ARTIGO - O Brasil precisa de uma estratégia anti-inflacionária multidimensional

worldfashion • 24/04/25, 13:39

Por Fernando Valente Pimentel*

O cenário inflacionário atual é particularmente preocupante pelo impacto desproporcional nos preços dos alimentos. A alta nos custos da cesta básica representa um fardo adicional para as famílias mais vulneráveis, agravando desigualdades sociais já pronunciadas no País. O problema tem estimulado diversas propostas de ações, algumas das quais merecem análise cuidadosa quanto à sua eficácia e consequências de médio e longo prazo.

Dentre as sugestões que circulam nos debates econômicos, destacam-se a elevação do centro da meta, adoção do núcleo da inflação como principal referência para a política monetária, redução de impostos de importação sobre alimentos e a eliminação do ICMS sobre produtos da cesta básica. Cada uma dessas medidas apresenta potenciais benefícios, mas também limitações significativas quando analisadas isoladamente. Há, ainda, a necessidade de uma coordenação maior entre as políticas monetária e fiscal, cujo equilíbrio adequado permite o controle inflacionário sem comprometer demasiadamente o crescimento econômico.

Um aspecto negligenciado com frequência nos debates sobre a questão é o alto grau de indexação presente na economia nacional. Este mecanismo, que ajusta automaticamente contratos de aluguel, salários, tarifas públicas e rendimentos financeiros com base na inflação passada, cria um ciclo de retroalimentação. A indexação generalizada configura-se como uma “memória inflacionária” institucionalizada, que dificulta qualquer processo de desinflação.

A redução sistemática dos mecanismos de indexação representa um dos maiores desafios, mas também uma das mais promissoras frentes de combate à inflação crônica no Brasil. A desindexação deve ocorrer de modo gradual e consistente, para minimizar custos de transição, mas com determinação suficiente para quebrar a inércia inflacionária. O processo envolve a revisão de legislações que institucionalizam a indexação, o desenvolvimento de novos parâmetros para reajustes contratuais e a construção de um ambiente macroeconômico estável, capaz de reduzir a demanda por proteções contra a inflação.

Não existe uma “bala de prata” capaz de resolver isoladamente o problema. A complexidade do fenômeno exige uma abordagem multidimensional e coordenada, fundamentada em alguns pilares essenciais. O equilíbrio das contas públicas constitui a base para qualquer estratégia anti-inflacionária sustentável. A disciplina fiscal não apenas reduz pressões de demanda sobre preços, mas também fortalece a credibilidade da política econômica como um todo, influenciando positivamente as expectativas dos agentes econômicos. Um arcabouço fiscal crível, com regras claras e respeitadas, reduz os prêmios de risco exigidos pelos investidores e permite que a política monetária opere de modo mais eficiente, com menores taxas de juros para controlar a inflação.

Um ambiente econômico competitivo representa um poderoso mecanismo natural de controle de preços. A concorrência limita a capacidade de repasse de custos aos consumidores e incentiva ganhos de produtividade, elementos que contribuem para uma inflação estruturalmente mais baixa. Medidas que reduzam barreiras à entrada de novos participantes nos mercados, que simplifiquem a abertura e operação de empresas e que ampliem a integração da economia brasileira ao comércio internacional tendem a produzir efeitos desinflacionários duradouros.

O controle da inflação no Brasil requer uma estratégia abrangente e coordenada, que vá além de ajustes pontuais no regime de metas ou na tributação. O tripé composto por responsabilidade fiscal, promoção da concorrência e desindexação gradual oferece um caminho mais promissor para uma desinflação sustentável.

A experiência histórica brasileira e internacional demonstra que não existem atalhos no combate à inflação. Os custos de curto prazo de uma estratégia consistente são significativamente menores do que os danos permanentes causados pela corrosão do poder de compra, especialmente para a população mais vulnerável.

O verdadeiro desafio reside na capacidade de articular diferentes políticas em torno de objetivos comuns, superando interesses setoriais e visões de curto prazo. O controle da inflação é, em última análise, uma questão de escolha social e política por estabilidade e previsibilidade, valores essenciais para o desenvolvimento econômico inclusivo e sustentável.

*Fernando Valente Pimentel é o diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

Artigo - O paradoxo do emprego e da informalidade no Brasil

worldfashion • 27/03/25, 16:33

Por Fernando Valente Pimentel*

A informalidade não é um problema exclusivamente brasileiro, mas aqui assume proporções que nos distanciam bastante do mundo desenvolvido. A taxa média dentre os membros OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) varia entre 10% e 15%, beirando a 5% nos países nórdicos. No Brasil, oscila entre 36% e 38%. No Pará, Piauí, Maranhão, Ceará, Amazonas, Bahia e Paraíba, mais de 50% dos trabalhadores estão na informalidade. Até mesmo Santa Catarina, exemplo de desenvolvimento industrial, convive com uma taxa de 25% a 26%, também acima da média das nações ricas. Esse é um desafio que não se resolve apenas com políticas públicas genéricas, mas com ações regionalizadas e sensíveis às particularidades de cada região.

