Manequins de um novo tempo

admin • 29/01/10, 09:52

manequins Artviva - foto Adelia LopesVitrine com manequim valoriza o produto e ajuda aumentar a venda; manequins seguem as tendências da estação; podem ser opacos ou com brilho, dos tons da pele à cor que imita madeira; têm versões de adultos e crianças, estáticas ou sugerindo movimento, em pé ou sentadas. E agora respondem ao apelo da sustentabilidade, não mais sendo feitos de fibra de vidro, que leva 200 anos para se desmanchar na natureza.

Essas e outras informações sobre o universo dessas figuras povoam o estande da Artviva, fabricante de manequins há 18 anos instalada em São Paulo e que desde 1998 participa da Fenim-Feira Nacional da Indústria da Moda, que termina hoje em Gramado (RS). Ali, os manequins estão ambientados em caixotes de madeira, com inscrições Made in Brazil, aproximando idéias de sensualidade, aconchego,  nacionalidade e de natureza. O cenário, idealizado pelo diretor de marketing Marcos Gold, reporta o novo tempo da fábrica sediada em Guarulhos.

Os investimentos em máquinas possibilitam triplicar a produção e reduzir de 40 para dez dias o prazo de entrega dos pedidos. Fazemos os manequins de acordo com as tendências da estação e também de acordo com as encomendas dos lojistas”, conta Erisvaldo Marques, que ao lado dos irmãos Manoel e Edvaldo, comanda a Artviva. Haverá pronta entrega na Rua João Caetano e  a caminho da exportação, com capacidade de produzir 700 manequins por mês.

manequins Artviva - foto Adelia LopesO uso de resina termoplástica permite a reciclagem dos manequins. “Neste ano, toda a produção não será mais com fibra de vidro, impossível de ser reciclada porque não derrete no fogo”, conta Marques. As peças custam de R$ 300 a R$ 1.200. Investimento seguro, segundo os irmãos Marques, porque  manequins de alta qualidade numa vitrine bem diagramada “ajudam a aumentar as vendas de 20% para mais”.

Os manequins de corpos esguios e belos rostos são maquiados conforme as tendências de beleza, mas há os sem cabeça, adotado por lojas que trabalham com roupas clássicas e as de alfaiataria. Para a próxima Fenim haverá exemplares robustos, pois a demanda exige. E  espera apresentar réplicas de modelos famosos, já estando em estudo os contratos para uso de imagem. Adélia Lopes

Auto-ajuda para varejistas

admin • 29/01/10, 09:44

Lucas Izoton - foto Adélia LopesO empresário capixaba Lucas Izoton, da marca Cobra D’Agua, compartilha seus 40 anos de experiência em vendas e varejo no livro Gerenciando e Lucrando no Varejo,lançado durante a Fenim – salão de moda que termina hoje em Gramado (RS).

Izoton, que também é presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo, é o primeiro empresário brasileiro de grande porte a colocar em livro sugestões e caminhos para outros
profissionais ou futuros colegas.

Em estilo de auto-ajuda, com perguntas e respostas, ele faz observações pertinentes, mas muitas vezes subestimadas. É o caso quando lembra que “o varejo é contato direto com público e o ideal é contratar profissionais que gostem de pessoas, que fiquem felizes em atender bem a alguém”. Além de capacitação, o livro aborda  as lições que se pode tirar com os concorrentes entre centenas de dicas preciosas.

Gerenciando e Lucrando no Varejo já está à venda em livrarias e nas lojas que comercializam Cobra d’Água, tendo sua renda revertida para ajudar as vítimas do terremoto no Haiti. Adélia Lopes

Inspiramais vem aí

admin • 29/01/10, 09:09

Será realizado em São Paulo, de 03 a 05 de fevereiro, no Centro de Convenções Frei Caneca, o Inspiramais – 1º Salão de Design e Inovação de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos. O projeto, realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal by Brasil), pretende estimular os fabricantes a trocar informações e aprimorar ainda mais o design dos produtos ‘made in Brazil’, especialmente no segmento de componentes para couro e calçados.

 

Entre as atividades programadas para acontecer durante o tradeshow estão o Fórum de Inspirações Verão 2011 com Walter Rodrigues, projeto Memórias do Fazer (resgate de técnicas de sapataria artesanal), oficina de criação, exposição de componentes, visitas guiadas e projeto Embalagens e projeto Embaixadores.

