World Fashion + Varejo edição 157 - page 4

Luxo tornou/seopção
de investimento
O conceito de luxo vem se transformando ao longo
do tempo.
Porém,
algumas características sempre se
mantiveram inerentes à sua definição
eletividade, exclusividade,
autenticidade, singularida/
de, valor de culto são adje/
tivos imperiosos na signi/
ficação de luxo. A produção artesanal
também configura um atributo indis/
pensável aos produtos de luxo.
O consumo de luxo expressa uma rela/
ção simbólica entre o produto, a marca
e o indivíduo, diferentemente de arti/
gos de consumo de massa, que apre/
sentam, somente, benefícios funcio/
nais. A escolha de um bem de luxo
jamais é indiferente, pois expressa a
personalidade da pessoa e como ela
quer se mostrar perante a sociedade.
O consumo de luxo expressa uma relação
simbólica entre o produto, a marca e o in/
divíduo, diferentemente de artigos de con/
sumodemassa, queapresentam, somente,
benefícios funcionais. A escolha de um
bem de luxo jamais é indiferente, pois ex/
pressa a personalidade da pessoa e como
ela quer semostrar perante a sociedade.
LUXOHOJE
Na contemporaneidade, o luxo se torna
uma atividade de negócios que deixou
de ser restrita à aristocracia, estan/
do disponível a um número
maior de
consumidores através de vários níveis
de produtos. Trata/se de um
mercado
bastante rentável, pouco afetado pe/
las crises econômicas mundiais, sendo
considerado um segmento econômico e
industrial de grande desenvolvimento.
A educação para o consumo de luxo
transformou a forma como o consumidor
lida com tais aquisições.
A necessidade
de
mostrar uma condição econômica
elevada ou de despertar inveja no outro
tem pouca importância se comparada ao
desejo de admirar a si
mesmo, num ato
íntimo e narcisista. Nesse sentido, o luxo
passa também a envolver causas alan/
trópicas, anonimato, sustentabilidade e
elegância pautada na simplicidade.
MARCA E TRADIÇÃO
No segmento de luxo, a questão referente
à tradição da marca é fortemente explo/
rada, sendo uma das principais diferen/
ciações e características que asmercado/
rias de luxo devem apresentar.
A marca
de luxo é legitimada por sua qualidade,
criatividade, originalidade, história, raí/
zes, personalidade, devendo ser conside/
rada ummito. A constituição da imagem
de uma marca requer um período longo
s
de amadurecimento, alto investimento
ananceiro, em função da produção de
bens diferenciados, serviço perfeito, bem
como
pontos/de/venda soasticados
e
envolventes, fatos que inibem a entrada
frequente de novos players no mercado.
INVESTIMENTO
O mercado de luxo,
muito além de con/
sumo, vem se tornando uma boa opção
de investimento ananceiro. De acor/
do com pesquisa realizada pelo site
Baghunter, especializado no comércio
de bolsas de luxo, uma bolsa Chanel,
modelo 2.55, a
mais tradicional da
marca, apresenta valorização maior do
que imóveis nos Estados Unidos.
Lançada no ano de 1955, a bolsa Chanel,
modelo 2.55, tamanho médio, era ven/
dida por US$ 220. De acordo com o site,
em 1990, o mesmo produto custava US$
1.150 e, no ano de 2016, o valor era de
US$ 4.900. Consta que o preço do refe/
rido produto jamais apresentou quedas
ou se depreciou. O aumento do preço da
bolsa foi superior à taxa de iniação dos
últimos 50 anos, em função da manu/
tenção da qualidade do produto, obten/
ção de lucros mais altos e, também, de
se preservar a exclusividade da marca.
O estudo apontou que a aquisição de
uma bolsa Chanel é um investimento a/
nanceiro com bom retorno a médio pra/
zo, havendo revendedores que prome/
tem pagar 80% do valor da venda, com
pagamento em até 72 horas.
JOIAS &CIA.
Outraopçãode investimento sãoas joias,
que apresentam como principal vanta/
gem a não desvalorização com o tempo.
O valor das joias não semodiaca em fun/
ção da iniação ou de variações do mer/
cado econômico e a prática de aluguel de
joias está em crescimento. A Chopard,
prestigiada e conceituada
marca suíça
de joias e relógios, produziu o relógio Ca/
rat, adornado com 874 diamantes de 201
quilates, feito artesanalmente, cujo valor
é de US$ 25 milhões.
Muito mais do que
um relógio, trata/se de uma obra de arte,
um investimento para gerações.
Obras de arte, classificadas como alto
luxo, também representam um excelen/
te investimento econômico para aque/
les que procuram diversificação e não
pretendem obter lucros no curto pra/
zo. Obras de artistas conceituados, bem
avaliados e com reconhecimento inter/
nacional tendem a valorizar ao longo
do tempo e, normalmente, não apresen/
tam oscilações decorrentes de crises no
mercado financeiro. Ao optar por tal in/
vestimento, deve/se ter claro que o di/
nheiro aplicado deve estar disponível,
não sendo indispensável para uma ca/
sual emergência.
A venda de obras de
artes exige o pagamento de impostos e
sua valorização não é imediata. Contu/
do, além de um bom investimento eco/
nômico, a aquisição de obras de arte é
uma forma de mecenato, podendo ser
apreciada por amantes do setor.
Pesquisadora do mercado de luxo.
Trabalha na divulgação de tendências nacionais e internacionais da área.
Com larga experiência in-
ternacional,
Carolina traz informações sobre o mercado do luxo para quem deseja estar por dentro das novidades e inovações e possui
conhecimento em comunicação do mercado de luxo e o consumidor, com ênfase em teoria semiótica para análise de campanhas publici-
tárias, lojas,
produtos,
ações de marketing especificas desse setor.
M O V I M E N T O
Por Carolina Boari
Chanel, ícone de
luxo e símbolo
de valorização
nessemercado
Foto:
Arquivo pessoal
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