Um dos mitos que precisamos desconstruir é a ideia de que a informalidade é sempre uma escolha. Sim, há, hoje, quem prefira trabalhar por conta própria, seja pela flexibilidade, seja pela falta de atratividade dos empregos formais ou até mesmo pela diminuição da diferença de renda entre o trabalho informal e o informal: conforme dados do IBGE, em 2015 quem tinha carteira assinada ganhava 73% mais do que os que não eram registrados. Em 2024, apenas 31%

No Rio de Janeiro, por exemplo, fatores como criminalidade e distância do local de trabalho pesam na decisão. Muitos, em todo o nosso país, estão na informalidade por falta de opção. E é aí que entra a qualificação. Sem uma base educacional sólida, que prepare as pessoas para os empregos do presente e do futuro, fica difícil reduzir ampliar o índice de vagas com carteira assinada e, ao mesmo tempo, aumentar a produtividade.

A propósito, a questão da produtividade é crucial. A riqueza de um país não se sustenta sem ganhos recorrentes nesse quesito. Mas, a informalidade, em muitos casos, é um obstáculo a esses ganhos. Trabalhadores informais tendem a ter menos acesso a treinamentos, tecnologias e condições adequadas para produzir mais e melhor. Isso cria um ciclo vicioso: baixa produtividade gera menos riqueza, que, por sua vez, limita os investimentos em educação e infraestrutura, perpetuando a informalidade. Assim, é preciso refletir se os dados atuais do emprego, como já tivemos em outros momentos, não é um voo de galinha…

A solução, claro, não é simples. Não existe uma “bala de prata” que resolva todos os problemas de uma vez. Porém, há caminhos. Um deles é fortalecer a base industrial, setor que historicamente oferece mais empregos formais e mais bem remunerados. Estados com uma indústria robusta já mostram que essa é uma direção promissora. Outro caminho é pensar em formas flexíveis de trabalho que combinem proteção social e adaptação às necessidades das pessoas. O MEI (Microempreendedor Individual) é um exemplo interessante, pois permite que trabalhadores informais contribuam para a previdência social, ainda que de maneira modesta.

Cabe ponderar, ainda, que o Brasil é plural. Não há solução única para um “continente” com realidades tão diversas. O que funciona no Sul pode não fazer sentido no Nordeste. O que atrai um jovem na capital pode não interessar a um trabalhador rural. Por isso, políticas públicas precisam ser desenhadas com sensibilidade regional e um olhar atento às diferentes formas de trabalho que coexistem no País. Seja um emprego formal, um trabalho autônomo ou uma ocupação temporária, o importante é que todos tenham acesso a condições dignas e oportunidades de crescimento.

Afinal, o desafio é equilibrar o tripé: “qualificar as pessoas para que possam escolher entre a formalidade e a informalidade sem abrir mão de seus direitos”; “reduzir a informalidade sem engessar a economia”; e “aumentar a produtividade sem perder de vista a diversidade de realidades que compõem o Brasil”. Não é uma tarefa fácil, mas seu enfrentamento é essencial para que promovamos ampla inclusão socioeconômica, crescimento sustentado do PIB e geração massiva de empregos dignos em todas as modalidades hoje existentes.

*Fernando Valente Pimentel é o diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

ARTIGO - Interação justa entre varejo e indústria têxtil é crucial na era da sustentabilidade e digitalização

worldfashion • 04/03/25, 15:37

Por Fernando Valente Pimentel* e Camila Zelezoglo*

As condições adversas do mercado geram consequências prejudiciais para todos os envolvidos. Para a indústria, resultam em instabilidade financeira, dificuldade no planejamento produtivo, investimentos limitados em tecnologia e inovação e, por vezes, comprometimento dos padrões de excelência. Os trabalhadores também são afetados. O próprio varejo sofre com problemas de qualidade, atrasos nas entregas, alta rotatividade de fornecedores e riscos à sua reputação.

A propósito, vale observar os dados de 2024 referentes aos prazos das encomendas dos varejistas aos fabricantes, apresentados na Première Vision, em novembro último, pelo Instituto Français de la Mode. O aprovisionamento de longo prazo (seis meses ou mais antes da estação) representou 48% do total, enquanto o médio prazo (seis meses ou menos antes da estação) foi de 33% e o curto prazo (dentro da estação), 19%.

A criação e adoção voluntária de práticas comerciais mais equilibradas podem melhorar o panorama da cadeia de valor, proporcionando benefícios significativos para todos. O planejamento colaborativo emerge como elemento crucial, abrangendo o estabelecimento conjunto de previsões de demanda, compartilhamento transparente de informações de mercado, definição clara de calendários de desenvolvimento e produção e compromissos de volume consistentes e de longo prazo. A precificação justa desempenha papel igualmente determinante, considerando os custos reais de produção, garantindo margens adequadas para investimentos em melhorias, chancelando o valor agregado e promovendo negociações transparentes.

Para a indústria, esses avanços significam maior estabilidade financeira, capacidade de investimento em inovação, desenvolvimento de produtos diferenciados e relacionamentos comerciais duradouros. Os trabalhadores beneficiam-se com melhores condições laborais e oportunidades mais amplas de crescimento profissional. O varejo, por sua vez, obtém produtos de maior qualidade, fornecedores mais comprometidos, cadeias de suprimento mais confiáveis e melhor reputação corporativa.

