2ª edição da FEBRA TÊXTIL

worldfashion • 03/09/24, 14:42

A FebraTêxtil 2025 será a maior feira de insumos e soluções para a indústria têxtil e para confecções da América Latina, com a expectativa de receber entre 10 e 12 mil visitantes do Brasil e de países como Argentina, Peru, Colômbia, Bolívia e Paraguai. A feira é organizada e comercializada pelo Febratex Group, promotor da maior feira de negócios das Américas para a indústria têxtil e uma grande plataforma de negócios do setor realizando eventos nos principais polos têxteis do Brasil. Com mais de 40 anos de história, a empresa possui matriz em Porto Alegre, filiais em São Paulo e Blumenau. O grupo organiza nove feiras, sendo a maior delas a Febratex, a terceira maior feira mundial de máquinas têxteis, que lança máquinas, equipamentos e soluções tecnológicas em Blumenau.

A Febra Têxtil conta com a parceria do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de S.Paulo (Sinditêxtil-SP) e da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), é o único evento do Brasil focado em insumos e soluções para a indústria têxtil. E está programada para os dias 18/ 19 e 20 de fevereiro de 2025, das 14h às 21h, no pavilhão vermelho do Expo Center Norte, em São Paulo.

No espaço estarão reunidos os principais players do setor e será um encontro imperdível de negócios, conhecimento e tendências. Serão três dias de inovação, networking, além de aprendizado em painéis, palestras e podcasts, conduzidos por líderes do setor.

A cidade de São Paulo foi escolhida por ser a capital do estado mais rico do Brasil, onde reune as grandes empresas que representam a maioria do produto interno bruto (PIB) industrial. Também pela sua infraestrutura aérea, hoteleira para receber os convidados internacionais.

Na área têxtil e de confecção, São Paulo representa 26% de todo o faturamento nacional, empregando perto de 400 mil trabalhadores diretos (27,5% dos empregos T&C no Brasil). “São Paulo foi o berço das maiores feiras têxteis e de vestuário no País. Os mais fortes centros de negócios de moda ainda são o Brás e o Bom Retiro. A sede de grandes empresas têxteis está nesta cidade. Temos tudo para resgatar essa herança de feiras têxteis em São Paulo, atraindo compradores nacionais e internacionais” afirma Julio Scudeler, presidente do Sinditêxtil-SP.

Segundo a Abit, a indústria têxtil e de confecção do Brasil é uma das cinco maiores do planeta, constituída por cerca de 24 mil empresas, de produtoras de fibras a vestuário, empregando cerca de 1,3 milhão de trabalhadores. A produção do Brasil alcançou em 2022 2,1 milhões de toneladas, o que garantiu o faturamento total de R$ 193 bilhões, sendo que US$ 4,8 bilhões oriundos das exportações.

“O Brasil é a maior Cadeia Têxtil completa do Ocidente. Somente nós ainda temos desde a produção das fibras, como plantação de algodão, até os desfiles de moda, passando por fiações, tecelagens, beneficiadoras, confecções e forte varejo. Nosso país é um dos poucos com produção em todos os elos da cadeia de valor, incluindo 140 mil lojas no varejo de roupas, contando, ainda, com fornecedores de insumos, universidades e centros de pesquisa”, declara o diretor superintendente da Abit, Fernando Pimentel.

A FebraTêxtil promete ser um palco para as últimas novidades em produtos têxteis, com foco em sustentabilidade, pesquisa e desenvolvimento, design e estampas. “O Grupo tem a expectativa de tornar a FebraTêxtil o maior evento das Américas para o setor de tecelagem e malharia do Brasil. O que a gente quer é criar um evento que tenha um alcance internacional para promoção da indústria têxtil brasileira, especialmente de tecelagem e malharia. Outro objetivo também é fazer o mercado externo conhecer a cadeia de fornecimento de tecidos e malhas que o Brasil tem, que é gigante e que tem se desenvolvido cada vez mais em qualidade de produto e sustentabilidade”, pontua Giordana Madeira, Diretora-Executiva de Sustentabilidade, Inovação e Tecnologia do Febratex Group.

Com capacidade para 207 expositores, essa é a retomada da feira que promete ser mais inovadora e dinâmica. A primeira edição da FebraTêxtil foi em 2018 o foco maior estava no maquinário. Já para 2025, a feira mostrará os insumos para os vários segmentos da indústria têxtil para confecção como fios, filamentos, fibras, beneficiamentos, designs, estamparias, tecidos e malhas, aviamentos , etiquetas e complementos e não tecidos.

“Na feira estamos exaltando a valorização de expositores nacionais, pois a intenção é promover a produção da indústria da moda no Brasil. O evento promove informação e conhecimento para conseguirmos produzir mais no Brasil, de uma forma mais competitiva, tanto em valor quanto em qualidade de produto”, explica Ricardo Gomes - Gerente de Novos Projetos da FebraTêxtil.

“A FebraTêxtil tem iniciativa de ser uma feira têxtil para o mercado de São Paulo, que atenda todo o Brasil e a América Latina. A feira acontecerá em São Paulo porque é a cidade onde acontecem todos os grandes negócios do país e conta com toda a infraestrutura necessária para eventos desse porte, além concentrar grande parte das empresas”, completa Hélvio Pompeo Jr. - Diretor de Comunicação e Marketing do Febratex Group.

“A realização da FebraTêxtil é um trabalho de muitos anos de pesquisa! Essa feira tem o objetivo de representar e expor tudo aquilo que a nossa indústria têxtil produz. Esse trabalho não só com a feira, mas também com vários eventos paralelos, como o Brasil Fashion Designers, as palestras, o podcast, entre outras atividades. Até para podermos amadurecer a indústria a cada ano”, destaca Hélvio Pompeo Madeira, Presidente do Grupo.

Parceria estratégica: Sinditêxtil e Abit     Apoio institucional: Sinditec de Americana

As empresas interessadas para expor os produtos de sua empresa, peça mais informações no e-mail: comercial@fcem.com.br

da redação com informações da Pacom360

ARTIGO - Comércio digital global e a necessidade de novas regras tributárias e regulatórias

worldfashion • 15/07/24, 15:11

Por Fernando Valente Pimentel* e Patrícia Pedrosa**

Uma das mudanças mais marcantes tem sido o aumento vertiginoso das pequenas encomendas por meio do e-commerce. Esta tendência não apenas criou mais oportunidades de negócios para pequenos empreendedores, mas também fez grandes plataformas digitais ganharem relevante espaço no comércio internacional de bens de consumo final, como vestuário. Também devemos explorar essas novas formas de vendas para colocar mais produtos brasileiros no mercado mundial.

No Brasil, de acordo com os últimos dados divulgados pela Receita Federal, a média mensal de pacotes recebidos é de 18 milhões. Nos EUA os números são ainda mais expressivos. Estima-se que o país receba cerca de três milhões todos os dias. Será que as regras atuais de comércio internacional e as legislações implementadas pelos países são adequadas para lidar com as características especificas desse tipo de negócio?

O debate sobre o comércio eletrônico cross border tem se intensificado não só no Brasil, mas em todo o mundo. Questões tributárias, controle aduaneiro, oferta de produtos ilegais e falsificados são desafios que se apresentam com força. A regulamentação e aplicação consistentes de normas técnicas e padrões de qualidade também se tornam cruciais para proteger os consumidores e garantir a equidade no mercado.

