lectra e CLO Virtual Fashion e Patrocínio Advanced de Brasil Botões, Cataguases, Coratex, Dalila Têxtil, Epson, IZ Têxti, Molde.Me, Queen Co, Sampless, Semear Ecotêxtil, Senai SP, Senai CETIQT, Senai SC, Texneo, Totvs e Wiva Bordados. São empresas parceiras: Grupo Soma, Arezzo & Co e C&A, B2Mammy, BluIdeias e Convention Bureau de Blumenau.

A curadoria científica internacional do evento será feita pelo Citeve Tecnologia Têxtil.

O Febratex Summit também conta com o apoio da ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), ABVTEX (Associação Brasileira do Varejo Têxtil), Sou de Algodão e SINTEX, (Sindicato das Indústria de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau).

A próxima edição do Febratex Summit já tem data marcada:
20 e 21 de agosto de 2025.

da redação  imagens do vídeo: foto/divulgação

comunicado

worldfashion • 15/06/21, 15:40

12Porto Alegre, 11 de junho de 2021

O Febratex Group, empresa organizadora da feira Febratex, tem acompanhado constantemente a evolução dos números relativos à Covid-19 no Brasil, bem como as orientações locais e nacionais para a realização de eventos físicos que sigam todos os protocolos necessários.

Desde o início, o trabalho das empresas do setor de eventos foi o mais impactado com a pandemia, e sempre mantivemos contato direto com expositores, fornecedores e visitantes sobre a realização presencial da Febratex em 2021, com o objetivo de retomar a economia, sempre em equilíbrio com saúde e ciência.

Maior feira das Américas para a indústria têxtil e a terceira maior do mundo, a Febratex, há 30 anos, é o ponto de encontro entre os profissionais do setor, trazendo milhares de visitantes do Brasil e do mundo para Blumenau e movimentando a economia da região e de Santa Catarina.

O Febratex Group, em conjunto com os órgãos competentes, entidades representativas do setor e demais empresas do setor de eventos, desenvolveu um rígido protocolo, com uma estratégia bem definida para garantir a segurança de todos os participantes. Diariamente nossas ações são pautadas seguindo o lema do equilíbrio entre saúde e economia. Enquanto isso, fortalecemos nossa atuação no ambiente digital, criando o Marketplace Febratex, para que os profissionais da indústria têxtil possam voltar a se conectar e realizar negócios, antes mesmo de a Febratex acontecer.

4Mesmo com todo o esforço que diariamente estamos direcionando para realizar uma Febratex em total consonância com a retomada da economia e o rigor que a pandemia exige, e da importância de um evento desse porte, a situação da pandemia, com números ainda elevados de casos ativos e internações hospitalares, aliada ainda ao baixo percentual de vacinação não permitem garantir a realização do evento em consonância com as medidas de segurança sanitárias determinadas pelo Estado.

Em junho, a dois meses da realização do evento, diante desse cenário e respeitando o planejamento das empresas e profissionais que participarão do evento, o Febratex Group se vê obrigado a adiar a Febratex para agosto de 2022, entre os dias 23 e 26, no Parque Vila Germânica, em Blumenau/SC.

Acreditamos na importância dos eventos para a retomada da economia e estaremos ainda mais preparados para a Febratex 2022, com novidades e atrações inéditas para marcar a retomada da indústria têxtil brasileira na maior edição da história da feira.

Por fim, agradecemos a todos que seguem nos apoiando, apesar do momento delicado para todos. Estamos à disposição para seguir atendendo a todos da melhor forma possível e nos comprometemos a continuar com o nosso propósito de desenvolver indústria têxtil brasileira, firmando-a sempre como protagonista da moda mundial.

Atenciosamente,

Hélvio Pompeo Madeira

Diretor-Presidente do FCEM | Febratex Group

Novos caminhos para a indústria têxtil

worldfashion • 24/07/20, 14:37

Por Giordana Madeira*

O cenário atual nos convida a fazer uma retrospectiva. Busco na memória os anos de 1983 e 1992. Na primeira data, ano em que nasci, uma devastadora enchente atingiu o Vale do Itajaí, causando destruição de cidades e empresas, tirando a vida de muitas pessoas, arruinando sonhos e abalando profundamente a moral dos moradores da região.