A revisão dos processos interativos deve considerar as transformações disruptivas pelas quais o setor têxtil e de confecção está passando globalmente. A digitalização avança rapidamente, viabilizando sistemas integrados de planejamento, plataformas colaborativas avançadas, rastreabilidade completa da cadeia de suprimentos e métricas precisas de desempenho. Ao mesmo tempo, a sustentabilidade impõe-se como imperativo estratégico. Fibras regeneradas, tecnologias de reciclagem mecânica e química, além de novas regulamentações ambientais, estão inaugurando uma nova era para nossa atividade.

Nesse cenário dinâmico, a construção de relações comerciais mais equilibradas entre varejo e indústria têxtil não representa apenas uma questão ética, mas uma necessidade estratégica para a sustentabilidade do setor. A adoção proativa de melhores práticas comerciais pode criar um círculo virtuoso benéfico para toda a cadeia produtiva, desde os trabalhadores nas fábricas até o consumidor final.

O Brasil detém condições singulares para liderar esse movimento transformador, por contar com todos os elos da cadeia produtiva e distributiva integrados em seu território. As empresas que encabeçarem as mudanças contribuirão para que o setor seja mais sustentável e se destacarão, pois se posicionarão competitivamente em um mercado cada vez mais consciente e exigente.

O estabelecimento de modelos comerciais mais justos representa um investimento estratégico no futuro do setor, criando alicerces sólidos para inovação, crescimento sustentável e relações comerciais duradouras. À medida que mais empresas adotem voluntariamente essas práticas, será consolidado um novo paradigma de mercado, demonstrando ser possível harmonizar sucesso comercial e econômico com responsabilidade social e sustentabilidade ambiental.

*Fernando Valente Pimentel é diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

*Camila Zelezoglo é gerente de Sustentabilidade e Inovação da Abit.

ARTIGO - Balança comercial aponta desafios cruciais para o setor têxtil e de confecção do Brasil

worldfashion • 03/02/25, 10:32

Por Fernando Valente Pimentel*

O setor têxtil e de confecção ilustra este cenário: enquanto as exportações de algodão, aproximadamente 2,8 milhões de toneladas, geraram cerca de US$ 5 bilhões, os produtos manufaturados alcançaram apenas US$ 1 bilhão. Esta disparidade evidencia nossa crescente especialização na exportação de matérias-primas, um modelo que, embora não seja intrinsecamente negativo, demanda urgente diversificação.

Em meio a este contexto, destaca-se um dado preocupante: o Brasil tornou-se um dos principais destinos das exportações asiáticas, com destaque para a China. Esta, respondendo por um terço da produção industrial global e um superávit comercial de US$ 1 trilhão em 2024, impacta significativamente nosso setor têxtil. O déficit setorial de US$ 5,6 bilhões em 2024 (US$ 1 bilhão em exportações versus US$ 6,6 bilhões em importações) é alarmante, especialmente considerando que cerca de 60% das importações são de origem chinesa.

O cenário para 2025 apresenta desafios ainda mais complexos, com previsão de crescimento do PIB brasileiro de 2,06%, menor que os 3,5% de 2024. Soma-se a isso o possível aumento das barreiras comerciais globais, especialmente nos Estados Unidos, e a provável intensificação da busca por mercados alternativos pelos exportadores mundiais, que certamente mirarão o mercado brasileiro.

O programa Nova Indústria Brasil (NIB) representa uma iniciativa promissora para adensar as cadeias produtivas nacionais. Entretanto, são necessárias ações complementares, incluindo a utilização mais efetiva de medidas legítimas de defesa comercial, a busca por novos acordos internacionais, como o Mercosul-União Europeia, o qual esperamos que seja ratificado este ano e implementado em termos práticos em 2026. É fundamenta, ainda, a redução do “Custo Brasil” e investimentos consistentes em modernização e produtividade.

Os números de 2024 são preocupantes para o setor têxtil e de confecção, pois as importações cresceram cinco vezes mais rapidamente do que a produção e seis vezes mais do que o varejo. A situação é grave, considerando que muitos produtos importados chegam com preços predatórios, sustentados por subsídios e práticas laborais e ambientais incompatíveis com os padrões brasileiros.

A indústria têxtil e de confecção brasileira encontra-se em um momento crucial. Ainda que o superávit comercial geral seja positivo, as entrelinhas dos dados revelam desafios significativos, que precisam ser enfrentados com políticas assertivas e ações coordenadas entre governo e setor privado. Em paralelo à agenda de competitividade interna, necessitamos fortalecer nossa capacidade de exportação de produtos manufaturados.

O setor, com ações capitaneadas pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), mantém uma agenda ativa e ofensiva para conquistar mais mercados internacionais, incluindo pesquisa de mercado, estudos detalhados sobre os mercados-alvo, adaptação de produtos e marketing, certificações internacionais, desenvolvimento de competências, parcerias estratégicas, e-commerce e participação em eventos. Ademais, em parceria com a Apex, mantemos o programa TexBrasil. Por meio dessa iniciativa, as empresas recebem suporte em diversas áreas, como qualificação profissional, inteligência de mercado, promoção comercial e sustentabilidade, o que lhes permite fortalecer sua competitividade.

