World Fashion + Varejo edição 157 - page 7

V I
T R I
N A
Na vitrina da Rimowa,
as malas explodem para
fora de um iceberg ou de um rochedo prata,
e por
trás delas um furacão rosa,
centrado na mala,
captura o olhar de quem passa.
Não se sabe se
é do olho do furacão,
ou do topo dos picos do
rochedo que esta mala surge e explode na vitrina...
Parece ser melhor e mais forte do que a natureza.
E por fim,
a Tod’s cria
um aquário ou um
submarino,
onde tudo
depende do lado que
pensamos estar.
Tudo
para mostrar que,
em
qualquer lugar e em
qualquer situação,
nada como um
mocassin confortável,
com o qual nos faz bem
caminhar...
Água, terra,
casa,
ou tapete, tudo
é “pisante” para ser
bem usado! Tecnologia
na cenografia com
paredes de metal e
vidro; tecnologia na
essência do filme
que passa por vários
mares; tecnologia
no saber fazer com
a materialidade do
couro.
Aqui,
calçados
ora são peixes,
ora são
sapatos.
Tudo criado
para que a mente
perceba semelhanças
num produto de
excepcional.
Também em Paris,
a marca Eres,
de
swiminwear, faz
nascer na vitrina
picos geométricos,
entre os quais os
novos maiôs são
expostos.
Numa
dimensão diferente,
triângulos formam-
se em picos,
e
à medida que
estes pequenos
triângulos coloridos
em azul e bege
se esmaecem,
a
imagem dos picos
se dissolve os maiôs
se destacam como
que emergindo
de uma onda em
tonalidades de um
mar azulado.
Da
estampa dos maiôs
para os triângulos
coloridos, tudo
se mistura para
criar um efeito
de verdade.
Já na Hermès de Paris,
duas artistas – Amélie e Sophie,
do atelier Laps –
mudam o foco do produto e trazem para dentro da vitrina tiras de madeira,
que
se entrelaçam de modo a ocupar a vitrina inteira com formas curvilíneas que
dão a ideia tanto de infinito como dos percursos da vida.
Entremeados nessas
tiras surgem alguns elementos da própria marca, como se eles estivessem
simplesmente acompanhando o movimento das tiras e do percurso da vida,
sem se tornarem os produtos estrela da cenografia.
A MENTE HUMANA ACABA
ENTENDENDO E CODIFICANDO
MATÉRIAS E PRODUTOS. A
MATERIALIDADE ACABA SE TORNANDO
O CENTRO DESSAS HISTÓRIAS EM
QUE TEXTURAS AGREGAM VALOR À
CENOGRAFIA E AOS PRODUTOS.
Phd . Sylvia Demetresco é doutora emComunicação e Semiótica pela PUC/SP, compós-doutorado emSemiótica no Instituto Universitário da França, emParis. Professora de
Visual
Merchandising na Ecole Supérieure de Visual
Merchandising, em Vevey, na Suíça.
É autora de livros sobre vitrinas, entre os quais:
Vitrina Construção de Encenações
(Educ/Senac), Vitrinas Entre-Vistas:
Merchandising Visual (Senac), Vitrinas E Exposições: Arte E Técnica Do Visual
Merchandising (Editora Érica, 2014) e Vitrinas: Arte,
História e Consumo de São Paulo (Via das Artes, 2014).
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Fotos:
Divulgação
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