Nesse contexto é que tem ocorrido a mobilização pela igualdade tributária no Brasil. Em seu mais recente episódio, foi estabelecida pelo Congresso Nacional taxação de 20% do Imposto de Importação para encomendas de até 50 dólares das plataformas internacionais. O fim da isenção foi um primeiro passo, mas o empenho pela isonomia continua, pois persiste grande diferença em relação aos 90% de impostos incidentes sobre a indústria e o varejo do nosso país.

Cabe observar que os benefícios concedidos às plataformas internacionais, a começar pela isenção tributária iniciada em agosto de 2023, e agora com uma taxação ainda muito aquém do que pagam as empresas brasileiras, são muito característicos de acordos comerciais entre países ou bloco de nações, como o que se está tentando efetivar há mais de 20 anos entre Mercosul e União Europeia. No caso da isenção e “preferência tarifária” para as encomendas internacionais via comércio eletrônico não houve nenhum processo de negociação com avaliação dos parceiros comerciais envolvidos e interesses ofensivos e defensivos.

O Brasil simplesmente ofereceu condições especiais a essas empresas estrangeiras, sem qualquer contrapartida ou negociação e de maneira muito simplista. Não se admite como contrapartida, como se justificou na origem do privilégio, a aderência dos sites de e-commerce ao Programa Remessa Conforme, pois cumprir leis e normas é obrigação.

Concessões dessa natureza neste novo cenário do comércio exterior geram riscos para os países, em especial num momento em que não se pode contar com arbitragem adequada de organismos multilaterais, num cenário geopolítico no qual a Organização Mundial do Comércio (OMC) parece letárgica, encontrando-se, inclusive, sem o seu órgão de solução de controvérsias. Assim, precisamos nos adaptar com os recursos e possibilidades que temos para vencer os novos desafios, o que inclui a igualdade de condições quanto aos impostos e ao aspecto normativo, tendência que já se observa na Europa.

É premente conferir o mesmo tratamento tributário, legal e regulatório a tudo o que é vendido em nosso país, prioridade que se coloca aos poderes Executivo e Legislativo e aos organismos reguladores e fiscalizadores. Caso contrário, seremos atropelados pela realidade irresistível de um planeta hoje sintetizado nas telas de múltiplos devices, no qual metade da população está a apenas um clic de comprar tudo o que desejar e de infinitas possibilidades de satisfazer seus anseios de consumo.

*Fernando Valente Pimentel é diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

**Patrícia Pedrosa é gerente de Comércio Exterior e Assuntos Regulatório da Abit.

da redação

ARTIGO - Muito além das blusinhas

worldfashion • 12/06/24, 15:36

Por Fernando Valente Pimentel*

Quem fabrica as roupas no Brasil – a indústria têxtil e de confecção – integra uma das cinco maiores cadeias produtivas do mundo e a maior integrada do Ocidente, desde a matéria-prima (natural, sintética ou artificial) até o produto que chega ao consumidor. Criar um parque produtivo igual ao nosso custaria hoje mais de R$ 400 bilhões. É um setor com operações em todo o território nacional, empregando 1,33 milhão de pessoas diretamente. Mais de 65% dos postos de trabalho são ocupados por mulheres e 85% dos negócios são de pequeno e médio portes. Estamos entre os 10 maiores mercados do mundo. Portanto, há muito mais do que blusinhas a ser defendido de uma descabida desigualdade tributária e regulatória.

Nesse sentido, foi importante a decisão do Senado, dia 5 de junho, de aprovar, no âmbito do Projeto de Lei 914/2024, o dispositivo referente ao Imposto de Importação de 20% nas compras de até US$ 50 nas plataformas internacionais de e-commerce. A medida, que já havia sido votada pela Câmara dos Deputados, atenua a desigualdade tributária em relação às empresas brasileiras.

Entretanto, é preciso alertar que a alíquota estabelecida ainda mantém uma grande diferença, considerando que os sites estrangeiros, além dela, continuam recolhendo apenas mais 17% de ICMS. A indústria e o varejo brasileiros, porém, pagam um oneroso pacote de impostos que chega a 90%. Persiste, assim, um cenário de desigualdade tributária e concorrência desleal.

As empresas nacionais já foram muito prejudicadas pelo benefício fiscal concedido pelo governo às plataformas internacionais de e-commerce desde agosto de 2023, por meio da Portaria 612 do Ministério da Fazenda. Foi uma insólita compensação para que aderissem ao programa Remessa Conforme, da Receita Federal. Ora, cumprir a lei é uma obrigação e não uma concessão em troca de privilégios.

Também cabe enfatizar a desigualdade regulatória, pois as mercadorias importadas por meio das plataformas de e-commerce não são submetidas à análise e à anuência de organismos como o Inmetro, Anvisa e Ministério da Agricultura e Pecuária, como ocorre com as nacionais e as que ingressam no País pelas vias aduaneiras regulares. É preciso avançar nesse controle, pois se trata de um monitoramento essencial para a segurança dos consumidores e no sentido de que tenham garantias quanto à qualidade e especificidade dos produtos.

A defesa da igualdade tributária e regulatória, que, apesar da medida aprovada pelo Congresso Nacional, ainda está longe de ser alcançada, não expressa qualquer xenofobia, mas apenas a necessidade lógica de condições justas e isonômicas para competir. O e-commerce e empresas estrangeiras são muito bem-vindos ao nosso país, em especial num mundo cada vez mais globalizado e sem fronteiras comerciais. Mas, não é plausível que disputem o nosso mercado favorecidos por privilégios, pois isso, muito além das blusinhas, afeta imensa gama de produtos e ameaça milhares de empresas e milhões de empregos.

*Fernando Valente Pimentel é diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

ARTIGO - O poder do Legislativo de preservar 18 milhões de empregos no Brasil

worldfashion • 03/06/24, 14:37

Por Fernando Valente Pimentel*

A expectativa é a de que, ao votar a matéria esta semana, o Senado adote a mesma atitude, pois se trata de um passo importante para solucionar a desigualdade tributária que afeta hoje a indústria e o varejo brasileiros. A alíquota de 20% para os sites estrangeiros ainda mantém um quadro no qual os que geram empregos no exterior, contando com subsídios dos países de origem para produzir e exportar, pagarão 44% no total, considerando os 17% de ICMS que já recolhem, ante uma carga de impostos de 90% para quem fabrica e comercializa produtos no Brasil, empregando milhões de pessoas. Porém, o PL é um relevante primeiro passo no sentido de corrigir a distorção de tratamentos diferentes dados a competidores do mesmo mercado.

Em 2023, a falta de igualdade tributária eliminou 30 mil empregos apenas na indústria e no varejo têxteis, a imensa maioria, em micro, pequenas e médias empresas. Assim, é descabido o argumento de que as plataformas estrangeiras beneficiam os mais pobres. Ao contrário, o privilégio fiscal de que gozam atualmente está aumentando a exclusão social.

Preços mais baixos não são estabelecidos de modo artificial por meio de benefícios para alguns dos competidores, mas sim pela concorrência igual para todos, com a prevalência das leis de mercado. Além disso, cada posto de trabalho perdido agrava o déficit previdenciário, que não será coberto por esses sites internacionais, nem por seus países de origem, mas sim pelos brasileiros.

Também é necessária a igualdade regulatória, ou seja, o cumprimento de todas as leis e normas. Isso inclui o controle e anuência por órgãos como Anvisa, Inmetro e Ministério da Agricultura e Pecuária, aos quais são submetidos os produtos nacionais e os que ingressam pelas vias aduaneiras convencionais. Porém, as mercadorias remetidas pelas plataformas estrangeiras seguem livres desse monitoramento.

