World Fashion + Varejo edição 156 - page 8

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edição 156
A REVISTA PARA OS PROFISSIONAIS DA MODA
+balcão
Comuma agenda nitidamente
positiva, a Abit tempauta com
projetos de ações visando
preparar o setor para desaaios
atuais e futuros
Por Eleni Kronka
Abit apostanaretomadaeconômicaedosnegócios
O
panorama atual do País, com indekinições
nos campos da política e da economia, de\
manda reklexão e planejamento por parte
de empresários e órgãos ligados à indústria
têxtil e de confecção nacional. Consultorias
internacionais e daqui projetam crescimento mo\
desto para a nossa economia.
Sobre o atual quadro, Fernando Pimentel, presi\
dente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e
da Confecção (Abit), avisa: “
Começamos a deixar
pra trás o processo recessivo
”, comenta, frisando
que “
essa é a pior recessão que o Brasil viveu nos
últimos 100 anos, devido a uma errática política eco1
nômica
”. O dirigente da principal entidade do setor
assinala que o processo de retomada tem sido rigo\
roso. “
A taxa de crescimento estimada para 2017 é de
2%, mas se chegar a 3% ou 3,5% será surpreendente
”,
lembrando que o País vem de momentos de retra\
ção do PIB tanto em 2015 quanto em 2016.
OTIMISMO COM CAUTELA
Reforma da Previdência e reforma política são
apenas dois aspectos da complexa realidade que
o Brasil vive hoje. “
São propostas que tramitarão no
Congresso em breve e que abrem perspectivas para
o País, ao mesmo tempo em que se olha para elas
com otimismo e muita cautela
”.
Fotos: Divulgação Nilit
Fernando Pimentel salienta que o setor têxtil e de con\
fecção concorre mundialmente com seus produtos,
mas a participaçãodos artigos brasileiros noexterior caiu
muito. “
Trata1se de uma indústria grande, compotencial e
que é composta pormuitos segmentos, dentre os quais o
denime amalharia circular apresentam, nos últimos anos,
resultados signiSicativos quanto às exportações
”. Para ele,
os mercados de nicho e os sazonais vivem dikiculdade
maior. Odenim, porém, “tempersonalidade própria”.
As perspectivas para o têxtil e confecção seguem a
mesma cautela com que a economia é vista no geral.
Para 2017, a previsão é de ligeiro crescimento de 1% pa1
ra o nível de produção, enquanto o varejo de vestuário
deve atingir a marca de 1,5%, não ultrapassando os 2%
de aumento em vendas, percentual que nem de longe
recupera as perdas dos dois anos anteriores
”, observa.
No entanto, Fernando Pimentel destaca que o ce\
nário também oferece aspectos positivos, tais como:
a queda da taxa de juros; a retomada, ainda que len\
ta, de empréstimos; a liberação de saques das contas
do FGTS; aumento de salários (7,8%) acima da inklação
(4%), alémde perspectivas de avanços nas reformas da
Previdência e política, semcontar a possibilidade de es\
tabelecimento de acordos bilaterais para exportações.
A volta atrás na prática da desoneração da folha de
pagamento das empresas, no entanto, é algo negativo
apontado pelo dirigente da Abit por parte do atual gover\
no. “
Voltar aonerar a folhadiSicultará aindamais a situação
das empresas hoje, aumentando s a carga dos empresá1
rios
”, assinala, complementando que cabe ainda a apro\
vação do Congresso para essaMedida Provisória.
Segundo a Abit, no período de janeiro e fevereiro de
2017, o setor registrou a geração de 12.804 empregos,
contra os 30mil postos de trabalho fechados em 2016
e os 100 mil extintos em 2015. “
No entanto, não há co1
mo prever se esse ritmo se manterá em 2017. Acredita1
mos, sim, que surgirão novos postos, mas sem atingir a
marca de 130 mil perdidos no período anterior
”.
AÇÕES DA ABIT
Como principal entidade atuante do setor, a As\
sociação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confec\
ção está envolvida em vários projetos e ações que
visam, a médio e longo prazo, ao pleno desenvolvi\
mento da indústria, do mercado e da mão\de\obra.
Fernando Pimentel lembra que, numa parceria
com Senai\Cetiqt, são feitos estudos e levantamen\
tos sobre a indústria e os métodos de produção,
bem como estão sendo elaboradas duas plantas de
Confecção 4.0. Isso porque, num futuro próximo,
a indústria têxtil e de confecção deve intensikicar a
aplicação da ciência e da tecnologia em todas as
atividades de cadeia de valor. Conforme estudos,
até 2030, a
Indústria 4.0
inkluenciará o surgimento
de uma nova estrutura em níveis locais e regionais,
contemplando o uso da tecnologia, da gestão dos
negócios e do capital humano.
A Abit e Senai trabalham conjuntamente para
oferecer informações e formação necessárias
ao empresário. “
Juntamente com o Senai Fran1
cisco Matarazzo, em São Paulo, desenvolvemos
um módulo de Confecção 4.0, totalizando 120
horas, para dar acompanhamento a pequenas
indústrias
”, comenta o executivo.
A entidade também atua em parceria com o La\
boratório do Grafeno, desenvolvido pela Universi\
dade Mackenzie, para estudos que possam otimi\
zar o uso do artigo na indústria. “
O Brasil tem uma
das maiores jazidas de grafeno do mundo
”, assinala
Fernando Pimentel, acrescentando que, dobrável,
forte e derivado do carbono, material pode revolu\
cionar indústria mundial como um todo.
Ouro vetor de trabalho da Abit tem a ver com o es\
tudo das potencialidades e dekiciências do próprio
setor, por meio de uma consultoria internacional. “
O
setor têxtil leva a marca da inovação em seus mais di1
ferentes; algo que pode ser potencializado
”, kinaliza.
Fernando Pimentel:
Começamos a
deixar pra trás o
processo recessivo
”.
Fotos: Divulgação
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