 

Outro destaque é o Congresso de Inovação e Tecnologia, no qual empresários e especialistas nacionais e internacionais debaterão questões pertinentes ao meio ambiente e a produção industrial do setor. O Congresso é patrocinado pela Petrobrás, Governo Federal, Rodhia e Solvay e conta ainda com apoiado da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), APEX-Brasil, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o SEBRAE.

 

Ainda durante o Inspiramais, algumas empresas do segmento apresentarão os resultados do Projeto Contém Design. Promovida pela Assintecal by Brasil e Objeto Brasil, em parceria com a Apex-Brasil, ação impulsiona nas indústrias a conscientização no desenvolvimento de propostas criativas que garantam funcionalidade e responsabilidade ambiental às embalagens. As idéias variam da escolha do design inovador e atrativo aos consumidores à de materiais “ecologicamente corretos”.

Lançamentos da indústria para o Verão 2011

admin • 28/01/10, 20:26

tecidos-premiere-vison-foto-daniel-cruzDurante a primeira edição da Première Brasil, realizada nos dias 20 e 21 de janeiro em São Paulo, diversas indústrias têxteis apresentaram seus lançamentos para o Verão 2011. Entre as novidades malhas, tingimentos, acessórios e outros itens. A seguir, confira alguns destaques:
 
A Cedro aposta na ampliação da variedade de tingimentos na linha denim e nos tecidos com maior potencial de stretch, além de acabamentos diferenciados que permitem toque e visual nobres. Já para os tecidos estampados, opções de listras, xadrezes, desenhos florais, tribais e infantis.
 
A Horizonte Têxtil conta com mix de produtos que contém stretch, sarjas, maquinetados com elastano, estampas e malhas. A novidade é a linha de listrados, com fio tinto sobre o Viscofeel, uma linha de viscose com elastano. Outro produto exclusividade é o Capri Plus, uma tricoline 100% algodão, com largura diferencial de 1,60 metro.
 
A Dalutex investe em tendências como tules, perfurados, tecidos fluídos como o voil de algodão, renda de algodão, rayon e jérsei, além dos rústicos, que segundo a empresa, prometem ganhar mais força no verão 2012.
 
A Cataguases destaca a linha focada em estampados e fios tintos e lisos, tecidos leves para o verão, com acabamentos diferenciados, artigos em dupla face e seersuckers - conhecido como anarruga, um tecido enrugado ou plissado que tem tal efeito através da utilização de fios com encolhimentos diferentes.
 
A Canatiba lançou uma coleção que explora denims com alta capacidade de elasticidade, como a linha Megaflex, produzida com fio lycra®. Destaque também para as linhas Premium Denim, com denims de estruturas rígidas, e Hi-Comfort com tecidos ecológicos e confortáveis devido à presença da fibra de Liocel®.
 
A Panamericana traz novidades em tecido plissado por meio da linha Vegas, composta de fios de algodão fibra longa compactado, que possui regularidade e resistência muito maior em relação ao fio convencional, atribuindo assim, leveza, toque suave e bom caimento ao tecido.
 
A RenauxView vem com coleção Clarividência Verão 2011 formada por tecidos como algodão, viscose, sarja, tricoline, cetim, entre outros. A inovação está na maneira com que os nós dos fios se encontram, formando desenhos diferenciados.
 
A Sultêxtil aposta nas malhas com acabamentos Silk Skin em cores frescas e doces, além das malhas de bambu, confeccionadas com fio obtido artificialmente pela regeneração da celulose do bambu.

 

A Tavex, uma das maiores produtoras de denim diferenciado do mundo, olha para o segmeneto dos ‘naturais’, com o acabamento Alsoft® Amazontex e investe num produto reciclado: o Bio Denim, produzido com algodão reciclado e feito exclusivamente com fibras e fios reaproveitados do próprio processo industrial da Tavex. A fabricação utiliza ainda um amido natural no lugar de gomas sintéticas. Esse amido é proveniente do fatiamento da batata nas indústrias de batata-frita e, em seguida, reutilizado no processo têxtil.

 

A Doptex apresenta artigos leves, em construções diferenciadas e com misturas de fibras, resultando tecidos com aspecto moderno de excelente toque e caimento para roupas esportivas.  A empresa, que também atua nos segmentos masculino, feminino, infantil e de uniformes, está apostando também tecidos com composições 100% natural e em misturas de fibras.
 
Já a Tecnoblu, apresenta a coleção inspirada na cidade histórica de Paraty. Intitulada “Memórias de Paraty”, a mescla referências retrô com linguagem moderna e inovadora, além de utilizar elementos florais, brasões, listrados, borboletas e rótulos antigos.