Igualdade tributária e regulatória é a grande base de uma competição nivelada. Preconizamos menor carga de impostos indiscriminadamente. Isso contribuiria para mais investimentos e crescimento do PIB. Porém, enquanto não for possível, é imprescindível manter as mesmas condições para todos os que operam no mercado nacional. A livre economia não se faz com privilégios, mas com justiça!

*Fernando Valente Pimentel é o diretor-superintendente e presidente honorário da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

ARTIGO - Uma agenda estratégica para o êxito da nova política industrial

worldfashion • 23/04/24, 11:12

Por Fernando Valente Pimentel*

No âmbito da Nova Indústria Brasil (NIB), além das seis missões do programa, é preciso identificar metas e o desempenho do setor. Os seguintes indicadores devem ser considerados: expansão anual da manufatura e da sua taxa de investimentos; evolução do emprego; e aumento da sua participação no PIB dos atuais 15% para 18% em 10 anos.

Quanto aos investimentos do setor, estudo da FIESP aponta a necessidade de R$ 456 bilhões anuais em uma década, ante os R$ 256 bilhões atuais, com uma diferença, portanto, de R$ 200 bilhões. Assim, são muito bem-vindos os investimentos de R$ 300 bilhões da NIB no período de 2024 a 2026, que se somarão aos aportes já feitos hoje pelo setor e reduzirão a defasagem apontada pela entidade.

Outros pontos críticos são os custos trabalhistas e do capital e acesso ao crédito, acordos internacionais, carga tributária e isonomia, como defendemos agora, preconizando o fim da isenção de impostos federais nas vendas de até 50 dólares das plataformas internacionais de e-commerce.

Os segmentos têxtil e de confecção dependem de investimentos em bens de capital e capacitação de recursos humanos. Sua cadeia de valor demanda novas tecnologias e mais produtos sustentáveis e tem espaço para o design avançado, economia criativa e conexão com a arte, pois todo esse universo influencia as tendências da moda e consome produtos do setor.

Nossa indústria tem amplas possibilidades de se projetar nas compras governamentais, têxteis técnicos, descarbonização, defesa, saúde, agro, infraestrutura e sustentabilidade. Há fatores limitantes, como as margens de lucro muito comprimidas e o fato de as empresas investirem cerca de 80% com capital próprio.

Em 2023, o investimento da indústria têxtil e de confecção em máquinas e equipamentos, 85% dos quais são importados, foi de R$ 5 bilhões, aquém do necessário. O setor necessita de investimentos maiores para ganhar competitividade no mercado interno e no comércio global da área, de US$ 800 bilhões anuais, sendo a China a líder, com mais de 30%.

O fomento industrial é relevante para o Brasil, cujo PIB, a despeito do avanço do agronegócio, serviços, mineração, petróleo e gás, segue evoluindo de modo lento e abaixo do ideal de 4% ao ano. Para dinamizar o crescimento, é crucial a expansão da manufatura, como ocorreu em várias nações. Por isso, o sucesso da NIB pode ser um ponto de inflexão no desenvolvimento nacional.

*Fernando Valente Pimentel é o diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

Atendimento à imprensa - Ricardo Viveiros & Associados Oficina de Comunicação

Seguem abaixo as seis missões promovidas pelo plano NOVA INDÚSTRIA BRASIL - NIB uma política industrial que representam áreas prioritárias para o desenvolvimento industrial no Brasil:

Áreas a serem promovidas

1- Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética

2- Complexo econômico industrial da saúde resiliente para reduzir as vulnerabilidades do SUS e ampliar o acesso à saúde

3- Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e o bem-estar nas cidades

4- Transformação digital da indústria para ampliar a produtividade

5- Bioeconomia, descarbonização, e transição e segurança energéticas para garantir os recursos para as futuras gerações

6- Tecnologias de interesse para a soberania e a defesa nacionais

Missão 1

A missão 1 envolve a promoção de cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar:

METAS:

Aumentar a participação do setor agroindustrial no PIB agropecuário para 50% (índice atual: 23%);

Alcançar 70% de mecanização na agricultura familiar (índice atual: 18%);

Fornecer pelo menos 95% de máquinas e equipamentos nacionais para agricultura familiar;

Garantir a sustentabilidade ambiental na agroindústria.

DESAFIOS:

Aumento da produtividade no campo;

Aumento do valor agregado da produção agrícola brasileira;

Alinhamento das políticas industrial e de comércio exterior;

Mecanização da agricultura familiar;

Aumento do uso de bioinsumos para a produção de alimentos e na agropecuária;

Desenvolvimento de máquinas, equipamentos e insumos nacionais para reduzir risco de variações de oferta internacional.

ÁREAS PRIORITÁRIAS

Equipamentos para agricultura de precisão;

Máquinas agrícolas para a grande produção e para a agricultura familiar;

Biofertilizantes.

Missão 2

A missão 2 consiste na promoção do complexo econômico industrial da saúde resiliente para reduzir as vulnerabilidades do SUS e ampliar o acesso à saúde que estão subdivididas:

METAS:

Ampliar a participação da produção no país de 42% para 70% das necessidades nacionais em medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, materiais e outros insumos e tecnologias em saúde.

DESAFIOS:

Redução da dependência externa de insumos farmacêuticos ativos (IFA) de saúde, atualmente em 90%, na ordem de US$ 20 bilhões;

Alinhar as políticas industriais e de comércio exterior;

Aumentar a efetividade da indução ao investimento privado;

Reduzir do custo do crédito, especialmente para equipamentos e insumos;

Aumentar a produção nacional de equipamentos médicos, que hoje atende 50% da demanda;

Integrar e articular do uso do poder de compra nos diversos entes federativos;

Promover inovações disruptivas na área da saúde.

ÁREAS PRIORITÁRIAS:

Fármacos, medicamentos e terapias avançadas;

Vacinas, soros e hemoderivados;

Dispositivos médicos;

Tecnologias da informação e conectividade.

Missão 3

A missão 3 aborda a promoção de infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e o bem-estar nas cidades que estão subdivididas:

METAS:

Reduzir em 20% o tempo de deslocamento de casa para o trabalho (atualmente esse tempo médio é de 4,8 horas semanais);

Aumentar em 25 pontos percentuais a participação da produção brasileira na cadeia da indústria do transporte público sustentável (atualmente em 59% para ônibus elétricos).

DESAFIOS:

Qualificação de mão de obra;

Ampliação da oferta de produção nacional de insumos específicos;

Racionalização da carga tributária para construção industrializada;

Soluções construtivas e de materiais adequados para as particularidades regionais;

Redução da dependência de importações de partes e componentes para a cadeia produtiva da mobilidade, por meio da produção nacional;

Agregação de valor sobre recursos minerais no país.

ÁREAS PRIORITÁRIAS:

Eletromobilidade;

Cadeia produtiva da bateria;

Construção civil digital e de baixo carbono;

Indústria metroferroviária.

Missão 4

A missão 4 consiste na promoção da transformação digital da indústria para ampliar a produtividade que estão subdivididas:

METAS:

Transformar digitalmente 90% das empresas industriais brasileiras, assegurando que a participação da produção nacional triplique nos segmentos de novas tecnologias. Atualmente 23,5% das empresas industriais são digitalizadas, no que diz respeito ao uso ou adoção de novas tecnologias.

DESAFIOS:

Formação e capacitação em TIC’s e semicondutores no ensino superior;

Coordenação e colaboração entre governo, ICT’s e empresas em torno de prioridades nacionais;

Disseminação do uso de plataformas digitais nacionais nos diversos setores da economia;

Ampliação do investimento em inovação e internacionalização para modernização da infraestrutura e exportações em TIC’s;

Redução da dependência de soluções importadas, geradas pelo baixo desenvolvimento de hardware no país.

