Moda on demand: a personalização em evidência no mercado têxtil

worldfashion • 02/02/22, 09:07

whatsapp-image-2021-11-22-at-134721Por Felipe Simeoni (*)

A moda, ainda que de grande importância econômica, se demonstra insustentável nos modelos atuais. São mais de 12 mil toneladas de roupas destinadas a aterros sanitários por ano, um total de 30% do que é produzido nem chega a ser vendido, de acordo com o artigo Overproduction: Taboo in Fashion. No fim, quem paga a conta, é o meio ambiente com mais de 90 milhões de toneladas de resíduos sólidos sendo produzidos com recursos naturais. Em uma avaliação rápida fica evidente que a proposta ecológica, baseada nos princípios ESG de consciência coletiva e social, é uma pauta imediata e inadiável para o mercado têxtil.

Mas, com a variedade de tecnologias e soluções digitais que vêm sendo estimuladas no mercado, empresas do segmento podem inverter a dinâmica e incentivar uma mudança cultural que envolva a sustentabilidade. Uma aposta que vem se destacando no mercado é o modelo on demand que propõe as corporações a produção das peças de acordo com os pedidos, ao mesmo tempo em que permite ao consumidor a especificação e customização dos produtos que adquire.

Não tendo que produzir em grande escala, característica comum do fast fashion tradicional, o confeccionista tem a liberdade de trabalhar sem estoque, produzindo peças exclusivas e atendendo a demandas sustentáveis que visem a preservação ambiental. Além disso, o modelo também atende a outra demanda do mercado: a quebra do padrão corporal imposto pela indústria, onde consumidores possuem dificuldades para encontrar peças que se adequem às suas medidas e gostos.

Esse movimento faz uma enorme diferença, criando impactos que vão além da sustentabilidade, proporcionando peças de qualidade e durabilidade superior, despertando a consciência de toda a indústria para o viés social que a moda traz para a sociedade.

O movimento não só supre o gargalo do segmento como também se apresenta como uma opção mais segura para a indústria têxtil, já que, somente após o pagamento, a peça segue o fluxo de produção. Trazendo assertividade para o negócio e diminuindo o desperdício de tempo e insumos em produtos que, talvez, nem chegassem a ser comprados.

Acompanhando esta tendência a sublimação é um modelo de destaque, que permite potencializar a produtividade por meio de demandas específicas e personalizadas. Neste processo, a impressão é feita diretamente sob os tecidos utilizando alta temperatura e tintas especiais para a fixação. Com o mercado de impressão têxtil em ascensão, estima-se que até 2023, no âmbito mundial, o segmento atinja o faturamento de US$ 3,75 bilhões, o que supera a quantia de R$ 20 bilhões, de acordo com a consultoria Smithers Pira.

A rapidez no workflow, a redução de descarte de produtos químicos, a eficiência e a agilidade do processo produtivo são algumas das vantagens ao se apostar na impressão de estampas por meio da sublimação. Sobretudo, quando alinhada à realidade do mercado, que demanda a exploração de novos recursos que possibilitem a mudança de mentalidade não só do consumidor, como também dos atores da indústria.

(*) Felipe Simeoni, é gerente de marketing e inteligência de mercado da Global Química & Moda, empresa fundada em 2006, a GQM é líder brasileira no setor de impressão digital têxtil direta no tecido, com cerca de 70% do market share brasileiro. Se destaca por parcerias com marcas de renome, como Epson, Sun Chemical, Neenah Coldenhove, Kornit Digital e Lamberti. Conta com produtos voltados à impressão digital, como impressoras, tintas e também serviços de assistência técnica. Com sede em São Paulo (SP), filiais em Blumenau e Brusque (SC), além de Centrais de Vendas distribuídas por outros cinco estados (Pernambuco, Ceará, Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro)

da redação com informações da Trevo Comunicação   imagem: foto/divulgação