A despeito das estratégias e projetos setoriais, se o Brasil não conseguir resgatar níveis mais elevados de competitividade para conquistar mercados internacionais, corremos o risco de comprometer seriamente o futuro do nosso setor têxtil e de confecção, que está sendo atacado internamente, com capacidade de reação menor do a daqueles que estão entrando em nosso mercado. O momento exige ações de coordenação entre os setores público e privado, como já está acontecendo, pois, a sustentabilidade e pujança do parque fabril e da economia do nosso país depende da nossa capacidade de responder a esses desafios.

*Fernando Valente Pimentel é diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

ARTIGO - Brasil pode vencer os desafios do trabalho informal, produtividade e reindustrialização

worldfashion • 27/01/25, 14:59

Por Fernando Valente Pimentel*
A distribuição da informalidade apresenta variações regionais significativas. Enquanto o Norte e o Nordeste registram os maiores índices, o Sul e o Sudeste têm taxas menores. Santa Catarina, com 26,4%, destaca-se como o Estado com o menor percentual.
O problema não é um fenômeno isolado, mas parte de uma complexa teia de relações econômicas e sociais. Existe uma estreita correlação entre os níveis de informalidade, programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, e menor presença local e regional da indústria. Essa interconexão revela desafios estruturais profundos na economia brasileira.
A baixa produtividade emerge como um dos principais obstáculos ao desenvolvimento. A informalidade contribui decisivamente para esse cenário, criando um ciclo vicioso de precariedade laboral e baixa geração de valor econômico. Trabalhadores informais geralmente carecem de proteção social, treinamento especializado e acesso a tecnologias que poderiam elevar sua eficácia.
Para enfrentar esses desafios, é fundamental uma estratégia multidimensional. As principais frentes de atuação devem incluir: políticas de formalização, com simplificação burocrática e redução da carga tributária sobre o emprego formal; investimento em educação e qualificação profissional, alinhando formação às demandas do mercado; e estratégias de reindustrialização, com fomento à inovação e atração de investimentos na indústria, que é empregadora intensiva, e demais setores importantes para o desenvolvimento.
Cabe lembrar que o governo está adotando medidas nesse sentido, como a Nova Indústria Brasil (NIB), Brasil Mais Produtivo (B+P), Plano Mais Produção e Depreciação Acelerada. O êxito desses programas contribuirá para a geração mais intensiva de empregos formais. Também se requer um esforço coordenado entre o poder público, setor privado e sociedade civil. É necessário criar um ambiente institucional e econômico que promova a formalização, capacitação e formação de competências e a modernização do tecido produtivo nacional.
Trata-se de uma jornada permeada por obstáculos complexos, mas não instransponíveis. Com planejamento estratégico, temos tudo para realizar um projeto nacional de desenvolvimento que valorize o capital humano, promova a inclusão produtiva e estabeleça as bases para o crescimento sustentável e socialmente justo.
*Fernando Valente Pimentel é o diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

ABIT - BALANÇO 2024

worldfashion • 17/01/25, 16:25

O perfil do setor em 2024 evidenciou sua importância na economia nacional. Com faturamento de R$ 203,9 bilhões em 2023 e estimativa de R$ 215 bilhões em 2024, a indústria têxtil e de confecção compreende 25,3 mil empresas com mais de cinco funcionários, gerando 1,3 milhão de empregos diretos e contribuindo com R$ 32,9 bilhões em salários e remunerações. Além disso, recolheu R$ 24,4 bilhões em impostos e taxas. Os dados ratificam a posição da indústria têxtil e de confecção brasileira como a quinta maior do mundo.

Em termos de empregos, o setor também apresentou resultados positivos. De janeiro a outubro de 2024, foram criados 30,7 mil postos de trabalho, sendo 14,2 mil no segmento têxtil e 16,5 mil no de confecção. No período de dezembro de 2023 a novembro de 2024, o saldo positivo do setor como um todo foi de 7,1 mil vagas. O setor segue como âncora da inflação, uma vez que, com margens muito estreitas e competição com produtos importados, acaba por absorver custos sem repassar ao consumidor.

No tocante à produção, o segmento têxtil registrou crescimento de 4% entre janeiro e novembro de 2024 em relação ao mesmo período de 2023, enquanto o vestuário avançou 3,8%.

Também cabe enfatizar o lançamento pela Abit, em 2024, da Liga de Descarbonização, um passo significativo no percurso do setor em sua jornada rumo à produção e consumo sustentáveis. Tal movimento apresenta um cenário promissor para o futuro da moda e alinha a atividade às exigências globais de redução de emissões de gases de efeito estufa.

COMÉRCIO EXTERIOR

No comércio exterior, as exportações de produtos têxteis e de confecção em 2024 totalizaram US$ 908 milhões, enquanto as importações chegaram a US$ 6,6 bilhões, resultando em um saldo negativo de US$ 5,7 bilhões. Em relação ao ano anterior, o volume das importações aumentou 20,8% e das exportações diminuiu em 3,8%. As compras externas de roupas tiveram expansão de 21,4%, sendo a maior parcela advinda da China.