ÁREAS PRIORITÁRIAS:

Indústria 4.0;

Produtos digitais;

Semicondutores.

Missão 5

A missão 5 envolve a promoção da bioeconomia, descarbonização, e transição e segurança energéticas para garantir os recursos para as futuras gerações que estão subdivididas:

METAS:

Promover a indústria verde, reduzindo em 30% a emissão de CO2 por valor adicionado da indústria, atualmente em 107 milhões de toneladas por trilhão de dólares;

Ampliar em 50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes, que atualmente é de 21,4%;

Aumentar o uso tecnológico e sustentável da biodiversidade pela indústria em 1% ao ano, conforme informações registradas no SisGen/MMA.

DESAFIOS:

Ampliação de parcerias entre academia, setor privado e fundos internacionais para pesquisa aplicada;

Ampliação do incentivo à inovação tecnológica com foco na descarbonização;

Qualificação profissional com foco nos setores de bioeconomia e transição e eficiência energéticas;

Regulamentação de compras governamentais com foco na bioindústria;

Redução da dependência externa de equipamentos para a geração de energia renováveis.

ÁREAS PRIORITÁRIAS:

Bioenergia;

Equipamentos para a geração de energia renovável;

Cosméticos.

Missão 6

A missão 6 aborda a promoção de tecnologias de interesse para a soberania e a defesa nacionais que estão subdivididas:

METAS:

Obter autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas para a defesa, a partir da elaboração da lista dessas tecnologias.

DESAFIOS:

Estabelecimento de instrumentos adequados para promoção, financiamento e constituição de garantias nas exportações de produtos de defesa;

Articulação dos recursos para o desenvolvimento espacial;

Ampliação da infraestrutura laboratorial;

Adensamento das cadeias produtivas de defesa e aeroespacial.

ÁREAS PRIORITÁRIAS:

Energia Nuclear;

Sistema de comunicação e sensoriamento;

Sistema de propulsão;

Veículos autônomos e remotamente controlados.

Financiamento

O NIB inclui investimentos de R$300 bilhões para financiamentos direcionados a esta política de industrialização até o ano de 2026. Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio afirmou que com este crédito: “a questão do financiamento para pesquisa e inovação está bem equacionada”. O montante será gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).

Críticas

Para os críticos, o plano do governo é uma reedição de propostas mal sucedidas de governos petistas anteriores, com destaque para as executadas durante a gestão da presidente Dilma Rousseff, que não tiveram efeito duradouro após o fim dos subsídios e do protecionismo.

Outros críticos questionam a retomada de investimento nas obras da Refinaria Abreu e Lima, da Petrobrás, empreendimento envolvido na operação Lava-Jato, cujas obras serão retomadas a partir de 2024. Atualmente, a refinaria produz 100 mil barris de petróleo por dia. A Petrobrás planeja investir 6 bilhões de reais na ampliação da capacidade, para refinar diariamente 260 mil barris de petróleo.

Referências

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«Sob incertezas, obras da Refinaria de Abreu e Lima serão retomadas». Valor Econômico. 17 de janeiro de 2024. Consultado em 28 de janeiro de 2024

Bibliografia

BRESSER-PEREIRA, L.C.. Desenvolvimento e crise no Brasil: história, economia e política de Getúlio a Lula. São Paulo: Editora 34, 2003.

FEIJÓ, Carmen; FEIL, Fernanda; TEIXEIRA, Fernando Amorim. “Neoindustrialização – Reindustrialização e Transição Sustentável”. Boletim FINDE, v. 4, n. 2, 2023, pp. 3-17.

LACERDA, Antonio Corrêa de. “Reindustrialization and Development of Brazilian Economy”. Revista Economia e Políticas Públicas, Montes Claros, v. 11, n. 2, 2023, pp. 53–58. DOI: https://doi.org/10.46551/epp2023v11n0207.

LULA DA SILVA, Luiz Inácio; ALCKMIN, Geraldo. “Neoindustrialização para o Brasil que queremos”. O Estado de São Paulo, São Paulo, 25 maio de 2023, p. A5.

MACHADO, João Guilherme Rocha Machado; KRIEGER, Morgana G. Martins. “Stability and Change in Industrial Policies in Brazil: A Public Policy Perspective”. In: Anais do 5ª ENEPCP: Encontro Nacional de Ensino e Pesquisa do Campo de Públicas, v. 5, 2023.

MOURA, Rafael; GUEDES, Isabelle. “Desindustrialização, Reindustrialização e Neoindustialização: O Governo Lula III e um debate imperativo ao país”. Boletim GEEP, Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, 2023, pp. 20–33.