Première Brasil comemora sucesso de primeira edição

admin • 28/01/10, 19:37

Pré-venda de tecidos e afins para os próximos dois a três meses. Três mil visitantes, dos quais 90% eram brasileiros e 10% da América do Sul. Com estes resultados concretos os organizadores da Première Brasil, tradeshow com foco na indústria de moda, comemoram o sucesso da primeira edição.

premiere-vision-vista-geral-foto-daniel-cruz1O salão, realizado no começo da segunda quinzena de janeiro em São Paulo, superou as expectativas. De acordo com Andréia Repsold, vice-presidente da Fagga Eventos, empresa organizadora da feira, esta primeira edição reafirmou o potencial do país como um dos principais mercados da indústria da moda. “Após muito tempo, o Brasil voltou a reunir os principais fabricantes têxteis num só evento, oferecendo aos profissionais todos os itens da cadeia têxtil num só lugar”, diz a executiva.
 
Expositores também celebram o sucesso da edição. “A Première Brasil proporcionou à Dalutex atingir um público internacional, como confecções argentinas, chilenas e uruguaias, estreitando ainda os laços com os compradores nacionais. Já fechamos alguns pedidos e muitos clientes visitaram o nosso showroom, em Sorocaba”, afirma Camila Athayde, gerente de marketing da Dalutex.
 
O Première Brasil reuniu 67 expositores de países como Brasil, França, Espanha, Itália, Turquia, Inglaterra, Alemanha e Uruguai e apresentou, pela primeira vez na história têxtil do país, as novidades em tecidos, fibras e acessórios com um ano de antecedência. Estes produtos chegarão ao consumidor final na temporada de moda primavera-verão 2011.
 
O tradeshow é a versão latino-americana do badalado salão francês Première Vision, que acontece duas vezes por ano, em Paris, França, e também em edições especiais em cidades estratégicas como Xangai, Nova York, Moscou, Beijing e Tóquio.

Poesia e exuberância no último dia do SPFW

admin • 27/01/10, 21:46

Requinte, bordados e exuberância de cores são os principais ingredientes da coleção da carioca Isabela Capeto apresentada no Shopping Iguatemi, na manhã de encerramento da edição de inverno 2010 do SPFW. Tailleurs, camisas, vestidos e pantalonas mesclam a leveza das transparências combinadas a tecidos de diferentes pesos embalados pelo tema da temporada, ‘Filtros’. Já a linha de jeanswear é um primor, com formas despojadas que carregam debruns em minis paetês vermelhos e rebites metalizados e delicados. 

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De volta a Bienal, a marca jovem de Gloria Coelho, a Carlota Joakina, assinada por Camila Bertolote, brincou com a dualidade de vestidos leves e românticos em organza com leggings com recortes mixados a jaquetas estruturadas e mais próximas ao corpo. Destaque para os vestidos em patchworks de couro lembrando flores tridimensionais.

Com uma apresentação vibrante, a Reserva questionou os ‘15 minutos de fama’ e a realidade das ‘celebs instantâneas’, quem sabe saídas de um reality show, num desfile com proposta masculina pontuado por um tricô artesanal e interessante, com jaquetas de efeito matelassê, inclusive em lã, acompanhadas de alfaiataria de apelo casual e fresh.

 

Já Marcelo Sommer, da grife Do estilista, apresentou uma das mais lindas coleções criadas pelo designer, com apelo lúdico e poético, calcada num jeanswear com ‘cara’ de desgastado e puído, acompanhada de vestidos românticos, mixando tecidos de diferentes pesos e rendas ‘sujas’ pelo tempo, além de muito xadrez, casacos de crochê feitos a mão e saias e jaquetas de couro de jacaré, numa passarela toda coberta de carvão por onde desfilaram seus amigos: os estilistas Alexandre Herchcovitch, Emilene Galende, Fabia Berscek e Dudu Bertholini, além da modelo Luciana Curtis, o fotógrafo Henrique Gendre e a stylist Lara Gerin, entre outros.

