World Fashion + Varejo edição 155 - page 11

11
edição 155
A REVISTA PARA OS PROFISSIONAIS DA MODA
+foco
gia certamente podem ser feitas na indústria. Muita
pesquisa é feita em colaboração com as fábricas.
No projeto Crisp (Creative Industries and Sustai]
nable Protection), em que eu estava envolvida, em
Eindhoven (Holanda), todo estudo visava a colabo]
ração entre academia, indústria e organizações de
serviços. O envolvimento de diferentes áreas pode
ser bem realizado por meio de colaboração. Mui]
tas vezes, as universidades não dispõem de equi]
pamentos ou
knowBhow
para obter protótipos para
realização da produção. As parcerias certamente
são muito positivas.
WF – QUAIS OS PAÍSES MAIS DESENVOLVIDOS NO CAMPO DA PES-
QUISA EM TECNOLOGIA TÊXTIL?
K. K. –
O campo de têxteis inteligentes é tema global
e interdisciplinar. Há grande colaboração entre as
instituições de conhecimento de diferentes países.
Certamente, a Holanda tem uma comunidade muito
viva e aberta de tecnólogos de moda, e qinanciou
projetos que permitem aos pesquisadores dedicar
mais atenção ao campo.
WF – COMO PESQUISADORA, VOCÊ CONSIDERA QUE O BRASIL TEM
A VOCAÇÃO DE REALIZAR ESSE TIPO DE ESTUDO COM TÊXTEIS IN-
TELIGENTES?
K. K. –
Existem muitos designers de tecnologia de
moda com trabalhos muito interessantes no Brasil,
bem como pesquisas acadêmicas. Na verdade, a
minha primeira fonte de inspiração no estudo dos
têxteis inteligentes foi a professora e pesquisadora
Susana Avelar (da USP, Têxtil e Moda), que abordou a
tecnologia de moda como a segunda pele das pes]
soas. Ela foi supervisora da minha tese de Mestrado.
WF – EM SUA PESQUISA, VOCÊ CONSIDERA ELEMENTOS DA TRADI-
ÇÃO CULTURAL – TAIS COMO OS BORDADOS, RENDAS E OS CONTOS
INFANTIS – DENTRO DA PERSPECTIVA DAS PLATAFORMAS DIGITAIS.
UM ROTEIRO SINGELO PODE SERVIR DE BASE PARA SE CONTAR
UMA HISTÓRIA COM ELEMENTOS DA REALIDADE AUMENTADA. VO-
CÊ ACHA QUE ESSE É UM NOVO CAMINHO PARA SE RESGATAR AS
TRADIÇÕES?
K. K. –
O
QR Code
feito em forma de bordado, “histó]
rias para dormir” (
Bedtime Stories
) e contos com ele]
mentos do têxtil, aos que chamo “Textales”, nascem
da conexão física do têxtil com elementos digitais.
Um lençol estampado pode ser pano de fundo para
a Realidade Aumentada (vídeo disponível em http://
, onde entram em jo]
go elementos da natureza e a imaginação. Já a tra]
dição cultural transforma]se em código e bordado
criativo na proposta
QRHCoded Embroidery
. Outra
proposta da pesquisa permitiu que “redes de detec]
ção e atuação” do corpo integrem]se eletrônica e qi]
sicamente aos materiais têxteis. Exemplos são a rou]
pa
VibeBing
(
,
em que o modelo usado tem função terapêutica; e
Tender,
em que a roupa possui luzes em vários pon]
tos de sua superfície, que se ilumina ao ser levemen]
te tocada. Experiências sobre mudanças de cor, por
sua vez, aparecem em
Thermocraft,
com pigmentos
termosensíveis mudando de cor quando expostos a
determinada temperatura, o que pode ser conferido
na dança
Chacun (e),
em que a vestimenta muda de
cor no corpo da dançarina durante a performance.
WF – CONTE-NOS SOBRE SUA ESTADA NO BRASIL, COMO ESTUDAN-
TE E PESQUISADORA NA EACH-USP.
K. K. –
Fiz parte dos meus estudos de Mestrado em
EACHKUSP, departamento de Têxteis e Moda. A Pro]
f
a
Dra. Suzana Avelar supervisionou minha pesquisa
no Brasil no período 2009K2010. Pra mim foi gratiqi]
cante participar de projetos individuais e em grupo
muito interessantes. Foi uma experiência muito ino]
vadora, se comparado ao meu estudo desenvolvido
da Estônia, e contribuiu muito para a minha forma]
ção. Foi então que comecei a dedicar]me ao têxtil
sob a perspectiva da tecnologia.
Vibe-ing
é a
proposta do
vestir dando
à roupa
propriedades
terapêuticas
Fotos: Divulgação
1...,2,3,4,5,6,7,8,9,10 12,13,14,15,16,17,18,19,20,21,...28
Powered by FlippingBook