TIP TOP

worldfashion • 08/03/22, 08:53

20220113104158-001-6A empresa que comemora neste ano, 70 anos, conta um pouco da sua história e trajetória até os dias de hoje.

Nascido na Romênia, Eugênio, já falecido, vivia em Israel quando teve que deixar o país em função da Guerra da Independência, em 1948. A pedido do pai, foi para a Europa encontrar um lugar melhor para a família viver. Por cerca de um ano ficou andando pelo continente, até que chegou a Paris, na França, onde conseguiu mudar seu nome e trocar os documentos, passando a se chamar Eugênio Saverin. Com a mudança do nome, e então livre da perseguição que os judeus sofriam naquela época, Saverin conseguiu um visto para a América Latina, chegando ao Brasil em 1949.

20220113104158-001-420220113104158-001-5Aqui, foi trabalhar na multinacional Philips, onde conheceu sua futura esposa, Nadia Saverin. Depois do casamento, os dois deixaram a multinacional para trabalhar na empresa fundada por Max Spira, pai de Nadia e que estava crescendo, essa era jornal-folha-da-manha-771-anu-769ncio-tip-top-mappinpng-anos50a Tip Top.

Mais de 70 décadas depois, Roberto Saverin, neto do fundador da Tip Top, é quem conta essa história: hoje com 68 anos, Roberto Saverin relembra a trajetória da empresa, atrelada a história do avô Max Spira, que vivia na ex-Iugoslávia, hoje Croácia e que por conta da perseguição nazista aos judeus precisou deixar a Europa. Max foi com a esposa e a filha para o Quênia, na África, onde permaneceu por 10 anos. Deixou o negócio de roupas de lado e comprou uma pequena fazenda de café, que foi o sustento da família em sua passagem pelo continente africano.

rua-do-bosqueEm 1949, vieram ao Brasil e, pouco depois de chegar aqui, Max retomou a confecção de roupas para bebês e crianças com uma fábrica no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, foi o começo da Tip Top.

Roberto Saverin, seguindo os passos do pai, Eugênio Saverin e da mãe, Nadia Saverin, também trabalhou na Tip Top, de 1977 a 1983, depois de estudar tecnologia têxtil na Inglaterra. Ele fez a viagem acompanhado da esposa, Sandra, que lá estudou modelagem. Na volta, o conhecimento adquirido foi todo colocado em prática na fábrica da Tip Top. “A Sandra ficava na modelagem e trazia ideias de fora, viajava muito para isso”, recorda Roberto Saverin. “Eu chegava na fábrica cedo e ficava na tecelagem, apoiando o desenvolvimento de tecidos e a produção.”

seu-euge-770nioLogo depois disso, em 1987, Eugênio Saverin vendeu a fábrica para a TDB Têxtil David Bobrow, empresa fundada em 1933 e que até hoje comanda a Tip Top. Atualmente, e desde 1995, o CEO da empresa é David Bobrow, neto do fundador da TDB.

A TDB, conta Roberto Saverin, conseguiu realizar um sonho antigo seu, que era levar a Tip Top para o varejo, com lojas próprias. “Na época que apresentamos essa ideia, a ‘velha guarda’ não aprovou”, diz. Isso porque, na visão de Eugênio Saverin, ir para o varejo com lojas próprias geraria uma concorrência com os grandes magazines que já vendiam as peças da Tip Top, como o Mappin e a Mesbla. “Havia espaço para todo mundo, mas naquela época nem todo mundo percebia isso”.

foto_david_brobow_tiptop_crecc81dito-douglasmoreiraDavid Bobrow conta que, quando assumiu a Tip Top e decidiu ir para o varejo, enfrentou a mesma resistência dos gestores mais antigos. “Os grandes magazines eram o ‘core’ do negócio, representavam 70% das vendas, e os outros 30% ficavam com as multimarcas.”

Mas em 2008 iniciou a ida para o varejo. “Percebi que teríamos que ir para o varejo para melhorar a nossa margem”, conta Bobrow. Assim, a Tip Top inaugurou a sua primeira loja, no Bourbon Shopping, em São Paulo – em funcionamento até hoje como loja própria. Na época era uma loja-piloto já com “business plan” para o projeto de expansão por franquia. A marca operou a unidade por seis meses e partiu para o modelo de franchising, abrindo cinco lojas franqueadas no primeiro ano – todas com pessoas do relacionamento da Tip Top. Dois franqueados, por exemplo, eram ex-gerentes de dois grandes magazines que compravam da Tip Top em grandes quantidades.

Bobrow conta que, nesse processo de migração, rapidamente chegou à conclusão que não entendia nada de varejo. “Fui atrás de profissionais qualificados no mercado para me ajudarem nessa nova etapa e para que a gente pudesse crescer rápido e de forma sustentável.” Naquela época, a previsão da consultoria que fez o projeto de expansão traçou a meta de 100 lojas em cinco anos. “Achei surreal, mas realmente aconteceu.”

Com o varejo tomando corpo com lojas próprias e franqueadas, a Tip Top foi parando de vender nos grandes magazines. Principalmente por causa de preço, já que a margem era bem apertada. As multimarcas continuaram na estratégia de vendas da companhia e hoje representam cerca de 55% dos negócios. O restante fica com a rede de franquias.

Em 2012, a Tip Top ampliou suas opções de loja lançando a mega store que vende, além de roupas, acessórios como carrinhos, mamadeiras e tudo mais para o enxoval do bebê. É um modelo de negócio que img-63521requer um espaço maior – as mega store têm cerca de 150 metros quadrados – e investimento de aproximadamente R$ 650 mil.

Durante a pandemia, a marca fortaleceu seu e-commerce. Antes restrito às vendas da franqueadora, passou a abarcar as lojas franqueadas também. Foi também na pandemia que a Tip Top promoveu o redesenho da marca e a repaginação de seus identidade visual, incluindo um novo projeto para as lojas. Ao adotar o img-63461novo visual, a loja do Shopping Bourbon – primeira inaugurada pela marca, em 2008 – alcançou a liderança de vendas no ano passado. “As lojas com o projeto novo estão com resultados melhores”, diz Bobrow. “Não dá só para pensar em apagar o fogo, no caso os desafios da pandemia. A gente tem que ir resolvendo outras frentes também”, diz o CEO, mostrando que a Tip Top não fica parada no tempo.

A rede de franquias Tip Top, de roupas e acessórios para bebês e crianças, recuperou o nível de vendas pré-pandemia. A marca encerrou 2021 com faturamento 56% maior que 2020 e 3% maior que 2019. No ano passado, foram 20 inaugurações de lojas e, para 2022, a meta é abrir mais 40 unidades. A receita deve crescer entre 35% e 40% este ano.

Antes focada completamente em shopping center, a Tip Top agora analisa caso a caso. “Antes da pandemia era só shopping, mas mudamos um pouco o nosso olhar em relação a isso. Cada cidade tem um perfil, e temos que entender esse perfil para decidir se a unidade terá melhor desempenho na rua ou em shopping”, explica David Bobrow, CEO da Tip Top.

tiptop-loja1O investimento em uma nova loja Tip Top varia entre R$ 310 mil e R$ 650 mil. Há três opções de franquia: loja tradicional (roupas e acessórios infantis), outlet (ofertando coleções passadas) e Mega Store (especializada em carrinhos, cadeirinhas, enxovais e, é claro, roupas).

da redação com informações da MD Assessoria & Comunicação   imagens: fotos/divulgação

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