FONTE: Wikipédia

ARTIGO - Nova Indústria Brasil pode alavancar o PIB

worldfashion • 31/01/24, 10:04

Por Fernando Valente Pimentel*
A Nova Indústria Brasil (NIB), lançada pelo governo, é uma política de Estado fundamental para recuperar a competitividade do setor, paulatinamente corroída nas últimas três décadas, nas quais a manufatura foi perdendo seu vigor e reduzindo sua participação no PIB nacional. O parque fabril tem, agora, clara oportunidade de recuperar seu protagonismo no contexto econômico nacional.
As perspectivas são positivas, considerando os investimentos previstos de R$ 300 bilhões no período de 2024 a 2026, no âmbito do Plano Mais Produção, integrante da NIB e gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que mobilizará a maior parte dos recursos (R$ 250 bilhões), pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). É importante a identificação da origem das verbas, para que se possa acompanhar sua efetiva aplicação e até mesmo cobrar a efetividade do cronograma dos aportes, prerrogativa do setor privado legitimada por sua participação na concepção do programa, no âmbito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI).
O dinheiro será fundamental para a viabilização dos investimentos previstos, cujas diretrizes contribuirão para o necessário movimento de retomada industrial em bases sustentáveis, com ganhos de produtividade, inovação e capacidade para conquistarmos os mercados mundiais, passando a exportar mais produtos com maior valor agregado. Esses impactos serão melhor dimensionados quando conhecermos as taxas de juros, carência, prazos de pagamento e garantias exigidas. Fator também importante é o foco na transição energética e digital, sustentabilidade socioambiental e fomento da pesquisa e ciência.
Medidas como linhas especiais de financiamento e utilização de créditos tributários para investimentos ajudarão a impulsionar a indústria e melhorar o seu grau de competitividade. Outros aspectos relevantes são a redução do tempo de análise dos pedidos de patentes e a racionalização de taxas portuárias e de procedimentos aduaneiros.
Cabe acentuar que o novo programa é baseado em práticas internacionais bem-sucedidas. Se implementado com eficácia e eficiência, contribuirá para que tenhamos manufatura sustentável, inovadora e capaz de concorrer em melhores condições no comércio global e no próprio mercado interno, cada vez mais disputado por empresas de todo o mundo. É uma iniciativa que tem potencial, ao longo de sua execução até 2033, não apenas para impulsionar a indústria, como também para aumentar o PIB nacional. Somente os países que promoveram o fortalecimento do seu parque fabril conseguiram crescer de modo robusto durante períodos longos.
Sem dúvida, o impulsionamento setorial é decisivo para que o País retome crescimento econômico sustentado e vigoroso, ascenda ao patamar de economia de renda alta, promova inclusão social em larga escala e proporcione mais bem-estar à população. Afinal, a indústria tem o maior fator de multiplicação dentre todos os segmentos, com índice de 2,15 pontos. Ou seja, cada real investido na atividade gera R$ 2,15 na economia. Por tudo isso, as entidades de classe do setor têm defendido sua modernização e fortalecimento como prioridade nacional.
É preciso somar forças para que a NIB concretize-se e produza os resultados há tempo esperados quanto à revitalização industrial. Para isso, porém, é crucial que se solucionem alguns gargalos persistentes há décadas, responsáveis pela desindustrialização e enfraquecimento da economia nacional. Todos esses obstáculos constituem o “Custo Brasil”. Um deles é o peso dos impostos, que começa a ser solucionado com a reforma tributária. Outro é a taxa de juros, invariavelmente alta durante longos períodos, que encarece o custo do dinheiro e inibe investimentos e o consumo. Não é sem razão, por exemplo, que cerca de 70% das empresas do setor têxtil e de confecção utilizem recursos próprios nos financiamentos, em vez de recorrer ao crédito.
Também é decisivo garantir isonomia tributária, pois não há indústria, por mais moderna e competitiva intramuros que seja, capaz de competir, inclusive no mercado interno, com empresas menos taxadas. Vivemos, neste exato momento, um exemplo tácito do problema, com a isenção de impostos federais para compras de até 50 dólares nas plataformas internacionais de e-commerce. Tal distorção, que se configura como concorrência desigual, já provoca danos nas fábricas e no varejo, em especial de roupas e acessórios, com impacto nos empregos e na produção.
Mitigar o “Custo Brasil” também implica a redução dos encargos trabalhistas do País, um dos mais elevados do mundo. Estamos em meio à discussão do prolongamento da desoneração da folha de pagamentos até 2027. Esta medida é necessária, mas é crucial encontrarmos modelo eficaz, mais amplo e definitivo para diminuir os ônus inerentes à contratação e manutenção de empregos formais.
Igualmente determinante é a segurança jurídica – para possibilitar a previsibilidade, o planejamento das empresas e mais confiança para investir –, bem como a pública, pois a criminalidade, além da inaceitável ameaça à vida, tem gerado despesas cada vez mais elevadas para os negócios e afugentado o capital. É preciso, ainda, recolocar a reforma administrativa na pauta do Congresso Nacional, para que concretizemos o propósito de racionalizar e modernizar o Estado, aumentando sua produtividade e capacidade de entregar melhor educação, saúde, segurança e habitação à sociedade.
Os desafios são muitos, mas a NIB, dado o seu potencial de proporcionar um salto no desenvolvimento brasileiro, estimula os setores público e privado a buscarem soluções mais amplas e integradas, essenciais para mudar a História. É hora de mostrarmos que somos capazes de conceber uma política industrial moderna e executá-la de maneira efetiva, com métricas e mecanismos de avaliação permanentes para corrigirmos o que for preciso e fortalecermos as ações que proporcionem o maior retorno possível ao capital alocado. O Brasil precisa, o Brasil merece!
*Fernando Valente Pimentel é diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

ABIT - Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção

worldfashion • 21/12/23, 09:49

PERCEPÇÃO DOS EMPRESÁRIOS DO SETOR TEXTIL E CONFECÇÃO PARA AGENDA 2024

O resultado da enquete realizada pela ABIT Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção nos dias 21 de novembro a 01 de dezembro 2023.

Percentual dos setores participantes:

39% de confecção vestuário

36% textil outros

14% fornecedores

11% confecção outros

As regiões

36% RGS/SC/PR

36% SP

17% MG/ES

7% NORTE/NORDESTE

4% outros estados

As expectativas de decisão dos empresários para os investimentos:

57% - adotarão novas tecnologias de produção - independente do cenário econômico

32% - adotarão novas tecnologias de produção - se o cenário econômico melhorar

11% - não vão adotar novas tecnologias de produção

56% - vão ampliar/criar ações de Pesquisa & Desenvolvimento - independente do cenário econômico

28% - vão ampliar/criar ações de Pesquisa & Desenvolvimento - se o cenário econômico melhorar

16% - não vão ampliar/criar ações de Pesquisa & Desenvolvimento

37% - vão substituir e/ ou adquirir máquinas equipamentos - independente do cenário econômico

43% - vão substituir e/ ou adquirir máquinas equipamentos - se o cenário econômico melhorar

20% - não substituir e/ ou adquirir máquinas equipamentos

53% - ampliarão o número de pontos de venda e canais de distribuição - independente do cenário econômico

20% - ampliarão o número de pontos de venda e canais de distribuição - se o cenário econômico melhorar

27% - não ampliarão o número de pontos de venda e canais de distribuição

17% - vão ampliar ou abrir novas unidades de produção - independente do cenário econômico

24% - vão ampliar ou abrir novas unidades de produção - se o cenário econômico melhorar

59% - não vão ampliar ou abrir novas unidades de produção

70% - vão reduzir o impacto ambiental, buscando conformidade com as regulamentações ambientais - independente do cenário econômico

23% - vão reduzir o impacto ambiental, buscando conformidade com as regulamentações ambientais - se o cenário econômico melhorar

7% - não vão reduzir o impacto ambiental, buscando conformidade com as regulamentações ambientais

51% - vão iniciar/fortalecer ações para ampliar exportações - independente do cenário econômico

12% - vão iniciar/fortalecer ações para ampliar exportações - se o cenário econômico melhorar

37% - não vão iniciar/fortalecer ações para ampliar exportações

32% - vão iniciar/ampliar importações de insumos e bens finais - independente do cenário econômico

22% - vão iniciar/ampliar importações de insumos e bens finais - se o cenário econômico melhorar

46% - não iniciar/ampliar importações de insumos e bens finais

41% - vão investir em Inteligência Artificial aplicada aos processos produtivos e entrega de experiências aos consumidores - independente do cenário econômico

32% - vão investir em Inteligência Artificial aplicada aos processos produtivos e entrega de experiências aos consumidores -  se o cenário econômico melhorar

27% - não vão investir em Inteligência Artificial aplicada aos processos produtivos e entrega de experiências aos consumidores

51% - vão buscar novos materiais e matérias primas inovadoras, inclusive com uso da nanotecnologia -  independente do cenário econômico

18% - vão buscar novos materiais e matérias primas inovadoras, inclusive com uso da nanotecnologia -  se o cenário econômico melhorar

31% - não buscar novos materiais e matérias primas inovadoras, inclusive com uso da nanotecnologia

76% - vão iniciar/ampliar esforços de vendas por meios digitais - independente do cenário econômico

9% - vão iniciar/ampliar esforços de vendas por meios digitais - se o cenário econômico melhorar

15% - não vão iniciar/ampliar esforços de vendas por meios digitais

GERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE EMPREGOS

32% das empresas deverão aumentar o quadro de funcionários em 2024

28% manterão o quadro de funcionários sem substituições

31% manterão o quadro de funcionários com substituições

9% diminuirão o quadro de funcionários

Motivos para as empresas diminuem ou mantem o quadro de funcionários com substituições:

12% Redução de custos

52% Para substituição por profissionais mais qualificados

24% Compensar a diminuição da demanda

9% Para aplicar a robotização e/ou automação de processos

3% Outros

Para sua empresa 2024 será:

48% - positivo

31% - sem mudança importante

11% - não soube opinar

10% - negativo

Alguns motivos listados pelos respondentes:

• “Novas metas com muito trabalho”

• “Incertezas econômicas”

• “Estamos realizando grandes investimentos na indústria têxtil brasileira para ampliar nossa participação de mercado”