Em clima de festa, André Lima apresentou o último desfile do evento com uma coleção exuberante recheadas de vestidos de festas que trazem babados, drapeados ou mangas bufantes, tudo em tecidos nobres, ora mega estampados com espécie de dobraduras ou pregas que criam efeitos de volume ou texturas, ora lisos e em cores contratantes. Henriete Mirrione

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Homem contemporâneo brilha no quinto dia de SPFW

admin • 26/01/10, 22:35

Abrindo o quinto dia de desfiles do SPFW, Alexandre Herchcovitch apresentou sua coleção masculina no shopping Iguatemi, arrebatando a platéia logo de ‘cara’, literalmente, a começar pela incrível maquiagem de caveira pintadas nos rostos dos modelos, numa alusão a morte, da obra prima de Bergman, “O Sétimo Selo”. Na coleção uma pitada de punk, rock e casualwear, além de estampas em xadrez, calças curtas e casacos numa alfaiataria impecável, mostrando que, mesmo caminhando cada vez mais para fortalecer o lado comercial, Herchcovitch continua firme e forte ligado as suas raízes underground.

 
De volta a Bienal, o coletivo OStúdio carioca apresentou um vídeo ao invés de desfile. Em imagens em que dois modelos se revezavam apresentando, dançando e pulando na tela roupas confortáveis, em tecidos de algodão em diferentes peças, algumas unissex, com estampas em xadrez ou num jeanswear de linhas simalexandre-herchcovitch-inverno-2010-spfwples e despojadas.

 

Miscelânea foi a inspiração da coleção de Jefferson Kulig, que nesta estação apostou fortemente em itens com um forte apelo comercial. Nas peças, um mix de transparências e tecidos encorpados como a combinação de sisal tingido, couro, moletom e uma matéria-prima tecnológica emborrachada que o designer chama de TK, ou ainda jérsei e tule acompanhados de lã, em shapes que carregam faixas que dão estrutura aos ombros e deixam a roupa com um ar mais contemporâneo.

 
Ao som de Black Sabbath, Dudu Bertholini e Rita Comparato, da Neon, soltaram os ‘bichos’ na passarela. A dupla apresentou uma coleção perfumada pelos anos 40 que mescla um espírito de ‘caçadora vintage’, com calças de cintura alta, tailleur e coletes com estampas bem coloridas combinadas a camisas, além investir pesado na brincadeira de vestir as clientes de ‘animais selvagens’, com vestido coruja, veste papagaio, morcego, zebra ou elefante, em tecidos que vão do neoprene a lã rústica. 

 
A moulage definitivamente é a praia de Wilson Ranieri. O jovem designer tem um gosto apurado e cria roupas sofisticadas, que nesta estação parecem estar mais para o verão do que para o inverno, em tecidos com linho e malhas com estampas que lembram papéis de parede com motivos florais em tons aquosos. A novidade para o inverno 2010 são as peças trabalhadas em ciré, que dão um toque de brilho a cartela com várias tonalidades clássicas.

 
Encerrando a noite, o mestre da manufatura Lino Vilaventura olhou para a beleza dos pássaros para criar uma coleção que prima pela leveza de vestidos delicados e assimétricos, acompanhados de texturas luxuosas e inesperadas de mantôs-capa, num inverno para lá de negro. Dois pontos fortes da apresentação: os sapatos que ganham brilhos e bordados e trazem ‘asas’ e a linha masculina, que, pelo menos na passarela, cresce, sofisticada e recheada de camisas com nervuras e casacos curtos e mais próximos ao corpo. Henriete Mirrione

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moda atemporal no quarto dia do SPFW

admin • 21/01/10, 23:01

huis-clos-inverno-2010-divulgacao-fotositeA estilista Gloria Coelho abriu o quarto dia do SP Fashion Week desfilando mais uma vez no shopping Iguatemi. Entre os temas da temporada, Gloria olhou para a física quântica, luminárias e luzes para desenvolver o que melhor sabe fazer: peças arquitetônicas com recortes, plissados e volumes magistrais, tudo com muito tecido nobre como tafetás, cetim, seda com estampas digitais e tules com fitas. Os vestidos em organza trazendo plumas são simplesmente lindos, verdadeiros sonhos de consumo.

 

 

 

Na Bienal, Erika Ikezili alongou a silhueta de sua mulher, numa alusão aos anos 20, e desconstruiu a pala dos paletós em vestidos de alfaiataria com leve movimento e cinturas marcadas. A coleção tem ainda um perfume dos anos 80 e 40, na qual um dos destaques são as peças em tricô artesanal em telas de gaze com fios de lã entrelaçados de efeito flutuante.