Apesar do déficit na balança comercial, o setor busca fortalecer sua competitividade no mercado internacional. Nesse sentido, o programa Texbrasil, realizado por meio de parceria entre a Abit e a Apex, apoiou 181 empresas em 20 feiras e eventos internacionais em 2024. A iniciativa gerou negócios imediatos de US$ 16 milhões e uma expectativa de mais de US$ 122 milhões em vendas futuras.

Outro programa da Abit, o Vista Brasil, numa promoção conjunta com o Sebrae e voltado ao fomento de micro e pequenas empresas, apoiou 15 delas em duas feiras nacionais. Os negócios realizados nos próprios eventos somaram R$ 1,33 milhão e expectativa de outros R$ 3,64 milhões nos próximos 12 meses.

EMPRESÁRIOS CONFIANTES

Para 2025, segundo levantamento feito pela Abit com empresários do setor, as perspectivas são otimistas. Dentre os entrevistados, 45% preveem crescimento moderado do mercado interno, entre 2,1% e 4%, e 8% acreditam em um aumento significativo das exportações. Investimentos também estão no horizonte, com 42% das empresas planejando aportar recursos moderadamente, priorizando maquinário, tecnologia e automação, e 31% focando na expansão da capacidade produtiva.

O avanço dos programas Nova Indústria Brasil (NIB), Depreciação Acelerada e Brasil + Produtivo é considerado estratégico pela Abit em 2025. Os principais desafios para este ano incluem a escassez de mão de obra qualificada, custos de produção e a necessidade de adaptação às novas tecnologias.

Algo que poderá impulsionar de modo expressivo o setor é o acordo entre Mercosul e União Europeia, concluído no final de 2024, mas que precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países signatários. A Abit foi uma das entidades pioneiras nas negociações dos parâmetros mercadológicos, num trabalho consistente de diplomacia econômica realizado em conjunto com a European Apparel and Textile Confederation (Euratex).

Apesar das dificuldades, dentre elas o desequilíbrio fiscal do Estado, que gera incertezas, a indústria têxtil e de confecção mantém o foco em inovação, sustentabilidade, crescimento e maior participação no mercado global. Os dados referentes a 2024 reiteram o papel estratégico do setor na economia brasileira.

da redação com informações da Ricardo Viveiros & Associados Oficina de Comunicação

ARTIGO - Brasil precisa acelerar o ritmo das agendas prioritárias muito antes do Carnaval chegar

worldfashion • 09/01/25, 09:12

Por Fernando Valente Pimentel*

No entanto, o horizonte de 2025 apresenta alguns pontos de atenção. A sustentabilidade fiscal permanece como fonte de preocupação para os mercados, refletindo-se na valorização do dólar e na manutenção de taxas de juros elevadas. As projeções indicam uma desaceleração do aumento do PIB e uma redução no ritmo dos investimentos, sinalizando a necessidade de ações corretivas imediatas.

Nesse contexto, a agenda da Nova Indústria Brasil (NIB) emerge como pauta fundamental para o crescimento sustentável. O fortalecimento da base manufatureira, de modo a aumentar a participação mundial do Brasil no comércio de bens e produtos de maior valor agregado, é essencial para gerar empregos qualificados e reduzir vulnerabilidades externas. A transição energética e a economia verde apresentam oportunidades únicas para o País recuperar seu protagonismo no setor, aproveitando nossas vantagens competitivas em energia limpa e biodiversidade.

Um desafio particularmente grave e urgente é o combate ao crime organizado, que tem demonstrado crescente ousadia e capacidade de articulação. As facções não apenas causam perdas irreparáveis de vidas humanas, mas também geram impactos econômicos substanciais, afetando o comércio, o turismo e os investimentos em diversas regiões. A sensação de insegurança e os custos diretos e indiretos da violência representam um pesado fardo para o desenvolvimento nacional, exigindo resposta coordenada e efetiva do Estado em todas as suas esferas.

O cenário internacional adiciona ingredientes de complexidade e incerteza para 2025. Os conflitos mais visíveis entre Rússia e Ucrânia e no Oriente Médio arrastam-se sem perspectiva clara de resolução e continuam impactando as cadeias globais de suprimentos e os preços das commodities. Em paralelo, as crescentes tensões entre China e Estados Unidos - especialmente no campo tecnológico e comercial - geram instabilidade nos mercados internacionais e exigem um delicado exercício de equilíbrio diplomático dos demais países.

A volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos é uma nova variável na equação geopolítica global. As incertezas quanto ao posicionamento norte-americano em questões cruciais - desde acordos comerciais até compromissos climáticos - podem afetar significativamente o ambiente do comércio exterior e exigir readequações nas estratégias diplomáticas e comerciais do Brasil. Tal cenário reforça ainda mais a importância de fortalecermos nossa base industrial e reduzirmos dependências externas estratégicas. Ademais, esse quadro, com potencial aumento expressivo do imposto de importação sobre os produtos chineses por parte dos EUA, levará a desvios de comércio, e o Brasil será um dos estuários desse redirecionamento, com o setor têxtil e de confecção sendo especialmente afetado. Em 2024, por exemplo, a importação de produtos têxteis e confeccionados cresceu seis vezes mais do que a produção e o consumo locais.