• “Economicamente o Brasil estará complicado, mas as mudanças que estamos fazendo nos ajudarão a suportar o momento”

• “Abertura de novos clientes “

• “Iniciamos processo de exportações que é muito promissor”

• “As perspectivas de crescimento global”

• “Independentemente do atual volume de produção têxtil e confecção, os setores necessitam de maior produtividade e isso passa pela tecnologia”

PRINCIPAIS DESAFIOS PARA O SETOR TÊXTIL E CONFECÇÃO

77% - Concorrência com produtos importados sem a devida isonomia tributária

55% - Elevada Carga Tributária e Guerra Fiscal

43% - Falta ou alto custo de mão de obra especializada

43% - Insegurança Jurídica e complexidade tributária

Outros pontos citados:

41% - Expectativa de baixo crescimento do varejo de vestuário

37% - Demanda interna reprimida/Insuficiente

23% - Encargos e Processos Trabalhistas

22% - Falta ou alto custo de matéria prima e/ou energia elétrica

21% - Crédito insuficiente para investimentos e/ou capital de giro

21% - Mudanças nas preferências do Consumidor

AÇÕES PRIORITÁRIAS PARA ESTIMULAR A ATIVIDADE ECONÔMICA

As 4 prioridades foram elencadas:

67% - Diminuir a complexidade e obrigações tributárias, reduzindo a economia informal e desburocratizando os negócios

63% Mecanismos de fiscalização e controle dos gastos e contas públicos, diminuindo o risco fiscal e combatendo a corrupção

64% Trazer isonomia tributária aos produtores brasileiros em relação às plataformas de varejo internacionais

54% Regulamentação da Reforma Tributária

Outros pontos citados:

45% Avanço na pauta sobre a Reforma Administrativa

41% Promover políticas que estimulem o aumento da oferta de crédito para população e empresas

30% Fechamento de Acordos Internacionais (Ex: Mercosul e União Europeia)

30% Redução do custo logístico para empresas com investimentos governamentais em infraestrutura

19% Redução do custo e encargos recorrentes no setor de energia elétrica e gás natural

AÇÕES PRIORITÁRIAS PARA ESTIMULAR A ATIVIDADE EMPREENDEDORA

As 4 prioridades para estimular a atividade empreendedora em 2024

72% Redução do Custo do Trabalho e Encargos Trabalhistas

67% Avançar na Agenda de Redução do Custo Brasil e suas vertentes

57% Ampliar as linhas de financiamento e crédito para modernização do parque fabril, inovação e sustentabilidade

43% Incentivos à exportação de produtos nacionais

Outros pontos citados:

36% - Incentivar a adaptação à Indústria 4.0 e à transformação digital

33% Ampliar o limite de faturamento da tributação pelo Simples Nacional

28% Ampliar incentivos tributários para pesquisa e desenvolvimento

28% Promover uma fiscalização de caráter orientativo e não somente punitivo 28%

20% Fortalecer o Sistema de Garantias de Crédito (Ex: Pronampe, PEAC, etc)

AÇÕES PRIORITÁRIAS PARA GERAR IMPACTO SOCIAL

As 4 prioridades para gerar impacto social em 2024:

94% Educação

75% Saúde

71% Segurança Pública

71% Capacitação de mão de obra

Outros pontos citados:

47% - Ciência e Tecnologia

37% - Saneamento Básico

25% - Habitação

24% - Sustentabilidade Ambiental

19% Transporte Público

12% Programas Sociais

REFORMA TRIBUTÁRIA

Sobre o tema REFORMA TRIBUTÁRIA, o nível de satisfação dos respondentes é:

7% - satisfeito

67% - insatisfeito

26% - não saberia manifestar sobre o tema

PESQUISA FECOMERCIO

Recebemos o da FECOMERCIO SP que reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. E em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolvendo soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.

Na pesquisa realizada a noite deste Natal, roupas, brinquedos e perfumes serão os presentes mais comuns nas festas dos paulistanos. É o que revela uma pesquisa com 1.031 pessoas feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP): mais de um terço (37%) dos entrevistados disse que pretende comprar alguma peça de vestuário para presentear familiares e amigos, enquanto 18% responderam que querem adquirir brinquedos e 15%, cosméticos. Esse resultado não é trivial, já que a maior parte dos participantes da pesquisa (23%) alegou que, de fato, também gostaria de ganhar roupas na ocasião, enquanto 11% esperam receber perfumes.

Esses números se explicam, sobretudo, pelo cenário econômico positivo. Na visão da FecomercioSP, a inflação controlada e os juros básicos (Selic) em queda, além do mercado de trabalho aquecido, contribuem para a recomposição da renda das famílias por meio dos salários. Com isso, o consumo tende a crescer. Para o empresariado, isso se verá nas receitas. O estudo mostra que o tíquete médio de compras em 2023 deverá ser de R$ 600, enquanto foi de R$ 587 no ano passado. Tudo isso mesmo considerando que, agora, metade (53%) dos paulistanos ressalte que não usará recursos do décimo terceiro salário para comprar presentes de Natal — em 2022, a taxa era de 43%.

da redação

ABIT - Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção

worldfashion • 25/01/23, 01:52

ricardo-steinbruch_presidente-da-associacao-brasileira-da-industria-textil-abit

Eleito pelos associados, o empresário e administrador de empresas Ricardo Steinbruch, de 64 anos, atuante há mais de 40 anos no setor, assumiu, a partir deste mês (janeiro 2023), a presidência da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) para o triênio 2023/2025, juntamente com os novos membros do Conselho de Administração e três vice-presidentes executivos: Giuliano Donini, da Marisol, Flavio Gurgel Rocha, do Grupo Guararapes, e Grasiela Moretto, da Ufo Way.

O novo presidente, ligado à Vicunha, sucede a Fernando Valente Pimentel, que ocupou o cargo por duas gestões consecutivas e passa a desempenhar a função de diretor-superintendente e a integrar a galeria de presidentes eméritos da entidade.

Ricardo Steinbruch salienta que a Abit tem atuado de modo eficaz em várias frentes, tanto na proposição de políticas públicas relevantes, quanto na produção e disseminação de conhecimento e ações de apoio e estímulo ao avanço tecnológico e defesa setorial. “Trabalharemos com determinação para que a trajetória da entidade continue bem-sucedida e para a conquista de novas e importantes vitórias para o desenvolvimento da indústria têxtil e de confecção”, enfatiza, ponderando: “teremos um triênio interessante pela frente, com um governo que precisará pensar na reindustrialização do País. Queremos fortalecer ainda mais a entidade com pautas propositivas”.

O novo presidente é bacharel em Administração de Empresas pela FGV – Fundação Getúlio Vargas. Desenvolveu sua carreira na Indústria Têxtil, onde atua há mais de 40 anos. É Presidente do Conselho de Administração da Vicunha Têxtil, AVCO Polímeros Brasil, Finobrasa Agroindustrial S.A., Pajuçara Confecções S.A. e Fibra Empreendimentos Imobiliários. Conselheiro das empresas: Textília S.A., Elizabeth S.A. Indústria Têxtil, Vicunha Steel S.A. e Vicunha Aços S.A., Diretor Presidente da Vicunha Ecuador S.A., Diretor da Vicunha Uruguay S.A., Diretor Superintendente da Rio Iaco Participações S.A.

Ricardo Steinbruch foi Membro do Conselho da CSN – Cia. Siderúrgica Nacional e Presidente do Conselho do Banco Fibra. Steinbruch também é membro dos Conselhos do IEDI, ICESP (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), Coscex (Fiesp) e do Conselho Consultivo da Pinacoteca. É Patrono do Masp e Museo Reina Sofia (Madri) e integra o Programa de Associados MAM Rio. É brasileiro, casado e tem três filhos.

