World Fashion edição 162

28 162 L E R V E R O U V I R POR ELENI KRONKA Moda e design nomuseu O respeitável museu britânico Victoria & Albert abre suas portas para amoda e o design. Por meio de exposições, processos criativos são revistos no arco da história e práticas de produção são pesadas na balança tendo critérios de avaliação que passamnecessariamente pelo crivo da sustentabilidade Videogames: Design/Play/Disrupt é o título da exposição que vai até 24 de fevereiro de 2019, no Victoria and Albert Museum, em Londres. A mostra explora o design e a cul- tura dos videojogos contemporâ- neos, mergulhando num dos mais atuais e significativos campos do design. A proposta é investigar o trabalho de designers inovadores, comunidades de jogadores criati- vos e conversas críticas que defi- nem o meio hoje. Na linha do tempo, Videogames: Design/Play/Disrupt explora o tema a partir de meados dos anos 2000, quando grandes avanços tecnoló- gicos –maior acesso à banda lar- ga, mídias sociais, smartphones e novos meios de criação – muda- ram a forma de projetar, discutir e reproduzir os videogames. A área dedicada ao Design apre- senta o que é preciso para se fazer um videogame, tais como mate- riais não usuais e instalações mul- timídia especialmente pensadas para fornecer novas perspectivas e insights sobre a produção e a inspiração por trás de videogames contemporâneos. A seção Disruptive apresenta o trabalho e as vozes dos criadores de jogos e comentaristas que lide- ram discussões e debates críticos que desafiam não apenas ideias sobre videogames, mas também discutem a interação com a pró- pria sociedade. Uma instalação imersiva em lar- ga escala na seção Play celebra a imaginação deslumbrante bem como o caos criativo mostrado pelos jogadores. Comunidades de jogadores online , conectados por meio de servidores e plataformas sociais, criam, colaboram e atuam conjuntamente na mostra. Videogames e a tecnologia empregadano seu desenvolvimento ganhamespaço no prestigioso museu de Londres MODA E NATUREZA Também no V&A, com curadoria de Edwina Ehrman, a exposição Fashioned from Nature não se limita ao percorrido histórico de quase quatro séculos para recontar a nossa história da moda. Isso já seria muito, mas a curadora recorda e questiona práticas que ou tornaram a moda amigável ao ambiente ou, ao contrário, colocavam a natureza totalmente a serviço da criação, ainda que a um alto preço. A complexa relação entre nature- za e processo criativo está presen- te em coleções, em peças e de- talhes produzidos num passado remoto ou não tão distante assim, em que penas, peles e até a pró- prias aves faziam as vezes de ob- jetos decorativos. Felizmente, surge o importante movimento de reação, representa- do por entidades – ambientalistas ou não –, sempre ligadas a causas nobres de proteção, o que contri- buiu enormemente para a mudan- ça de mentalidade. No espaço da mostra, os sons dos cantos dos pássaros misturam- -se com ruídos ligados a ações de devastação. A passagempelo século XVIII traz uma edição de peças produzidas a partir de fibras como o linho, o algo- dão, a seda e a lã, mas também com o uso de penas, peles e até ossos. Fashioned fromNature traz, feliz- mente, demonstrações de mudan- ças de mentalidade e comdesejo de preservação. O conceito fica paten- te na peça usada por EmmaWatson no Met Gala 2016. O vestido, idealiza- do por Calvin Clein, segue em tudo a diretriz da sustentabilidade: o tecido é feito a partir da fibra PET de garra- fas plásticas, assim como os zíperes, feitos com reciclados. OV&A leva amoda para os seus domínios semmedo de provocar e criticar antigas, ou não tão antigas, práticas de produção da roupa e acessórios

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