World Fashion + Varejo edição 157 - page 11

F O C O
WORLD FASHION –
Como você de/
tectou o espaço para essa proposta di/
ferenciada em moda íntima?
CECÍLIA BOURDON –
A Fruit de la
Passion foi criada em 1994, com
base em minha longa experiência
nessa área.
Trabalhei como estilista
e como gerente de marketing, até
abrir um escritório de consultoria
comminha irmã e sócia,
Marie Alba
Romeu.
Como consultoras, traba-
lhamos com as
mais importantes
marcas do mercado, tanto do seg-
mento de matéria prima como no
de confecção.
Morei em Paris, vi-
vência que me possibilitou analisar
o mercado francês com suas mar-
cas de lingerie e o conceito sofisti-
cado de sensualidade.
Cheguei,
en-
tão, à conclusão de que a mulher
brasileira merecia uma lingerie com
o mesmo conceito, só que adapta-
da ao gosto da nossa consumidora.
Assim nasceu a Fruit de la Passion.
W. F. –
Como se dá, na Fruit de la Pas/
sion, o processo criativo?
C. B. –
Hoje há uma via de
mão
dupla entre as tendências para a
moda e a lingerie. Vemos em mui-
tos desfiles internacionais produ-
tos que parecem ter sido “rouba-
dos” das coleções de lingerie, tanto
no que se refere à forma como
aos materiais.
O contrário também
acontece. Não há mais limites no
uso de
materiais para a lingerie,
pois ela é um acessório de moda
num jogo de esconde-revela.
W. F. –
Quais as principais característi/
cas dos produtos da marca?
C. B. –
A Fruit de la Passion faz
um produto sofisticado, com ma-
teriais exclusivos e
design con-
temporâneo; é uma nova leitura
do conceito da lingerie sensual.
Formas e
materiais se
misturam
numa verdadeira alquimia.
Busca-
mos sempre ousadia na
mistura
de múltiplas texturas, sem econo-
mia de detalhes preciosos.
W. F. –
Qual o perfil da consumidora da
Fruit de la Passion?
C. B. –
A consumidora da marca é a
que esta bem com sua feminilidade
e tem na lingerie uma expressão de
sua autoestima.
Ela escolhe a linge-
rie como uma peça “cúmplice”,
mes-
mo que ninguém vá ver.
É uma rela-
ção do cuidar de si antes de priorizar
o olhar do outro.
A brasileira tem um
gosto específico em relação à mo-
delagem de lingerie e, por isso, não
se identifica
muito com as
mode-
lagens das
marcas internacionais,
como é o caso das calcinhas.
W. F. –
Como é a dinâmica dos lan/
çamentos?
C.
B.
Lançamos
uma coleção
a cada 45 dias, com 20
modelos
em média cada. Nos dois eventos
anuais – Salão Moda Brasil e o Pre-
view em nosso showroom –, apre-
sentamos entre seis e nove cole-
ções,
que entrarão
no
mercado
nos seis meses seguintes.
W. F. –
Quais são os materiais impor/
tados e de onde eles procedem?
C. B. –
O mercado nacional evoluiu
muito no que se refere aos insumos
para lingerie, tanto que nos torna-
mos exportadores de matéria pri-
ma.
No caso da Fruit de La Passion,
como trabalhamos com produtos
exclusivos, importamos bordados,
rendas e tecidos específicos vin-
dos de diferentes lugares.
Pode ser
uma renda da Colômbia, um bor-
dado da Indonésia ou um tecido
da Ásia, tudo depende da escolha
e da necessidade para a criação
de um produto de luxo.
W. F. –
A marca trabalha com várias
linhas: Eternity, Alba Flower, Louise,
Greta Lace, etc.
Quais as característi/
cas gerais dessas propostas?
C. B. –
Temos um estilo definido,
mas dentro do mesmo é possível
criar diversos temas para os vá-
rios
humores
e
personalidades
femininas. A
mulher escolhe sua
roupa conforme seu estado de es-
pírito;
e com a lingerie isso é ainda
mais determinante.
W. F. –
Qual a importância da linha
Noiva para os negócios da marca?
C. B. –
A linha Noiva é um seg-
mento
muito importante e sem-
pre criamos
peças
para os
di-
ferentes
estilos,
desde
a
mais
romântica e clássica até a
mais
sofisticada e ousada.
A lingerie
da primeira noite é aquela que fi-
cará na memória do casal,
e a lua
de mel
permite explorar as varias
expressões do feminino.
W. F. –
Como se dá a distribuição dos
produtos da Fruit de la Passion?
vendas online?
C. B. –
A área comercial e a produ-
ção têm o comando de Marie Alba.
Temos sete lojas Flag Ships e ain-
da não abrimos franquia. Vende-
mos para as principais lojas de lin-
gerie do Brasil,
estamos presentes
em 500 municípios.
Nossa loja on-
line é um novo canal de venda que
cresce a cada ano.
W. F. –
Na sua visão de criadora e em/
presária, quais são as principais refe/
rências em lingerie
premium
?
C.
B. –
A La Perla é a “Ferrari”
da lingerie e sempre uma refe-
rência de luxo.
Gosto
muito da
proposta oferecida por
Chantal
Thomas, francesa de raiz; da I.
D.
Sarrière,
marca romena incrível;
da Nicole de Carle,
marca londri-
na que inovou no conceito “sado-
maso” de forma leve e criativa.
Aprecio também a Lise Charmel,
com sua
modelagem clássica e
bordados riquíssimos.
W. F. –
Como é a atuação da Fruit de la
Passion no mercado externo?
C. B. –
Participamos de uma feira em
Paris,
no ano do Brasil na França, e de
outra em La Vegas, pois o mercado
norte-americano é muito importan-
te. Nossa exportação é direta para
as
boutiques.
Vendemos
para vá-
rios países, tais como:
Espanha,
Reino
Unido,
Japão e Estados Unidos entre
outros.
O ideal seria ter distribuido-
res nesses países,
porém esse tipo de
operação é onerosa,
pois supõe
over-
price
para os produtos e não conse-
guimos ter preços competitivos para
uma participaçãomais agressiva.
W. F. –
Quais são seus planos para a
Fruit de la Passion hoje?
C. B. –
O Brasil não é para os fracos,
principalmente no setor têxtil, que
emprega tanta gente.
Qualquer em-
presário noBrasil de hoje não conse-
gue planejar a médio e longo prazo.
Nós nos ajustamos a cada desafio
numa
velocidade impressionante.
Em dez dias tudo pode mudar, e lá
vamos nós mudar as velas do barco
para onde o vento sopra.
Sou otimis-
ta e acredito que ainda podemos ser
melhores e mais competitivos nesse
mundo globalizado.
Basta uma polí-
tica de tributos mais justa e uma mí-
nima estabilidade econômica.
Nós nos
ajustamos
a cada
desafio numa
velocidade
impressionante.
Em dez dias
tudo pode
mudar, e lá
vamos nós
mudar as
velas do
barco para
onde o vento
sopra."
Fotos:
Divulgação
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