 

 

 

As meninas da Amapô, Carolina Gold e Pitty Taliani, se inspiraram no universo dos sem-teto e em seu, digamos, estilo de viver, para criar uma coleção muito bem amarrada, com estampas de jornal e um xadrez incrível ’sujo’ de tinta. A alfaiataria fica cada vez mais bacana e, nesta estação, a moulage aparece, especialmente em vestidos, com muito volume nos ombros e nas mangas. O melhor é o jeanswear, concebidos em faixas com diferentes lavagens e cores ‘costuradas’ por zíperes prateados que podem ser abertos, revelando estrategicamente a pele.

 

 

 

Neste inverno a mulher da Huis Clos, sofisticada e dona da própria história, vasculhou o baú da avó para montar seu guarda-roupa recheado de peças únicas e cheias de memória, como a camisola de seda com galão de renda e franjas que vira vestido, ou os casacos de lã com desenhos tipo laise. A silhueta é longilínea em vestidos e blusas com ombros trabalhados e a cartela de cores remete a fotografias com azul-acinzentado, off-white, cinza, camelo e preto, tudo muito sofisticado e despretensioso, numa das coleções mais bonitas e bem construídas apresentadas até agora no SPFW.

 

 

 

Brincando de detetive, a 2nd Floor se inspirou no universo de Sherlock Holmes para construir e reconstruir o trenchcoat em vestidos, bermudas e saias, tudo em clima bem descontraído. No quesito inovação, pontos para o acabamento fusionado usado pela grife, isto é, uma fusão de tranças em tricôs na trama da lã e do moletom, além de um bordado com pedras de efeito vintage.

 

 

 

Fechando a noite, a Animale, com a top Raquel Zimmermann, investiu pesado em tecnologia têxtil, com feltro de lã desgastado, por exemplo, em formas próximas ao corpo, com recortes e estampas tridimensionais ou de imagens de engrenagens, num jogo de rígido e flexível, evocando umas das propostas da estação, a de conciliar o natural com o high-tech. Henriete Mirrione

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spfw: emoção e individualidade de estilos no terceiro dia

admin • 20/01/10, 00:48

Valdemar Iódice mostrou uma coleção de inverno 2010 recheada de vestidos drapeados, pregas e com um ombro só, na qual as principais matérias são o jérsei, o veludo cristal e o couro. A tônica da estação é uma mulher sexy, cosmopolita e que tem como ousadia máxima usar adornos de plumas ou de sementes de tucumã, miçangas e cipós, numa alusão a Amazônia. Bonitas as peças de lã acompanhadas de leggings de renda, a cara da cliente da marca.

 

Ronaldo Fraga se reafirma como um mestre da emoção, apresentando um desfile lúdicos e com cenografia impecável, desta vez homenageando a bailarina e cenógrafa alemã Pina Bausch. De forma irreverente e poética, Fraga investe nas sobreposições com formas amplas e em tecido pesados, desfilados por modelos com o rosto coberto por perucas que na parte de trás traziam grandes máscaras. Destaque para os tressês artesanais em saias, casacos e vestidos, tudo em seda laminadaronaldo-fraga-inverno-2010-divulgacao-fotosite-2 ou em plástico de sacos de lixo. Nas estampas, florais avermelhados sobre fundo preto, numa alusão ao espetáculo “Cravos”.

 

O figurino de patinadoras artísticas, justo e com recortes, e o trabalho da ilustradora americana Amy Cutle inspiraram o inverno de Simone Nunes, que investe em vestidos com leve volume no quadril e peças com volumes nos braços acompanhadas de saias em tecidos plissados, tudo num clima bem jovem e feminino. Destaque para as roupas que carregam franjas e fios de seda torcidos aplicados estrategicamente sobre a peça.

 

Nesta estação, Fabia Bercsek propôs um questionamento da moda, olhando para a força da heroína Joana D’Arc, entre outras inspirações, o que resultou na passarela em roupas ora decotadas trazendo babados e tecidos fluidos combinadas a couros e camurças texturizadas, ora em tricô artesanal com fios rústicos acompanhados de jaquetas e saias em patchwork de matérias.

 

Com Cintia Dicker e Jesus Luz, a Ellus apresentou uma coleção forte e jovem, com destaque para o denin Black, um novo tecido voltado para o jeanswear que de um lado tem aspecto de couro macio e aconchegante e do outro tem um tom de azul forte, podendo ser usados dos dois lados. Já as roupas, são inspiradas nos universo dos esportes radicais, principalmente o mergulho, e trazem zíperes embutidos inclusive na alfaiataria.