O ano de 2025 é decisivo, demandando ação coordenada e determinada em diversas frentes. O desequilíbrio fiscal, a trajetória ascendente da dívida pública e a necessidade de fortalecer a política industrial moderna e competitiva são desafios que precisam ser enfrentados com eficácia e pragmatismo. Não há espaço para procrastinação ou soluções paliativas. O momento exige reformas estruturantes, como a administrativa, que seguiu adormecida em 2024, e medidas efetivas de equilíbrio e bom senso na dosimetria dos juros e política fiscal.

No âmbito político-institucional, enfrentaremos uma agenda intensa no Congresso Nacional e no Poder Judiciário. As decisões tomadas nessas esferas terão impacto direto na capacidade do Brasil de endereçar seus problemas mais urgentes, desde a segurança pública até a manutenção de uma trajetória de crescimento sustentado e sustentável, passando pela criação de um ambiente favorável aos investimentos produtivos e à inovação tecnológica.

Em paralelo, 2025 coloca o País em posição destacada no cenário internacional. A presidência do BRICS oferece oportunidade única para exercermos liderança em questões globais estratégicas, especialmente em um momento de realinhamento das forças geopolíticas mundiais. Ademais, a realização da COP 30 em Belém do Pará, em novembro, reforça o protagonismo brasileiro nas discussões sobre sustentabilidade e mudanças climáticas, tema que ganha ainda mais relevância diante das incertezas sobre o comprometimento das grandes potências com as metas ambientais do planeta e que pode catalisar nossa reindustrialização verde.

O questionável estigma popular de que o ano brasileiro só começa após o Carnaval precisa ser deixado de lado. Os desafios e oportunidades que se apresentam não podem esperar. É imperativo iniciar 2025 a pleno vapor, com senso de urgência e determinação, mobilizando todos os setores da sociedade e do poder público em torno de uma agenda comum de desenvolvimento e segurança. O País não pode, como consta em conhecido verso de Chico Buarque de Holanda, ficar “se guardando para quando o Carnaval chegar”. É hora de manter a sintonia, a afinação, o ritmo e a harmonia no âmbito das agendas prioritárias.

É premente arregaçar as mangas e trabalhar pela construção do futuro que o Brasil merece, tendo em vista não apenas os desafios domésticos, mas também seu papel em um mundo cada vez mais complexo e interconectado. Um país mais forte industrialmente e em outros segmentos da economia será mais resiliente e capaz de garantir bem-estar e vida melhor para sua população.

*Fernando Valente Pimentel é o diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

ARTIGO - Alerta: desafios urgentes para a indústria têxtil e de confecção

worldfashion • 14/11/24, 14:15

Por Fernando Valente Pimentel (*)

Nos últimos 10 anos, o Brasil experimentou redução na renda per capita medida em dólares, indicando um empobrecimento relativo da população, que afetou diretamente o consumo interno, base fundamental para esse importante setor da economia nacional. Com o mercado interno enfraquecido, perdemos participação para produtos importados, muitas vezes beneficiados por práticas comerciais desleais ou subsídios governamentais em seus países de origem.

Nossas exportações permaneceram relativamente estáveis, prejudicadas pela crise econômica em mercados-chave, como a Argentina. Tal situação limita as oportunidades de crescimento e diversificação para as empresas brasileiras. O atual ambiente do comércio internacional, marcado por tensões geopolíticas e medidas protecionistas, coloca o Brasil em posição vulnerável. Com o recente crescimento do PIB e do consumo interno, o País torna-se alvo atrativo para exportadores estrangeiros, fator potencialmente capaz de prejudicar ainda mais a indústria local.

Cabe ressalvar que o setor têxtil e de confecção teve e continua tendo participação na construção da Nova Indústria Brasil (NIB), ação relevante do Governo Federal, que inclui o plano Mais Produção, com financiamento do BNDES, e se soma ao B+P e ao programa de Depreciação Acelerada, dentre outras ações relevantes. São iniciativas positivas, que posicionam a indústria no centro das políticas de desenvolvimento, de modo coerente com seu significado na geração de empregos em quantidade e qualidade, fomento de tecnologia e inovação, exportações de itens com maior valor agregado e redução da dependência externa.

No entanto, é preciso ponderar que os efeitos positivos da NIB serão percebidos principalmente a médio e a longo prazo, em contraste com a conjuntura atual enfrentada pela indústria têxtil e de confecção. Para superar esses desafios urgentes, é crucial avançar na agenda de competitividade sistêmica do País, por meio das seguintes ações: reduzir o “Custo Brasil”; implementar medidas de defesa comercial contra práticas desleais, defendendo  a indústria nacional; acelerar a negociação e implementação de acordos comerciais, especialmente entre o Mercosul e a União Europeia, para ampliar o acesso a novos mercados; investir em inovação e tecnologia para aumentar a produtividade e competitividade do setor; e desenvolver políticas de incentivo à modernização industrial e qualificação e oferta de mão de obra.