Alguns anos depois, em 1992, a FCEM I Febratex Group já realizava a sua terceira feira em Blumenau, na antiga Proeb, hoje Vila Germânica, quando uma nova enchente inundou a cidade de Blumenau. Conforme as águas invadiam o local, os estandes do pavilhão C, hoje setor 3, começavam a boiar, sendo que a marca da água chegou a mais de um metro de altura nas paredes do local. Era o terceiro dia de feira quando isso aconteceu. Imediatamente, o evento foi suspenso e a prioridade passou a ser trabalhar pela recuperação de tudo e de todos.

Ambos os desastres naturais trouxeram consequências negativas para toda a região, tanto no nível social como econômico. No entanto, temos um aspecto comum positivo e relevante nesses casos que merece o nosso reconhecimento. Após a enchente de 1983, mesmo abalados, os moradores conseguiram unir-se num propósito de reerguer a cidade e idealizaram a Oktoberfest até hoje realizada e conhecida mundialmente.

No mesmo sentido, as feiras da FCEM I Febratex Group continuaram a ser realizadas, tornando-se a principal referência quando se trata de evento para a indústria têxtil no Brasil e a 3° maior do mundo.

Agora, pensando no que passamos hoje sobre o Covid-19, um vírus que leva vidas e que também traz sofrimento às famílias e desespero aos trabalhadores, isolados e tendo os seus direitos civis tolhidos em favor da preservação da vida, é necessário lembrarmos desses dois casos e refletirmos sobre os caminhos a seguir. Deixando então de lado as questões giordana-madeirapolíticas brasileiras, trazemos essas experiências vividas para comprovar que a única maneira que as pessoas encontraram para reerguerem-se foi a união, a comunhão do esforço comum, a busca pela harmonia de pensamentos e atitudes, com o único objetivo de mudar o cenário de todos para melhor. Mesmo diante de tantos destroços, lama e prejuízos individuais, a postura foi agir pelo coletivo.

Buscar esses exemplos na história nos faz entender que ainda temos solo fértil para produzirmos e que devemos reagir unidos, pois assim seremos mais fortes. Nesses mais de 30 anos, o mundo e nós evoluímos, pois a cada adversidade política ou econômica que o Brasil passou, nos tornamos mais resilientes e conseguimos entender que crises fazem parte da vida e dos negócios e que podemos, com certeza, passar unidos e fortes por elas.

Nós, da Febratex, já assumimos inúmeros desafios por esse Brasil afora, desbravando e investindo em todos os polos têxteis do país. Sempre enxergamos potencial nas pessoas e nas regiões que vivem da indústria têxtil, mesmo sabendo que levaria tempo para desenvolvê-los profissionalmente e tecnologicamente e que pudessem vir a serem valorizados aqui e no exterior. Empresários de todo o território brasileiro sabem quanta resiliência e comprometimento são exigidos diariamente na arte de empreender. Todos se veem nessa rotina e isso chamamos de empatia.

Devemos admitir, e com muita gratidão, que a FCEM I Febratex Group cresceu com a indústria têxtil brasileira. Também temos imenso orgulho de sentir que o nosso esforço promoveu toda a cadeia têxtil de Caruaru, Fortaleza, Goiânia, São Paulo e, especialmente, da cidade de Blumenau e do Estado de Santa Catarina, dando visibilidade internacional à indústria têxtil do Brasil. Mas, acreditamos que a nossa indústria pode ir muito mais longe ainda.

A indústria de eventos mudou muito. Consideramos que o valor de uma feira vai muito além do metro quadrado. Nos tornamos agentes geradores de conexões entre pessoas e empresas e isso só foi possível graças à credibilidade construída ao longo de mais de três décadas de trabalho. O mundo abre as portas para a FCEM I Febratex pois conhece a nossa história e acredita no nosso futuro.

Por fim, queremos deixar uma mensagem que faz muito sentido para quem enxerga o Brasil de fora: sejamos diferentes do que vemos na política, vamos parar de brigar entre nós por ideologias, só estamos a perder agindo assim. Enquanto os brasileiros estiverem focados em problematizar a crise e entrar em disputas por interesses individuais e oportunistas, estaremos divididos, a nossa economia estará em segundo plano e a recuperação mais longe de acontecer. E essa postura nos remete aos exemplos já vividos frente às crises e bem-sucedidos.

febratex-groupx16427Da nossa parte, podem confiar que toda a nossa energia e foco estarão nas novas oportunidades e novos caminhos que sempre surgirão para a indústria têxtil brasileira no Brasil e no mundo.

*Giordana Madeira é Diretora executiva do Febratex Group em Portugal.

da redação com informações da Presse Comunicação   imagem: foto/divulgação