Sobre a Abit - A associação tem 66 anos e é uma das mais importantes e atuantes entidades dentre os setores econômicos do País. Representa a força produtiva de?24,6 mil empresas (desde empresas produtoras de fibras, passando por fiações, tecelagens, malharias, tecidos técnicos, não tecidos, estamparias, aviamentos até as confecções), de distintos portes, instaladas por todo o território nacional, que empregam cerca de 1,36 milhão de trabalhadores e geram, juntas, um faturamento anual de R$ 161,4 bilhões.

Conheça o novo Conselho de Administração da Abit Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção triênio 2023-2025

CARGO  -  NOME  - EMPRESA

Presidente -Ricardo Steinbruch -Vicunha

1º Vice-Presidente - Giuliano Donini - Marisol

2º Vice-Presidente - Flávio Gurgel Rocha - Guararapes

3º Vice-Presidente - Grasiela Moretto - Ufo Way

Conselheiro Vice-Presidente - Fuad Mattar - Paramount

Conselheiro Vice-Presidente - Guilherme Colonna Rosman - DeMillus

Conselheiro Vice-Presidente - Ivan José Bezerra de Menezes - TBM

Conselheiro Vice-Presidente - Ivo Rosset - Rosset

Conselheiro Vice-Presidente - Luiz Arthur Pacheco de Castro -  Sinditêxtil-SP

Conselheiro Vice-Presidente - Marco Antônio Branquinho Junior - Cedro

Conselheiro Vice-Presidente - Romeu Antonio Covolan - Canatiba

1º Conselheiro Secretário - Mauro Henke - Dystar

2º Conselheiro Secretário - José Altino Comper - Sintex

3º Conselheiro Secretário - Paulo Walter Leme dos Santos - Comask

1º Conselheiro Tesoureiro - Alfredo Emílio Bonduki- Kalina

Conselheiro - Antonio Cesar Berenguer de Bittencourt Gomes - CIRJ - RJ

Conselheiro - Antonio Greco - Fiação Alpina

Conselheiro - Antonio Valter Trombeta - Sindiroupas SP

Conselheiro - Aroldo Teodoro Campos - Sindimalhas MG

Conselheiro - Carlos Alberto Mazzeu - Lupo

Conselheiro - Carlos Alexandre Winderlich Ferraz - Sindivest Maringá

Conselheiro - César Pereira Döhler - Döhler

Conselheiro - Claudio Dini - Dini Têxtil

Conselheiro - Leandro Pereira - Sinditêxtil-CE

Conselheiro - Daniel Borger - Norfil

Conselheiro - Dênis Luis Lunelli - Lunelli

Conselheiro - Eli Kattan - Afipol

Conselheiro - Fabio Hering - Cia Hering

Conselheiro - Felipe Alexandre Felipe Neto - Ind.Têxtil Apucarana

Conselheiro - Guilherme Weege - Malwee

Conselheiro - Hari Hartmann - Sindivest Salvador

Conselheiro - Hugo Kitagawa - Rhodia

Conselheiro - João Karsten Neto - Karsten

Conselheiro - Leonardo Sant´anna - Sinditec

Conselheiro - Lineu Jorge Frayha - Indorama

Conselheiro - Mateus Inacio - ABINT

Conselheiro - Mauro Barreira Fernandes Júnior - Unifi

Conselheiro - Paulo Sérgio De Biagi de Oliveira - ABRAFAS

Conselheiro - Paulo Henrique de Lima Pustiglione - DuPont

Conselheiro - Paulo Totaro - Lorsa

Conselheiro - Rainer Zielasko - Fiasul

Conselheiro - Ricardo Axt Textil  - Farbe

Conselheiro - Rogério Mascarenhas Cezarino - Sift-MG

Conselheiro - Romeu Trussardi Neto - Trousseau

Conselheiro - Tiago Peixoto -  Cataguases

Conselheiro Fiscal - Carlos Zabani - Hudtelfa

Conselheiro Fiscal - Marcos Antonio De Marchi - Vicunha

Conselheiro Fiscal - Rui Altenburg - Altenburg

Conselheiro Fiscal - Matheus Diogo Fagundes - Audaces

Conselheiro Fiscal - Luiz Augusto Barreto Rocha - BDS

Conselheiro Fiscal - Luca Pascolato - Santaconstância

PRESIDENTES EMÉRITOS

Paulo Antonio Skaf

Josué Gomes da Silva

Aguinaldo Diniz Filho

Rafael Cervone Netto

Fernando Valente Pimentel

da redação com informações da Ricardo Viveiros & Associados - Oficina de Comunicação     foto divulgação

ARTIGO - Costurando o desenvolvimento

worldfashion • 25/10/22, 08:56

por Fernando Valente Pimentel*

Ao longo do Bicentenário da Independência do Brasil, comemorados em 2022, em cada ciclo de governo abriram-se oportunidades de avançarmos no desenvolvimento, nem sempre bem-aproveitadas. Na etapa delimitada pelas eleições desde ano, a correção das rotas que levaram a economia nacional a crescer pouco nas últimas quatro décadas transforma-se em compromisso e responsabilidade de todos nós e do presidente da República a ser empossado em janeiro próximo. O novo mandado — assim como dos governadores e legislaturas das assembleias legislativas e Congresso Nacional — será decisivo para que nosso país tenha uma chance concreta de viabilizar sua ascensão e um patamar socioeconômico mais elevado. A conjuntura global apresenta riscos graves e muitas possibilidades. Serão vitoriosas as nações que souberem mover-se com eficácia e eficiência nesse cenário.

fernando-pimentel-06É o que preconiza a “Agenda para o Desenvolvimento da Indústria Têxtil e de Confecção”, elaborada pela Abit, entidade representativa do setor, com base em ampla consulta aos empresários. O documento parte do pressuposto de que é imprescindível uma política industrial moderna e assertiva, como vêm fazendo os principais países, num movimento que se acentuou nos últimos anos, principalmente depois da pandemia e das crises relativas a conflitos e ao quadro geopolítico internacional, como ocorre no Leste da Europa. São muitos os planos de incentivos governamentais para estimular investimentos e assegurar a competitividade global de suas economias. Não se trata de copiar o que se faz lá fora, mas sim de entender as demandas, tendências e estratégias necessárias à inserção mais competitiva do Brasil no contexto global.

Em sintonia com o que preconiza a CNI, entendemos ser prioritária uma política industrial que contemple investimentos em tecnologias socioambientais sustentáveis, eficiência energética e fontes renováveis, digitalização de processos e uma sólida estrutura de governança. Inovação e fomento da pesquisa são cruciais. É preciso capitalizar nossas vantagens competitivas e aproveitar o potencial verde para consolidar posições de domínio tecnológico em cadeias estratégicas de valor.

Alinhados a esses pressupostos, os empresários têxteis e de confecção elencaram, em sua “Agenda para o Desenvolvimento”, suas prioridades para o novo governo, que começam com a efetivação, já no primeiro ano de mandato, das reformas tributária e administrativa, ambas já bastante discutidas no Parlamento e pelos representantes dos setores produtivos. A primeira deve modernizar a tributação do consumo, substituindo o PIS/COFINS, IPI, ICMS e ISS pelo IVA, e extinguir a guerra fiscal entre unidades federativas. É essencial, ainda, o reequilíbrio do peso dos tributos entre os distintos ramos de atividade, pois a manufatura está sobrecarregada, como se observa no fato de representar 11,3% do PIB e recolher mais de um terço de todos os tributos. Outra meta relevante é reduzir os custos para investimento produtivo, por meio de crédito e tributação mais vantajosos.