A inação diante do cenário atual e de curto prazo pode resultar em graves consequências para a indústria têxtil e de confecção brasileira, com potenciais perdas de empregos, fechamento de empresas e aumento da dependência externa, a despeito do fato de o setor estar crescendo este ano e gerando empregos. É fundamental que governo, setor privado e sociedade civil unam esforços para fortalecer esse importante segmento da economia nacional, que se situa entre os cinco maiores do mundo, com R$ 200 bilhões de faturamento e 1,3 milhão de empregos, garantindo sua competitividade e sustentabilidade no longo prazo. Apenas com uma abordagem coordenada e proativa será possível superar os desafios atuais e posicionar o setor de maneira mais dinâmica e eficaz no contexto global.

(*) Fernando Valente Pimentel é diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

ARTIGO - É urgente mobilização nacional para vencer o crime organizado

worldfashion • 25/09/24, 14:46

Por Fernando Valente Pimentel*


Sua expansão corrói a confiança nas instituições, cria um ambiente de medo e incerteza entre os cidadãos e impõe custos adicionais aos negócios, desestimulando investimentos e prejudicando o crescimento. Além disso, o clima de insegurança incentiva a emigração de profissionais qualificados, privando o País do capital humano essencial para seu progresso.

O crime organizado tem demonstrado capacidade preocupante de penetrar em diversas atividades lícitas, corrompendo setores-chave da economia e da administração pública. Recentemente, surgiram suspeitas que ligam quadrilhas aos incêndios no interior de São Paulo, evidenciando a amplitude e a ousadia de sua atuação. Diante desse cenário, é imperativo que a sociedade mobilize-se para exigir dos poderes constituídos uma ação coordenada e eficaz contra essa ameaça crescente.

A complexidade e a escala do problema exigem uma resposta que vai além das ações isoladas das forças de segurança. É fundamental mobilização ampla da sociedade civil para promover a conscientização sobre a gravidade da situação e seus impactos de longo prazo, exercer legítima pressão sobre os políticos, as autoridades competentes e os Três Poderes e incentivar a colaboração cidadã com o Estado. Também é crucial apoiar iniciativas que ofereçam alternativas à marginalidade, especialmente para jovens em áreas vulneráveis, e demandar maior transparência nas ações governamentais e prestação de contas sobre os resultados obtidos no combate às facções.

Para enfrentar efetivamente o problema, é necessário que os Três Poderes atuem de maneira coordenada e determinada. O Executivo deve implementar políticas de segurança pública inteligentes, baseadas em evidências e com foco na prevenção e na repressão qualificada. O Legislativo precisa atualizar o arcabouço legal para facilitar as sanções, fechando brechas que favoreçam sentenças brandas em relação à gravidade de certos crimes e até a libertação precoce de bandidos perigosos. O Judiciário deve garantir a celeridade e a eficácia na aplicação da lei, evitando a sensação de impunidade que alimenta o ciclo criminoso.

O futuro do Brasil está intrinsecamente ligado à sua capacidade de enfrentar e superar a ameaça do crime organizado. Este desafio requer mobilização sem precedentes da sociedade, unindo cidadãos, instituições e poderes constituídos em uma frente comum. Somente por meio de um esforço coletivo e persistente será possível reverter o quadro atual e construir um país mais seguro, justo e próspero para as gerações futuras.

A hora de agir é agora. Cada cidadão tem um papel crucial nessa luta, seja pelo engajamento cívico, da cobrança às autoridades ou da promoção de valores éticos em sua comunidade. O Brasil tem os recursos, o talento e a determinação necessários para vencer essa batalha. É preciso, contudo, que essa vontade converta-se em ação concreta e sustentada.

Vencer o grave problema depende da capacidade dos cidadãos de se unirem e se mobilizarem contra a ameaça do crime organizado, exigindo e apoiando medidas efetivas para sua contenção e erradicação. Somente assim poderemos assegurar um futuro de prosperidade, segurança e desenvolvimento para todos os brasileiros.

*Fernando Valente Pimentel é diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

2ª edição da FEBRA TÊXTIL

worldfashion • 03/09/24, 14:42

A FebraTêxtil 2025 será a maior feira de insumos e soluções para a indústria têxtil e para confecções da América Latina, com a expectativa de receber entre 10 e 12 mil visitantes do Brasil e de países como Argentina, Peru, Colômbia, Bolívia e Paraguai. A feira é organizada e comercializada pelo Febratex Group, promotor da maior feira de negócios das Américas para a indústria têxtil e uma grande plataforma de negócios do setor realizando eventos nos principais polos têxteis do Brasil. Com mais de 40 anos de história, a empresa possui matriz em Porto Alegre, filiais em São Paulo e Blumenau. O grupo organiza nove feiras, sendo a maior delas a Febratex, a terceira maior feira mundial de máquinas têxteis, que lança máquinas, equipamentos e soluções tecnológicas em Blumenau.

