25º Backstage de Varejo
worldfashion • 09/04/18, 15:49O colunista da WORLD FASHION REVISTA, Tadeu Dix, especialista em marketing de varejo, participou no último dia 28 de março do 25º Backstage do Varejo, encontro realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para o Varejo (Abiesv), cujo presidente é Akira Nagata, no auditório da Faap, em São Paulo. O temário colocou em evidência o atual cenário econômico nacional e abordou o segmento caracterizado por roupas acima do tamanho 44, que tem crescido, conforme dados da Associação Brasileira de Plus Size (ABPS), em torno de 8% ao ano.
Oportunidade
Os números do segmento Plus Size, hoje, são significativos. O setor representa 5% do mercado de varejo de moda no Brasil, com 7.178 lojas físicas (são cerca de 200 mil lojas ao todo) e 208 lojas digitais. E grande concentração de confecções e lojas está no Sudeste do País. “Isto demonstra que o Brasil ainda precisa ser muito explorado neste setor”, diz Douglas Santana, presidente da ABPS e que mediou o debate sobre o “Mercado Plus Size”.A mesa foi composta por: Cynthia Horowicz, sócia-diretora da Flaminga.com.br (e-commerce especializado em moda plus size); pela estilista Raquel Quinderé, da Wee! (Grupo Malwee), e a empresária Marli Licciardi, dona da Melinde Brasil, marca criada em 2002, pioneira no segmento de plus size feminino.
“No Brasil, 56% da população está acima do peso ou obesa, isso é, cerca de 112 milhões de brasileiros. Destes, 64 milhões são homens, o que é um número surpreendente”, ressalta Douglas Santana. Segundo o presidente da ABPS, este mercado movimenta 7 bilhões de reais, apresentando um crescimento de 8,1% ao ano.
Pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) de 2017, apresentada no evento, mostra que a população nacional acima do peso e obesa está dividida nas classes sociais: 41% classes D e E; 23%, classe C; 20%, classe B; e 16%, na classe A. nos Estados Unidos, esse mercado movimenta anualmente 20 bilhões de dólares, com 200 milhões de consumidores.
Comportamento
Na sequência, a empresária, jornalista, editora e consultora de inovação, Marcela Elizabeth falou sob o tema Plus Size: Uma Nova Experiência de Consumo para Empresas e Clientes. Fundadora da marca Curve à Porter (2012), especializada em tamanhos grandes, Marcela é presidente do Instituto Corpo Positivo, vice-presidente da ABPS e estudiosa deste segmento e consumidor. Fundou a primeira revista para a mulher plus size do País, a ‘Beleza em Curvas’, levando as necessidades deste consumidor às agências de publicidade. Para a executiva, o segmento ainda é cercado por preconceitos: “Este consumidor sai de casa achando que será mal atendido e que não achará o que quer”, daí a necessidade, segundo ela, de os lojistas aferirem, por meio de pesquisa de campo, o índice de satisfação da clientela.
A consultora Ana Cláudia Costa, por sua vez, destacou a fidelidade como forte característica do consumidor do segmento plus size. “É um público muito fácil de ser fidelizado. É uma pena que o varejo tenha evoluído tão pouco nos últimos cinco anos”, assinala a empresária, frisando que as mesmas dificuldades de falta de pessoal capacitado e de estrutura continuam. “Temos boas expectativas para o futuro, porém, pois é um mercado que se consolida e no qual vale a pena investir”. Ana Claudia observa que este segmento de mercado só cresce no Brasil, “tem pouca concorrência e quase nenhuma experiência para o cliente”, diz.
Já o economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall, falou sobre Brasil: Cenário Econômico para 2018/19. Para ele, “a velocidade da recuperação da economia não é espetacular, mas está na direção certa”. Diante da proximidade das eleições, o executivo destaca que tem mais chances o político que se disponha a insistir nas reformas econômicas, nas reformas dos gastos públicos, como a da previdência social. “Queremos um governo que gaste menos”. Este positivismo na recuperação da economia, segundo Kawall, vem a princípio do cenário internacional. A expectativa de crescimento da economia mundial é de quase 4%. “Há anos os Estados Unidos estavam com taxa de desemprego de 10%, hoje caiu para 4%”. A grande questão, segundo Kawall é: “O consumidor está voltando a consumir com menos ímpeto?” Segundo ele, acredita-se que a economia terá um futuro positivo daqui para frente.
da redação do WORLDFASHIONREVISTA fotos: divulgação
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