Quanto à reforma administrativa, é mandatória para que tenhamos um Estado menos oneroso para os contribuintes, mais eficiente na prestação de serviços aos cidadãos e à sociedade. O setor público precisa estimular os investimentos, a criação de empregos e o crescimento econômico, sem intervir no empreendedorismo e nos negócios privados.

Para a indústria têxtil e de confecção, uma das mais prejudicadas pelo problema, o combate à pirataria, contrabando e venda de produtos roubados é uma prioridade. Essa ação insere-se na necessidade de melhoria da segurança pública, com a articulação da Justiça, Ministério Público, polícias Federal, Militar e Civil, bem como órgãos municipais e representantes da sociedade.

O setor anseia, ainda, pela preservação e fortalecimento das regras fiscais, como o teto de gastos e a lei de responsabilidade fiscal, para coibir a tendência de despesas excessivas por parte do poder público. Em linha com esses propósitos, é crucial o controle da dívida pública, para que o País tenha solvência, cada vez mais credibilidade no mercado internacional e seja atrativo para os investimentos produtivos internos e estrangeiros.

O documento também enfatiza a premência do ensino de qualidade, a começar da Educação Básica. Outras medidas importantes são a ampliação da oferta de cursos profissionalizantes e tecnológicos alinhados às demandas industriais e da economia moderna e o fortalecimento da aprendizagem técnica de uma profissão no Ensino Médio, como instrumento de incentivo à empregabilidade dos jovens.

A saúde é outra prioridade, exigindo investimentos para sua melhoria e ampliação da capacidade de atendimento. O SUS, um dos maiores sistemas de assistência médico-hospitalar pública do mundo, demonstrou sua capacidade e pertinência durante a pandemia. É um modelo que deve ser aprimorado cada vez mais.

Como um dos protagonistas da economia brasileira e gerador de 1,5 milhão de empregos, dos quais 75% ocupados por mulheres, o setor têxtil e de confecção tem uma pauta aderente aos anseios da sociedade, aos contemporâneos preceitos de governança ambiental, social e corporativa (ESG) e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. Nosso país tem de estar na vanguarda dessa agenda. Por isso, não deve insistir em teses e ideologias que já não deram certo no passado. É preciso entender o presente, fugir à armadilha de economia de renda média, à qual não devemos nos resignar, e construir um futuro com mais desenvolvimento e bem-estar social.

*Fernando Valente Pimentel é o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

ARTIGO

worldfashion • 10/10/22, 13:42

O manto da Padroeira

Por Fernando Valente Pimentel*

A Seleção Brasileira, que este ano lutará pela conquista do hexacampeonato mundial nos gramados do Catar, tem uma relação holística e transcendental com seu uniforme, para o bem ou o mal. Há episódios antológicos, nos quais o traje, como se fosse mais um jogador, ganha forte identidade como protagonista ou vilão.

nossa_senhora_aparecidaUma dessas passagens ocorreu há 72 anos, na chamada “tragédia do Maracanã”, quando perdemos, de virada, a final da Copa do Mundo de 1950 para os uruguaios. Poucos se lembram, mas o goleiro Barbosa não foi o único responsabilizado pela derrota por parte da imprensa e a opinião pública. A camisa branca com golas azuis também foi sumariamente condenada, sob a acusação de que não era “suficientemente nacionalista”. Expressando tal sentimento da torcida, o jornal carioca Correio da Manhã publicou editorial criticando-a pela “falta de simbolismo moral e psicológico”.

Oito anos depois da frustração pela perda do título no Rio de Janeiro, nossa seleção, já com a tradicional indumentária amarela, ganhou sua primeira Copa do Mundo, na Suécia, em 1958. O traje da finalíssima, embora improvisado, foi um dos protagonistas da vitória: alguns dias antes da partida, houve um sorteio para decidir a cor da camisa dos times, pois os adversários, os donos da casa, também vestiam amarelo. Perdemos. Por isso, foi necessário comprar às pressas um lote de camisetas azuis para a decisão.

A mudança parecia afetar os jogadores, já acostumados a jogar com a jaqueta canarinho. Percebendo o risco dessa reação emocional, o chefe da delegação, Dr. Paulo Machado de Carvalho, o Marechal da Vitória, reuniu o elenco antes do jogo e enfatizou: “Eu quis que vocês jogassem de azul porque é a cor do manto de Nossa Senhora Aparecida, que está conosco”. O resultado todos conhecem! Sob as bênçãos da Padroeira, a seleção passeou no gramado do Estádio Rasunda, na cidade de Solna, batendo a Suécia por cinco a dois. Foram dois de Pelé, dois de Vavá e um de Zagalo. Desde então, o azul foi oficializado como segundo uniforme da seleção.

14785962351_342aa98ff5_z-430x640Transcorridos 64 anos da histórica conquista e às vésperas de tentarmos ganhar o sexto título mundial, é importante entender que, mais do que nunca, o uniforme tem significativos efeitos no desempenho da seleção. Aliás, não apenas da nossa, mas de todas as que participarão da Copa do Catar, assim como da grande maioria dos times de futebol profissional e demais esportes. Agora, a influência não tem apenas fatores emocionais, psicológicos, supersticiosos ou religiosos. Estamos falando de tecnologia!

O notável avanço dos equipamentos industriais, materiais, fios, fibras, tecidos e confecção resultaram em trajes de competição que reduzem a resistência do ar e da água nas disputas do atletismo e da natação e nos jogos de futebol, basquete, vôlei e outras modalidades. São mais leves, não retêm o suor, não irritam a pele, garantem plena ventilação, aumentam a microcirculação sanguínea, retardam a fadiga muscular e aceleram a recuperação, podendo até mesmo monitorar eletronicamente a performance.

Exemplo dessa evolução é o uniforme do futebol. Até o início dos anos 80, o material utilizado retia o suor. Um jogador perde de dois a três quilos durante o jogo. Metade disso ficava na camisa. Aí, veio outro tipo de fibra, utilizado pela primeira vez pela Seleção Brasileira na Copa do México, em 1986. Porém, o suor permanecia retido, agregando peso e esfriando o corpo do atleta. A partir dos anos 90, surgiram novos materiais, fibras e tecnologias de acabamento e fabricação. Tecidos inteligentes absorvem o suor e propiciam rápida evaporação. Hoje, 24 anos depois do primeiro modelo desse tipo de camisa, a atual é 13% mais leve e tem passagem de ar 7% mais efetiva.

A melhor notícia é que esses avanços também beneficiam os consumidores, pois são aplicados na produção regular do vestuário. Entretanto, os uniformes que vestirão as seleções no Catar, assim como as roupas de nosso dia a dia, não chegaram ao limite da evolução tecnológica. Estão em curso a Manufatura Avançada e o desenvolvimento de novas fibras e acabamentos, e o setor têxtil e de confecção brasileiro é um dos protagonistas desses avanços.

Cabe, ainda, uma redentora reflexão. Em plena era do conhecimento, da informação e da tecnologia, é preciso, finalmente, fazer justiça histórica, inocentando o goleiro Barbosa e a camisa branca, que obviamente não podem ser condenados pela derrota de 1950. Algo, contudo, permanece inabalável para milhões de brasileiros: a fé em Nossa Senhora Aparecida!

*Fernando Valente Pimentel é o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).