World Fashion + Varejo edição 154 - page 8

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a revista para os profissionais da moda
edição 154
+balcão
O
segmento da lingerie e under-
wear no Brasil cresce, no mo-
mento, em ritmo moderado,
como todos os demais setores
diante da atual conjuntura eco-
nômica e política. Mas seguramente
viveu um período bastante ativo na
primeira década de 2000 e, pode-se
dizer, está pronto para a retomada.
Naquele momento, as condições de
mercado contribuíam e muito para
o crescimento. E a chegada da New
Stage Produção e Eventos foi o fator
que ajudou muito a movimentar e in-
crementar os negócios.
Idealizada pelas empresárias e só-
cias Ana Flôres e Indhira Pêra, a em-
presa acertou em cheio ao eleger o
segmento da lingerie como foco dos
negócios. “
Feira é foco
”, faz ques-
tão de dizer a gaúcha e inquieta Ana
Flôres, que prospectava o mercado,
juntamente com a sócia, para elaborar
um projeto de feira que chegasse pra
ficar. “
Estudamos várias possibilidades,
até decidir pela moda íntima, por todo
potencial que o segmento oferecia e
continua oferecendo
”, afirma.
Acertado o foco, veio a etapa de ela-
boração do plano de ação. “
Com a
empresa já aberta, permanecemos seis
meses trabalhando internamente para
alinhavar todos os detalhes da iniciativa
”,
afiança Indhira. E conseguiram. O Salão
da Lingerie, que a partir de 2010 passou
Por Eleni Kronka
a se chamar Salão Moda Brasil, tornou-
se ponto de encontro de expoentes do
mercado no segmento da confecção,
atraindo também fabricantes de fios,
de malhas e componentes, como bo-
jos e aviamentos. “
Começamos por um
mailing de quase 3 mil empresas, até
chegarmos a 100 formadores de opinião
dentrodesse setor
”, comentaAna Flôres.
O projeto bem arquitetado promo-
veu um “efeito cascata” no mercado:
os lojistas compraram a ideia desde o
começo e passaram a contar com uma
boa fontede informaçãode tendências,
negócios e lançamentos da indústria. O
mercado também se expandia na dire-
ção do território das franquias e das ex-
portações. Enfim, o varejo ganhou com
a iniciativa, e a indústria também lucrou.
Pelo setor
Em setembro celebramos 14 anos
de trabalho
”, comemoram as sócias,
lembrando que o Salão Moda Brasil é
100% sustentável em termos de inves-
timentos. “
Não temos nenhum incen-
tivo público
”, avisam as sócias, expli-
cando que a New Stage trabalha com
recursos próprios e o investimento dos
expositores a cada edição do evento.
O expositor participa porque o
evento é forte, e não porque haja sub-
sídios
”, frisa Ana, observando que a
atual crise brasileira é também opor-
tunidade para mostrar o potencial do
Salão Moda Brasil. “
Realizamos uma
edição mais enxuta, mas com bons
resultados
”, diz a empresária.
Há mais de uma década, quando foi
feita a escolha do segmento da lingerie
como focoda feira, chegou-se a cogitar a
realização de duas edições anuais, o que
logo foi descartado. “
Nesse setor não há
a sazonalidade das outras linhas de mo-
da, portanto uma só edição era a melhor
estratégia
”, comenta. Isso não impediu,
porém, que a empresa organizadora do
SMB fechasse parceria com o empresá-
rio Júlio Viana (leia-se Expovest, organiza-
dora da Fenin) para a realização do Salão
daLingerieBrasil Sul, em2015, comapró-
xima edição marcada para o período de
24 a 27 de janeiro de 2017, emGramado.
O êxito do Salão da Lingerie desde o
início, graças ao formato da feira e ao
profissionalismo na sua condução, fez
com que outros segmentos de moda
se interessassem pelo evento, a ponto
de insistirem com as sócias na aber-
tura de espaço para fabricantes de
outros produtos. “
Os expositores são
sempre nacionais, mas por que não
abrir para outros setores da moda?
”,
perguntavam-se as organizadoras.
As três edições do Salão Moda Brasil
com essa amplitude mostrou às duas
executivas que o caminho da feira que
tinham criado era mesmo dentro do ter-
ritório da lingerie e do underwear. “
Mui-
tas vezes nomundo dos negócios, é pre-
Fotos: Divulgação
ferível dar dois passos aparentemente
para trás, para depois dar outro decisivo
para frente
”, pondera Ana Flôres.
Tal pensamento fundamenta a apa-
rente demora no lançamento do SMB
2017. “
Como no início, queremos ser
referência em moda, negócios e ino-
vação, a partir do layout da feira
”.
As organizadoras ressaltam que nun-
ca impuseram nada ao mercado. “
Ao
contrário, qualquer mudança é sempre
feita ouvindo o empresário que está co-
nosco no evento
”, observa Indhira, lem-
brando que o mercado está em outro
momento, que inspira maior atenção.
Lutamos pelo setor
”, assegura Ana,
completando que “
setor unido é sinôni-
mo de setor fortalecido
”. O engajamen-
to das executivas inclui visitas aos even-
tos no exterior e o acompanhamento
de perto do varejo especializado inter-
nacional. “
Trazemos essa informação e
experiência aos nossos parceiros de fei-
ra
”. Isso, de fato, dá peso ao SMB, que
atrai visitantes de vários países – em
julho último compareceram compra-
dores de 18 países, além dos inúmeros
compradores de todo o Brasil. “
Nosso
papel é ouvir o expositor, e ouvir muito o
que os lojista falam
”, afiança Ana Flôres,
assinalando que aí está a base para a
estruturação das mudanças para a edi-
ção de 2017 do Salão Moda Brasil. “O
mercado ficará conhecendo o que vem
por aí muito em breve
”, revela.
Evento brasileiro, único na América
Latina, movimenta mercado que se
compõe demarcas fortes e conta ainda
comgrande potencial de crescimento
SalãoModaBrasil,
vitrineda lingerie
Salão reúne
empresas
de diversos
segmentos
da lingerie,
como a Bojo
Tec
SMB é referência para o
segmento da confecção
realizar lançamentos que
abastecem o mercado,
como é o caso da Plié
Rosset faz, na oportunidade, lançamentos de ponta para lingerie e underwear
Indhira Pêra e Ana Flores na direção da New Stage,
organizadora do Salão Moda Brasil
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