A Febra Têxtil conta com a parceria do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de S.Paulo (Sinditêxtil-SP) e da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), é o único evento do Brasil focado em insumos e soluções para a indústria têxtil. E está programada para os dias 18/ 19 e 20 de fevereiro de 2025, das 14h às 21h, no pavilhão vermelho do Expo Center Norte, em São Paulo.

No espaço estarão reunidos os principais players do setor e será um encontro imperdível de negócios, conhecimento e tendências. Serão três dias de inovação, networking, além de aprendizado em painéis, palestras e podcasts, conduzidos por líderes do setor.

A cidade de São Paulo foi escolhida por ser a capital do estado mais rico do Brasil, onde reune as grandes empresas que representam a maioria do produto interno bruto (PIB) industrial. Também pela sua infraestrutura aérea, hoteleira para receber os convidados internacionais.

Na área têxtil e de confecção, São Paulo representa 26% de todo o faturamento nacional, empregando perto de 400 mil trabalhadores diretos (27,5% dos empregos T&C no Brasil). “São Paulo foi o berço das maiores feiras têxteis e de vestuário no País. Os mais fortes centros de negócios de moda ainda são o Brás e o Bom Retiro. A sede de grandes empresas têxteis está nesta cidade. Temos tudo para resgatar essa herança de feiras têxteis em São Paulo, atraindo compradores nacionais e internacionais” afirma Julio Scudeler, presidente do Sinditêxtil-SP.

Segundo a Abit, a indústria têxtil e de confecção do Brasil é uma das cinco maiores do planeta, constituída por cerca de 24 mil empresas, de produtoras de fibras a vestuário, empregando cerca de 1,3 milhão de trabalhadores. A produção do Brasil alcançou em 2022 2,1 milhões de toneladas, o que garantiu o faturamento total de R$ 193 bilhões, sendo que US$ 4,8 bilhões oriundos das exportações.

“O Brasil é a maior Cadeia Têxtil completa do Ocidente. Somente nós ainda temos desde a produção das fibras, como plantação de algodão, até os desfiles de moda, passando por fiações, tecelagens, beneficiadoras, confecções e forte varejo. Nosso país é um dos poucos com produção em todos os elos da cadeia de valor, incluindo 140 mil lojas no varejo de roupas, contando, ainda, com fornecedores de insumos, universidades e centros de pesquisa”, declara o diretor superintendente da Abit, Fernando Pimentel.

A FebraTêxtil promete ser um palco para as últimas novidades em produtos têxteis, com foco em sustentabilidade, pesquisa e desenvolvimento, design e estampas. “O Grupo tem a expectativa de tornar a FebraTêxtil o maior evento das Américas para o setor de tecelagem e malharia do Brasil. O que a gente quer é criar um evento que tenha um alcance internacional para promoção da indústria têxtil brasileira, especialmente de tecelagem e malharia. Outro objetivo também é fazer o mercado externo conhecer a cadeia de fornecimento de tecidos e malhas que o Brasil tem, que é gigante e que tem se desenvolvido cada vez mais em qualidade de produto e sustentabilidade”, pontua Giordana Madeira, Diretora-Executiva de Sustentabilidade, Inovação e Tecnologia do Febratex Group.

Com capacidade para 207 expositores, essa é a retomada da feira que promete ser mais inovadora e dinâmica. A primeira edição da FebraTêxtil foi em 2018 o foco maior estava no maquinário. Já para 2025, a feira mostrará os insumos para os vários segmentos da indústria têxtil para confecção como fios, filamentos, fibras, beneficiamentos, designs, estamparias, tecidos e malhas, aviamentos , etiquetas e complementos e não tecidos.

“Na feira estamos exaltando a valorização de expositores nacionais, pois a intenção é promover a produção da indústria da moda no Brasil. O evento promove informação e conhecimento para conseguirmos produzir mais no Brasil, de uma forma mais competitiva, tanto em valor quanto em qualidade de produto”, explica Ricardo Gomes - Gerente de Novos Projetos da FebraTêxtil.

“A FebraTêxtil tem iniciativa de ser uma feira têxtil para o mercado de São Paulo, que atenda todo o Brasil e a América Latina. A feira acontecerá em São Paulo porque é a cidade onde acontecem todos os grandes negócios do país e conta com toda a infraestrutura necessária para eventos desse porte, além concentrar grande parte das empresas”, completa Hélvio Pompeo Jr. - Diretor de Comunicação e Marketing do Febratex Group.

“A realização da FebraTêxtil é um trabalho de muitos anos de pesquisa! Essa feira tem o objetivo de representar e expor tudo aquilo que a nossa indústria têxtil produz. Esse trabalho não só com a feira, mas também com vários eventos paralelos, como o Brasil Fashion Designers, as palestras, o podcast, entre outras atividades. Até para podermos amadurecer a indústria a cada ano”, destaca Hélvio Pompeo Madeira, Presidente do Grupo.

Parceria estratégica: Sinditêxtil e Abit     Apoio institucional: Sinditec de Americana

As empresas interessadas para expor os produtos de sua empresa, peça mais informações no e-mail: comercial@fcem.com.br

da redação com informações da Pacom360