 

Propondo uma liberdade no se vestir e olhando para a individualidade de estilos, a Triton buscou referências no bairro de Harajuko, no Japão. Trazendo looks divertidos no qual as sobreposição de texturas e cores imperam, as estampas são os grandes hits, mesclando desenhos de teia de aranha executados em traçados de nanquim, mixadas a fotos de cogumelos, desenvolvidos por Luisa LoveFoxx, vocalista do Cansei de Ser Sexy. Henriete Mirrione

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Alfaiataria requintada marca segundo dia de SPFW

admin • 19/01/10, 22:10

Abrindo o segundo dia de desfiles do SPFW, a Maria Bonita levou o povo da moda para o belo espaço do Sesc Pompéia, em São Paulo. Na verdade, a grife buscou inspiração na arquitetura de Lina Bo Bardi, que criou no Sesc locais de jogos e brincadeiras de formas. Assim, as peças da estação ganham shapes rígidos, construídos em blocos que carregam fendas e emendas, em destaque nos casaquetos e paletós impregnados de um discreto perfume esportivo. Já os vestidos, ganham recortes e desenhos geométricos em cores cosmopolitas como cinza-chumbo, verde-escuro, azul e areia, tudo em clima urbano aliado à tecnologia das matérias-primas.

Mais uma vez apresentando sua coleção na FAAP, o designer Reinaldo Lourenço deu um show aliando militarismo e delicadeza numa coleção sofisticada, inspirada nos uniforme da guerra. Numa requintada parada militar perfumada pelos shapes dos anos 30 e 40, surgem ombros marcados por leves volumes em cascos alexandre-herchcovitch-inverno-2010-divulgacao-fotosite1de lã e couro, acompanhados de rendas e babados de vestidos ultra femininos com cristais e fitas de medalhas de condecoração aplicadas estrategicamente sobre as peças. Simplesmente lindo!

De volta ao prédio da Bienal foi a vez da jovem Maria Garcia mostrar seus looks para o inverno 2010. Na passarela, uma coleção desprenteciosa, embalada pelos estilos street e hip-hop mesclada a formas inspiradas nos anos 90, com direito a parkas com uma estampa vibrante e colorida de new camuflagem, jardineiras de seda, jaquetas e calças com detalhes de brocados, rendas e punhos em malharia, além de jaquetinhas e coletes com ar masculino e tecidos adamascados.

Alexandre Herchcovitch realizou o desfile mais espetacular do dia, e quem sabe o do evento, olhando para o folclore de culturas orientais e do leste Europeu, mais precisamente a Geórgia, para criar uma coleção feminina e extremamente requintada, recheada de detalhes cuidadosos. Os principais tecidos são as sedas, os algodões e as lãs em peças de alfaiataria ou com formas amplas carregando texturas obtidas de diferentes formas com cristais, âmbar e tachas de metal com banho niquelado imitando madeira. A série em crochê de fio angorá com cristais é simplesmente de tirar o fôlego, trazendo ainda delicados sinos presos a vestidos, casacos e calças.

Andrea Ribeiro e Giselle Nasser reafirmam o DNA da Cori com uma coleção elegante e inovaram ao apostar em casacos e capas com tramas de tear mixadas a tecidos planos por técnicas de serigrafia manual. Impecável a alfaiataria, além dos vestidos de gazar de seda com estampas de pele de animais recobertas por bordados, revelando texturas inesperadas.

Sensualidade e fetiche são as palavras de ordem do inverno da Forum. O designer Eduardo Pombal afiou suas tesouras e investiu pesado no couro acompanhado de brilho, transparências e muitos tecidos nobres. Nesse universo noir e chique a top holandesa Lara Stone é a musa maior e a peça must have é o vestido, ora tomara-que-caia e evazê em musseline de seda, ora em gaze de lã com aplicações em couro, com leves volumes que dão ao quadril um aspecto rígido. Detalhe, a marca trouxe a americana Patti Wilson para assinar o styling da temporada.

Fechando a noite, Samuel Cirnansck desfilou uma alfaiataria excelentemente executada em vestidos de tweed de lã combinados a organza metálica e silicone, além de outros em materiais nobres, trazendo ombros volumosos, saias preguiadas e recortes assimétricos inspirados também no trabalho do moveleiro inglês Thomas Chippendale. Algumas peças passeiam ainda perfumadas pelo estilo vitoriano e trazem detalhes precisos de rendas e cristais, tudo com um forte ar gótico fetichista, uma das marcas registradas do designer.  Henriete Mirrione

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