SP - Miscigenação no forum do salão inspiramais

admin • 21/01/13, 19:37

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A miscigenação brasileira é a chave e o eixo que revela as inspirações para o verão de 2014,  no desenvolvimento das coleções de calçados, confecções, bolsas, cintos e outros produtos de moda. Cores, tramas, geometrias, camadas, sobreposições, barroco, franjas, rendilhados, pin-ups, transparências são algumas das referências europeias, indígenas e africanas na plataforma de apresentação do Fórum de Inspirações do Salão INSPIRAMAIS.

Walter Rodrigues assina a pesquisa e é o coordenador do Núcleo de Design da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couros, Calçados e Artefatos (Assintecal).

“A ideia é de vestir o verão com a multiplicidade das raças, culturas e os sentimentos que a envolvem”, diz Walter Rodrigues. Com o tema Testemunho e a proposta de resgatar a identidade brasileira, três conceitos compõem a pesquisa – Indígenas, Africanos e Europeus.

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O resultado desse trabalho é um conjunto de tendências que referendam a fusão dessas três culturas e seus hábitos, agora explorados em cores e texturas. A cartela de tons aponta para o predomínio do azul que contracena com cores quentes como vermelho, laranja, rosa e amarelo. A sobriedade reside na variação dos marrons, cinzas e beges.

Conceito 3 – Os Indíos  - Um Testemunho Oral. Olhamos a paisagem selvageminspiramais-01 em contraposição à sociedade moderna. Ela é mãe em seu significado, levado à sua maior potência, é a fonte da vida e é por meio desta que o índio tira o sustento, o alimento, a proteção, a arte, as grandes histórias passadas de gerações em gerações, a continuidade…Mais do que integração, a Natureza representa o local sagrado, de onde o indígena tira somente o necessário, sem agredi-la, tratando-a com respeito, entendendo seu exato tamanho no universo, fazendo parte dele, sem em nenhum momento querer ser seu dono. Dessa forma, observamos o mundo sob a ótica de diversas tribos, por meio de profusões de cores, penas, contas, adornos, cestarias delicadas, texturas e estampas que evocam os mais diversos animais, representando o imaginário inocente de um povo forte e mágico. Nesses preceitos de valorização do natural, do artesanal e do manual, sentimos no mundo de hoje uma procura por esses valores, exemplos de viver bem, enfatizados especialmente pelos excessos provocados pelo dia a dia. Assim, o mundo vive também um processo de desintoxicar e de buscar sentido no que está ao nosso redor, na rua, no quintal, na sala…

Conceito 2 – Os negros – Um Testemunho Musical

cid_image005_jpg01cdf76bA rebeldia como força motriz. Um não conformismo que exalta valores de expressão, que vão além dos desejos individuais, a busca pela espontaneidade livre e a música como refúgio, grito, lamento, alegria, catarse e manifestação. No passado, arrancados de seus locais de origem e hostilizados, os negros não se adaptaram ao entorno imposto e, para tal, precisaram desenvolver uma extensão variável onde pudessem viver com dignidade. Revolucionários, buscaram por meio da música, do esporte, da contracultura e da rebeldia um posicionamento na sociedade.Assim, dessa energia transformadora e transgressora nasceu um entorno repleto de sensualidade, cor, ritmos, humor, no qual a música exerce um fator determinante para marcar diversos momentos, sejam tristes, festivos, religiosos ou pagãos. Do rebolado das meninas da laje à força da voz de Elza Soares, da cadência do rap de Criolo até a explosão da nova cena cultural paulistana, que vem de projetos independentes, como o Matilha Cultural, ou de outros que nascem nas favelas, onde as dificuldades das grandes cidades se transformam em som e poesia.

Conceito 1 – Os Brancos – Um Testemunho Imagético Povos que trazem

cid_image006_jpg01cdf76bhistórias e raízes que resgatam da terra natal, incorporando-as ao local que os acolhe; isto é, recriam seu ambiente onde escolhem morar: alemães, italianos, espanhóis, sírio-libaneses, poloneses, suíços… Assim, nesse novo lugar deixam sua marca por meio da tradição e do pitoresco, da culinária, da literatura, da música, da arte e de ofícios que carregam memórias e cores seculares. Mais do que marcar a paisagem ao seu redor, esses povos

imprimem uma dinâmica pulsante no cotidiano que se reinventa. Seres que transformaram o ambiente à nossa volta, sobrecarregados, de tempos em tempos também olham para o passado, procurando uma brecha no espaço, onde podem achar uma zona de conforto diante da realidade frenética, buscando inspirações e vivências, entretanto também vislumbram um futuro próximo, no qual o tecnológico e o artesanal vivem em perfeita comunhão.

Fonte: [MAC] Maquinário Assessoria de Comunicação

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